SES promove discussões sobre Saúde Mental
Ampliar os debates para melhorar cada vez mais o cuidado com as pessoas portadoras de transtornos mentais e usuários de álcool e outras drogas. Esse é o objetivo do Seminário “Constituindo a Clínica Antimanicomial em Sergipe”, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Atenção Psicossocial. Em parceria com a Universidade Tiradentes (Unit) e com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa),o evento foi realizado nesta quarta-feira, 25, no auditório Tiradentes, campus I da universidade.
Para promover as discussões em torno do fortalecimento da rede especializada em Saúde Mental em Sergipe, o evento foi dividido em dois momentos: palestra do psicólogo e doutor em saúde coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Marcos Vinicius Oliveira, e a apresentação de Experiências Exitosas em Saúde Mental realizada por profissionais de Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de alguns municípios do estado, e selecionadas por edital publicado no Portal da Saúde.
O diretor de Atenção Integral à Saúde da SES, David Souza, destacou a importância do seminário como um reforço ao significado da luta antimanicomial no país e as conseqüências para o cuidado do pacientes trazidos pela nova forma de cuidado. “A nova forma de cuidado aos pacientes com transtorno mental trouxe benefícios para a sociedade como um todo. O convívio com a nossa loucura e das pessoas ditas como loucas denuncia e aponta com muita agudeza nossas loucuras individuais e institucionais. Lembrar a história da luta antimanicomial, é lembrar que avançamos e temos ainda muito o que avançar nesse cuidado”, afirmou.
Já a diretora de Atenção Psicossocial da SES, Ana Raquel Santiago, destacou os avanços do Estado em relação ao cuidado dos pacientes com transtorno mental e usuários de álcool e outras drogas. “O Governo de Sergipe conseguiu implantar a maior cobertura dos serviços de Atenção Psicossocial do Brasil e os leitos manicomiais foram reduzidos com o fechamento de um hospital e uma urgência manicomial. Agora vamos implantar leitos especializados em hospitais gerais, ampliando a oferta e o cuidado de qualidade na assistência às pessoas”, disse a diretora.
A luta antimanicomial
O evento faz alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, lembrado em 18 de maio. O movimento que protagonizou a Reforma Psiquiátrica no país teve início há 25 anos e trouxe consigo avanços como a substituição da forma de tratamento dos pacientes com transtornos mentais.
De acordo com o palestrante da UFBA, Marcos Vinícius de Oliveira, a forma de tratamento proposta e em curso no país para pacientes com transtorno mental e usuários de álcool e outras drogas está sendo trabalhada de forma diferenciada. “A nova forma de tratar é substituir os leitos psiquiátricos por outros serviços como o Centros de Atenção Psicossocial, os Caps, e os Centros de Convivência. Quando você retira o sujeito da sociedade você cria mais uma dificuldade para esse sujeito conviver socialmente em função da estranheza que ele já produz para a sociedade”, explicou Oliveira.
Ainda para Marcos Vinícius Oliveira, o antigo método de cuidado, que retirava os pacientes do convívio social, não possuía eficiência no resultado. “Não são somente os eficientes medicamentos que possuímos que vão tratar esses pacientes. Essas pessoas precisam de suporte e apoio social através de condições fornecidas para criar laços com a cultura e valores de cidadania”, disse o psicólogo e doutor em saúde coletiva da UFBA.
Experiências exitosas em Saúde Mental
Antes da data de realização do Seminário “Constituindo a Clínica Antimanicomial em Sergipe”, a SES abriu um processo seletivo para que profissionais que atuam na rede de Saúde Mental pudessem inscrever projetos exitosos na atenção aos pacientes para serem compartilhados e discutidos durante o evento com os profissionais da área, estudantes e diversos setores da sociedade.
Foram selecionados 12 projetos de seis municípios sergipanos: Aracaju, Barra dos Coqueiros, Lagarto, Itabaianinha, Nossa Senhora da Glória, São Cristóvão. Entre eles está o projeto do Caps Primavera, da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju: Grupo terapêutico para usuários de crack: estratégia de cuidado em saúde mental e Ponto de Cultura e Saúde Mental – uma realidade em Sergipe.
O projeto ‘Grupo terapêutico para usuários de crack: estratégia de cuidado em saúde mental’, idealizado pela psicóloga Roberta da Hora Passos, leva os pacientes à reflexão através do psicodrama (utilização de técnicas teatrais para tratamento). “O projeto surgiu da necessidade de um trabalho específico para os usuários de crack. A gente trabalha com até 15 participantes a técnica do psicodrama no intuito de abordar e refletir o sentido da vida deles e a redução de danos no consumo de drogas. O maior resultado da experiência foi a adesão ao tratamento no Caps”, afirmou.
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