Nova espécie de mosquito da dengue não foi encontrada em Aracaju
No decorrer do ano, as equipes da Prefeitura de Aracaju visitam 100% das residências em busca de focos do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti). Além disso, realizam o trabalho de conscientização quanto às medidas de prevenção em todas as casas visitadas. O processo convencional de combate ao mosquito prevê seis ciclos, ou seja, a cada dois meses as equipes retornam às residências para fiscalização. O programa Municipal de combate à dengue é ligado ao programa Federal, que abrange todos os municípios.
Já com o método ´Adiantamento de Índice Rápido´, as equipes, por meio de amostragem e estatística, sorteiam os bairros que serão visitados em busca de possíveis focos. A coordenadora dos trabalhos relacionados ao combate à dengue, do Centro de Controle de Zoonoses, Taise Cavalcante, esclarece que, nas buscas realizadas, os profissionais responsáveis já estão instruídos a procurar uma outra espécie de mosquito, que, possivelmente, também seria vetor da dengue. “O objetivo do LIRA [Levantamento de Índice Rápido] é obter rápidos resultados para que, se houver a necessidade de rápidas soluções, estas possam ser tomadas”, afirma a coordenadora.
Aedes Albopictus
A espécie de mosquito, da mesma família do Aedes aegypti, ainda segundo a coordenadora do Centro de Controle, não seria nova. Encontrada por uma professora, no Rio de Janeiro, em 1986, em uma mata fechada, a espécie surpreendeu pesquisadores ao ser recentemente encontrada em áreas urbanas.
Devido à devastação ambiental, a migração de espécies silvestres para áreas urbanas tem sido comum. No entanto, em se tratando de uma doença como a dengue, que em Aracaju – de janeiro à agosto deste ano – confirmou um caso de dengue hemorrágica , 137 casos de dengue clássica, e quatro casos de dengue com complicações ao paciente, o aparecimento de mais uma espécie seria preocupante.
Porém, ainda de acordo com Cavalcante, felizmente não há motivos para alarde, pois não foi relatado nenhum caso de dengue relacionada à outra espécie. “O Albopictus passou para a domesticação, assim como o Aegyptis. Ele também se alimenta do sangue humano, assim como o de animais. A diferença é que a espécie, agora encontrada em áreas urbanas, resiste ao frio. Apesar de não Ter sido registrado nenhum caso de dengue relacionada à outra espécie, nossas equipes estão instruídas à procurar o aedes albopictus nas residências também”, esclarece Taise Cavalcante.
Trabalho de prevenção
Segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses, de 90 a 95% dos focos do mosquito da dengue são encontrados dentro das residências, em sua maioria dentro das lavanderias, e não em terrenos abandonados, como se imagina. Os profissionais que trabalham no combate à dengue aconselham que são necessários os devidos cuidados de higiene após o uso dos espaços, lavar e enxugar os locais onde se acumula a água. Caixas d’água, estando elas baixas ou altas, ou qualquer recipiente que favoreça o acúmulo de água devem estar devidamente tampados, e em caso de garrafas vazias ou vasilhames, voltados com a abertura para baixo.
“As pessoas falam muito de prevenção, mas não explicam o por quê dessas medidas. O ovo do mosquito se prende à qualquer local seco, não necessitando de água para sobreviver, e lá pode permanecer esperando a presença de água por até 450 dias. Em presença de água entre 24 e 48 horas o ovo se transforma em larva, e em 5 a 7 dias transforma-se em mosquito”, explica a coordenadora..
Dia Nacional de Combate à Dengue
Todo o dia 24 de novembro é o Dia de Combate Nacional à Dengue, e o Centro de Controle de Zoonoses está preparando uma programação especial junto à comunidade. O objetivo é a máxima conscientização da população para que haja uma queda drástica nos números de casos de dengue no município.
A programação começará uma semana antes do Dia Nacional de Combate à Dengue, e prevê palestras em todas as unidades de saúde, e reuniões nas comunidades para o esclarecimento das medidas de prevenção. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde fechou uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), com o intuito de transformar os professores na rede municipal de ensino em multiplicadores das informações inerentes ao combate à dengue. O objetivo é intensificar as discussões na semana dedicada ao assunto.
“A nossa maior preocupação é com a dengue hemorrágica, pois o paciente precisa de assistência adequada. Tentaremos esclarecer à população quanto à importância do exame de sorologia no caso de sintomas da dengue. Quanto mais cedo se fizer o exame, menos riscos de hemorragias se tem”, afirma Taise Cavalcante. O exame de sorologia para detecção da dengue é feito em todos as unidades de saúde do município.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
