[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A intervenção urbana que está em andamento no bairro Coroa do Meio, com a grande ação de desfavelamento empreendida pela Prefeitura de Aracaju, não previa a formação e o trabalho com agentes ambientais da própria comunidade. Mas a necessidade de um trabalho mais próximo à população e a conseqüente integração dos moradores com o projeto de reurbanização da localidade fizeram surgir o primeiro grupo de multiplicadores dos conhecimentos relacionados à preservação da natureza da cidade de Aracaju.

O surgimento do grupo foi motivado a partir da realização de cursos de capacitação em Educação Sanitária e Ambiental promovidos pela Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan) para os moradores diretamente atingidos pelas obras. “A criação dos agentes surgiu como proposta dentro do grupo de trabalho do projeto e está dando certo. O objetivo foi formar multiplicadores dentro da comunidade para os conhecimentos de preservação do meio ambiental que estão sendo passados”, contou a assistente social que atua junto ao grupo, Onildete Sousa de Almeida.

Mais de 100 agentes ambientais foram formados, destes 25 atuam constantemente e de forma totalmente voluntária em ações de Educação Ambiental para a população local. E tudo começa com as reuniões realizadas mensalmente para planejar atuações educativas no bairro nesse período. “Essas ações consistem em orientações de como tratar o lixo, não jogando na área de manguezal, evitar o desperdício de água, além de mutirões de limpeza já realizados nas áreas de mangue e praia, palestras em escolas e mobilizações na comunidade”, explicou Onildete Almeida.

“Como eles conhecem a comunidade, nos ajudam e facilitam o trabalho com a população”, disse a assistente social. Mas a atuação dos agentes não se restringe a visitas formais, eles também utilizam elementos artísticos para passar as orientações de cuidado com a natureza, tais como teatro de bonecos, Rap e paródias que compõem um trabalho diversificado e rico em conteúdo. Essas informações são transmitidas através de panfletos distribuídos nas residências, em palestras feitas nas escolas, além dos próprios cursos de capacitação.

Presença na comunidade

A população local já se acostumou a ver os Agentes Ambientais em ação no bairro e, segundo os próprios agentes, recebe bem as abordagens que são feitas de casa em casa. “A nossa proposta é pedir para preservar o meio ambiente, então dizemos para não jogar lixo no mangue, explicamos o dano que ele faz à natureza, orientamos a não desperdiçar a água e em 90% dos casos somos bem recebidos”, confirmou a artesã Nivalda Francisca de Lima Jesus, moradora do bairro há oito anos e que diz gostar de trabalhar como uma agente ambiental.

“Eu acho que é um trabalho gratificante e importante para a comunidade. Já temos um reconhecimento. As pessoas já vêm diretamente conversar com a gente, pedir orientações sobre coleta seletiva e curiosidades como controlar o gasto de água”, completou satisfeita por ser alguém a quem as pessoas podem recorrer. “É uma coisa simples, mas de muita utilidade”, frisou.

Essa informação é reforçada por outro agente ambiental do bairro, o estudante Edézio Narciso dos Santos, 19 anos. “Esse trabalho que a gente faz está surtindo efeito, os moradores nos procuram. Tem gente que está mais incentivada a colocar o lixo no local adequado, a separar material reciclável”, confirmou o estudante que se tornou agente por gostar de trabalhos sociais. “Eu me identifico e tive vontade de fazer e também curiosidade. Acho que deve haver ações mais constantes para que a população se mobilize ainda mais”, opinou.

Programa de Recuperação Ambiental

Os cursos de capacitação oferecidos geralmente no Centro de Referência da Assistência Social – Casa da Família Dr. Benjamin Alves de Carvalho, na Coroa do Meio, fazem parte do Programa de Recuperação Ambiental desenvolvido pela prefeitura em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). De acordo com a coordenadora geral do programa, professora Vera Lúcia Alves França, este programa compreende três pólos principais: o monitoramento da água; o replantio do manguezal e a Educação Sanitária e Ambiental, que deu origem ao grupo de Agentes Ambientais.

Nesse programa atua uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, geógrafo, biólogos e engenheiro. Esse trabalho envolve toda a população local desde 2002. “Eu avalio como um trabalho extremamente positivo, uma interação muito grande da equipe com a comunidade e com frutos. Um grande número de pessoas que já receberam cursos profissionalizantes. Nossa atuação é muito ampla, já fizemos cerca de 15 mil atendimentos a comunidade”, estimou a coordenadora geral Vera Lúcia França.

Somente de cursos de capacitação já foram realizados 35 de Educação Sanitária e Ambiental e mais um de Reciclagem de Papel, totalizando mais de 850 participantes entre pessoas da comunidade, professores, agentes de saúde, crianças, adolescentes e idosos, lideranças comunitárias e a própria equipe técnica do projeto social. “A nossa meta era atingir com os cursos cerca de 500 pessoas, mas esse número já foi ultrapassado por isso estamos trabalhando mais com as ações na comunidade”, disse a assistente social Onildete de Almeida.

Plantão Social

O Centro de Referência da Assistência Social da Coroa do Meio, além de ser o local das reuniões e encontro dos agentes ambientais e onde são ministrados os cursos, também é a sede do Plantão Social que é coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc). Esse plantão é responsável pelo atendimento constante às famílias integrantes do projeto urbanístico. Uma atuação ampla que acompanha o dia-a-dia das pessoas que serão atingidas diretamente com a grande obra em andamento na localidade.

“Nós acolhemos todas as pessoas que nos procuram para resolver problemas referentes à obra ou não”, contou a coordenadora geral Vera Lúcia França. O acompanhamento às famílias realocadas é constante durante o projeto e esse trabalho prosseguirá durante um ano após a conclusão da obra. “A reurbanização do bairro Coroa do Meio mantém um compromisso não apenas com a melhoria urbana, mas também com a inserção social e a elevação da qualidade de vida da população”, lembra a coordenadora. Assim como em outras grandes obras da prefeitura a recuperação dessa parte da cidade também possui um projeto social, com dimensões tão amplas quanto a obra física. Sendo que nesse caso específico, o enfoque está centrado principalmente em três focos principais: o cuidado com o lixo, a água e com o manguezal.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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