Saúde Municipal destaca avanços na Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju no ano de 2005
Conforme explica a supervisora da Rede de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Suelly Matos, estima-se que hoje algo em torno de 80% das pessoas que apresentam alguma dessas necessidades são consideradas como casos leves. Casos que poderiam e devem ser tratados e acompanhados normalmente por uma Unidade de Saúde da Família. “O que fizemos foi capacitar todos aqueles profissionais que atuam na atenção básica para que eles passassem a despertar um olhar mais aguçado para aquelas pessoas que já estavam ali e que ainda não haviam sido identificadas”, explica Suelly, enfatizando que há dois anos a equipe tenta promover essa capacitação.
“O mais importante neste processo é a concepção ampliada de saúde que ele proporciona. É quebrando preconceitos e paradigmas que nós ampliamos o cuidado dentro do território e produzimos autonomia para o usuário”. Para Suelly, tomar como objeto de trabalho não as doenças, mas as necessidades individuais de cada um, requer uma atenção maior por parte do profissional em sua relação cotidiana com o usuário.
Luta antimanicomial
Uma das diretrizes da Rede de Saúde Mental consiste na desospitalização (luta antimanicomial), na meta de redução de leitos em hospitais psiquiátricos e a criação de novos leitos em hospitais gerais, como meio de acabar com a exclusão e propor mais humanização no tratamento de usuários com transtornos mentais. Em 2001 não existia nenhum leito psiquiátrico em hospitais gerais em todo estado de Sergipe. Em 2005 a SMS, de forma pioneira, criou 16 novos e a previsão para 2006 é que este número seja elevado para 24.
Um outro destaque da Rede apontado pela supervisora é a implantação do programa “De volta para casa”, em parceria com o Ministério da Saúde (MS). Por acreditar na possibilidade de inserção social do portador de transtornos psíquicos, a mais nova iniciativa é o investimento que está sendo feito no aluguel de quatro casas que serão habitadas por usuários dos hospitais e clínicas psiquiátricas Garcia Moreno, Santa Maria e São Marcelo que possuam um longo tempo de internação e por isso tenham perdido o vínculo com a sociedade. A previsão da supervisora é de que na próxima semana o primeiro grupo possa ir para sua casa nova.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]