[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) está trabalhando em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) para traçar o perfil de pessoas que optam por residir nas ruas de Aracaju. O mapeamento foi realizado na semana passada pela equipe técnica da Semasc que ouviu as pessoas, aplicando questionários em vários pontos da cidade onde foram encontradas pessoas que largaram a família para residir nas ruas da capital sergipana.

Foi um trabalho intenso, que envolveu mais de 80 pessoas. Os questionários respondidos serão encaminhados para a Universidade Federal de Sergipe, cuja equipe técnica, formada por experientes pesquisadores, vai analisar os dados contidos nos questionários. Este mapeamento tem como objetivo traçar o perfil das pessoas que optam por residir nas ruas, identificando suas necessidades para, a partir do diagnóstico, criar alternativas de políticas públicas que venham efetivamente reatar os laços familiares deste segmento populacional.

Para realizar este trabalho, a Semasc dividiu o pessoal envolvido em cinco equipes, que percorreram toda a capital, fazendo o levantamento das pessoas que moram nas ruas. São pessoas, que, a exemplo do senhor Rosevaldo Ramos de Oliveira, 48, que há 10 anos mora fora de casa, preferem as ruas. Rosevaldo é um sergipano de Ilha das Flores, que sobrevive na capital carregando compras nas feiras livres. Ele é pai de um jovem de 18 anos e tem família, entretanto optou por morar na rua. “Não me dava bem com meus familiares e resolvi sair de casa. Aqui me sinto livre e não tem ninguém para me incomodar”, justifica. E o senhor Rosevaldo reconhece que precisa reatar os laços familiares. “Todo trabalho que vier para nos ajudar vai ser sempre bem vindo”, destacou o senhor Rosevaldo Oliveira, logo após ser entrevistado pelos educadores sociais da Semasc.

Paralelamente a este mapeamento, a Semasc dá continuidade ao trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju para prestar atendimento a este segmento populacional na perspectiva de incentivá-lo a deixar as ruas da cidade. Eles são atendidos por educadores sociais do programa Acolher: Das Ruas à Cidadania, que já encaminharam muitos moradores de rua para a família.

Foi por meio do Programa Acolher: Das Ruas à Cidadania, que o senhor Robenval Ferreira da Cruz, com 57 à época, conseguiu reencontrar a família, cujo contato foi perdido durante longos 23 anos. Robenval saiu de Aracaju em 1984, deixando para trás seus três filhos com idade entre cinco e oito anos. Vinte e três anos mais tarde, no início deste ano, ele reapareceu e, com apoio da Semasc por meio do Programa Acolher: Das Ruas à Cidadania, conseguiu localizá-los: o filho mais velho com 31, a mais nova com 28 anos e já avô de cinco garotos.

No encontro, Seu Rubens, como é conhecido entre os amigos, não escondeu a emoção. ´Nossa! É muita emoção´, desabafou Seu Rubens, entre lágrimas, abraçando os filhos Cássia Jane Ribeiros dos Santos e Alexandro Ribeiro da Cruz, ambos com oito anos quando se despediram do pai na Rodoviária de Aracaju, e Cláudia Gardênia Ribeiro da Cruz, que tinha apenas cinco naquela época. Os filhos comemoraram. “Tenho que agradecer a vocês, a toda a equipe, por ter acolhido meu pai, que, para mim, pensava que ele já estava morto”, ressaltou Alex.

O Programa ´Acolher: Das Ruas à Cidadania´ foi criado pela Semasc em agosto de 2005, tendo como porta de entrada a abordagem pedagógica na perspectiva de incentivar moradores de rua a retomar seus laços familiares e, a partir de um atendimento personalizado na Central Permanente de Acolhimento, transformá-los em verdadeiros personagens conscientes de seus direitos e deveres de cidadão.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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