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A vontade de expressar sua própria realidade em vídeo levou adolescentes do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam), unidade socioeducativa da Fundação Renascer, incentivados pela professora de Artes, Cristina Assunção, a produzir um curta-metragem. De forma simples, eles mostram na gravação como é a chegada na unidade, o encontro com outros adolescentes, as conversas, os momentos de lazer, a esperança depositada nas audiências concentradas e a alegria com o anúncio da liberdade.

O cenário limitado a sala de aula não restringiu a capacidade criativa dos seis adolescentes envolvidos na gravação do curta. O grupo se dividiu entre roteiro, produção e edição do curta. Foram os adolescentes os responsáveis pela escolha da trilha sonora. “Achei uma experiência bacana. Apesar de ser a primeira vez, foi muito bom participar de algo diferente, apesar de que tô (sic) fraco para seguir a carreira de ator”, disse um dos socioeducandos.

No encerramento do curta o refrão “liberdade, liberdade, teu povo clama…” da música ‘Lili’, do cantor Edson Gomes, traduz um sentimento comum entre os adolescentes, que é o de sair da unidade e voltar a convívio da família, para poder construir uma nova história longe da violência.

Inovação

O trabalho faz parte de um projeto que vem sendo executado por Cristina Assunção que se baseou no mestrado de uma argentina residente na Alemanha, que explorou em sua tese a comunicação entre crianças de diferentes localidades através da webcam. “A ideia era interferir o mínimo possível, dando a oportunidade de o adolescente retratar sua realidade. O trabalho tinha que ter a cultura, a linguagem deles. O roteiro e a história também tinham que ser deles”, disse a professora.

No ano passado, esse mesmo projeto foi executado com sucesso na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip) e contou com a participação do doutorando em comunicação e mídias, o alemão Johonn Wendel. “Nosso objetivo era trabalhar a imaginação, a criação. Foi um desafio por conta do espaço que é de privação de liberdade, mas o desafio da professora de artes ou de qualquer profissional de educação é fazer com que eles tenham a liberdade de expressão, de criação, deixando a imaginação fluir”, disse Cristina Assunção.

Além do cinema, a professora já realizou experiências com fotografia artística e as aulas de artes também contam com atividades relacionadas a desenho, pintura e modelagem. Para o diretor do Cenam, Wigner Quintela, toda atividade lúdica, educativa ou esportiva contribui para a ressocialização do adolescente.

“Estas atividades são de fundamental importância para uma unidade socioeducativa. No caso do audiovisual é uma experiência nova, algo que eles não têm no dia a dia de suas comunidades, então é uma oportunidade que eles estão tendo enquanto estão passando esse período na unidade e que poderão levar para suas vidas quando saírem”, destacou o diretor.

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