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Fonte: Conversa afiada
        
        Para muitos adolescentes brasileiros aquela vontade louca de mudar o mundo todo transformou-se em realidade quando eles engajaram-se em projetos de protagonismo juvenil. Seja ensinando outros adolescentes a ler e escrever, promovendo debates sobre cidadania ou escrevendo cartas ao Presidente da República pedindo melhorias na educação, milhares de jovens usam sua energia para fazer o mundo melhor.

Em oito estados brasileiros, o Prêmio Fundação Odebrecht/UNICEF 1995 mobilizou 97 mil jovens para se envolverem no processo de melhoria da qualidade do ensino no país. O projeto que venceu o Prêmio gerou o movimento Corrente Pra Frente, através do qual estudantes de todo o Brasil enviaram cartas para o Presidente da República. As cartas apontam problemas nas escolas e sugerem soluções, como mostra o quadro abaixo.

Em Paunini e em Envira, no Amazonas, são jovens a maioria dos 26 educadores do projeto Alfabetização Solidária (15 têm de 18 a 22 anos; 7 têm entre 22 e 30. Jovens homens e mulheres, capacitados pela Universidade São Marcos de São Paulo, que desde março trabalham como alfabetizadores em seus municípios. Ensinam outros jovens a ler e a escrever. Pauini é o município brasileiro recordista em analfabetismo de adolescentes: 81,23% dos adolescentes de 15 a 17 anos não sabem ler ou escrever um bilhete simples. Envira tem taxa de 65,88% de adolescentes analfabetos.

Em Salvador, 324 jovens atuam como multiplicadores de informação no projeto Educação: Um Exercício de Cidadania, cujo objetivo é inserir temas de Educação para a Vida nas redes municipais de educação e saúde. O projeto inclui a peça Quem Descobriu o Amor?, montada por um grupo de adolescentes de 12 a 20 anos, para turmas de estudantes. Durante e depois da peça, atores e platéia debatem sexualidade, ética, cidadania e qualidade de ensino. Em suas escolas, os jovens multiplicadores atuam em núcleos e promovem discussões, ações de melhoria na escola. O projeto, realizado pelas Secretarias de Educação e Saúde de Salvador, Centro de Referência Integral para Adolescentes (CRIA) e Fundação Odebrecht, já alcançou mais de 5 mil adolescentes.

Na cidade do Rio de Janeiro, jovens envolvidos na Ação da Cidadania contra Fome e pela Vida participam de núcleos formados em seis escolas públicas e particulares. Já deram aulas de inglês para adolescentes que trabalham como guias de turismo no Rio, fazem trabalhos com creches, promovem palestras sobre cidadania para seus colegas. A cada quinze dias, se reúnem para trocar idéias e experiências.

    
                                                              

 No ano 2001, eles serão mais de 2 bilhões de adolescentes em todo o mundo. Todos eles já nasceram, a maioria na Ásia e na América Latina. Grande parte deles pobres, convivendo com novas tecnologias de comunicação, cada vez mais poderosas e baratas.

Nasce uma adolescência globalizada: ondas de migração, meio eletrônicos, vontade de comunicação. Pela necessidade objetiva de se comunicar, os jovens ao se encontrarem vão substituir perguntas como Quem são seus pais? Onde você mora? por O que você sabe fazer e como pode me demonstrar isso agora? Ricos ou pobres, não importa, todos os 2 bilhões adolescentes têm o mesmo desejo: progredir.

Como? Parece óbvio, mas é preciso insistir: com educação. Melhorada e ampliada. Uma educação que não pode reduzir-se à mera transmissão de conhecimentos, mas que tem como núcleo a visão de homem, de mundo – uma estrutura de valores. Um sistema pedagógico onde o educando é, antes de tudo, um interlocutor e um parceiro ativo e crítico, levado a julgar e discernir, principalmente através de práticas e vivências. Educandos protagonistas.

O protagonismo juvenil parte do pressuposto de que o que os adolescentes pensam, dizem e fazem pode transcender os limites de seu entorno pessoal e familiar e influir no curso dos acontecimentos na vida comunitária e social. O reconhecimento que a participação dos adolescentes pode gerar mudanças decisivas na realidade social, ambiental, cultural e política onde estão inseridos. Um direito e um dever dos adolescentes. Um desafio para educadores, professores, pais e mães, um convite à co-organização, à co-criação de acontecimentos. Uma busca da realização pessoal de educandos e educadores, sem, entretanto, despreocuparem-se, ambos, de viabilizarem-se como profissionais e cidadãos.

* a partir do livro Protagonismo Juvenil – Adolescência e Participação Democrática (título provisório), de Antônio Carlos Gomes da Costa, (consultor da Fundação Odebrecht) a ser lançado no segundo semestre deste ano.

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