Representantes do Ministério da Agricultura se reúnem com orgânicos do Perímetro Piauí
A produção orgânica no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto (Pepia), que é acompanhada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), foi o tema da reunião realizada nesta terça-feira, 21, na sede do Pepia. O encontro reuniu os agricultores que fazem parte da Organização de Controle Social do Centro Sul Sergipano (OCS-CSS), representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sebrae e técnicos da Cohidro.
Na reunião, os técnicos do Ministério, recentemente nomeados para fiscalizar a produção agroecológica no Estado, se apresentaram ao grupo de agricultores orgânicos licenciados em Lagarto e falaram sobre a Comissão de Produção Orgânica de Sergipe (CPOrg-SE), coordenada pelo Mapa em Sergipe. O presidente da Associação de Produtores Orgânicos do Pepia, Genivaldo Azevedo de Jesus, esclareceu aos técnicos do Mapa a situação dos produtores OCS-CSS.
“A nossa Associação existe desde 2008. Foi criada e persiste até hoje com 10 membros. Em 2010 essa mesma associação tornou-se a OCS-CSS, onde os sócios adquiriram autorização do Mapa para venda direta do produto orgânico sem certificação. Temos hoje uma demanda de mais cinco agricultores familiares interessados em também fazer parte da nossa OCS e acredito que é o momento certo para tratarmos da entrada destes novos membros, com o aval do Mapa”, esclarece Genivaldo, também presidente da OCS-CSS.
O técnico agrícola da Cohidro, José Raimundo Pereira de Matos é responsável por avaliar e acompanhar os agricultores interessados em participar da OCS. É ele quem providencia toda a documentação que será encaminhada ao Mapa para o credenciamento dos agricultores. “É necessário avaliar a área a ser trabalhada a produção orgânica, avaliar o solo a partir de cultivos anteriores onde foram usados defensivos químicos e é imprescindível que o agricultor implante barreiras vivas, os quebra vento, para impedir que os agrotóxicos pulverizados nas áreas vizinhas sejam trazidos pelos ventos, contaminando, assim, os novos cultivos orgânicos”, ilustrou.
Hoje são 10 OCS em Sergipe, esclarece o agente de Atividade Agropecuária do Mapa, Joacir Almeida. “Alem dessas 10 OCS, temos mais uma em fase final de regulamentação. Até o final de 2013, nossa pretensão é de aumentar esse número para 17 OCS no Estado. Ao todo, são cerca de 90 agricultores familiares produzindo orgânicos nas OCS de Sergipe”, contabiliza o técnico responsável em Sergipe pela fiscalização das OCS’s.
O engenheiro agrônomo Clélio Vilanova, consultor do Sebrae, ressaltou aos agricultores na reunião, a importância dessa autorização concedida pelo Mapa, a partir da formalização da OCS. “Todo jogo tem uma regra a ser seguida. Com a documentação necessária, o produtor está apto para entrar na OCS ou buscar o laudo fornecido por um órgão certificador. Sem uma dessas autorizações, não se pode vender como orgânico”, esclareceu o também membro da CPOrg-SE.
Fiscalização
A engenheira agrônoma Sônia Loureiro representa a Cohidro na CPOrg-SE. Ela é responsável por coordenar, nos seis perímetros da Companhia, todo o processo de implantação das áreas produtivas. Hoje a Companhia atua em duas OCS, a de Lagarto e outra em malhador. “Estávamos aguardando a presença do Mapa nesta OCS. Esta reunião é importante para podermos analisar a situação atual dos agricultores e dos que pretendem aderir à OCS”, revela a agrônoma, que considera ser de fundamental importância a implantação das OCS’s, pois é bastante caro para o agricultor buscar uma certificação orgânica independente.
Técnica da Cohidro, que acompanha tanto os produtores das OCS’s como os agricultores do projeto Pais, Maria Terezinha Azevedo relata a atuação da Companhia no setor agroecológico no Pepia. “Temos dado todo o apoio aos interessados em introduzir o modelo orgânico em suas áreas. Nesses três anos de OCS, a empresa tem liberado insumos como adubos orgânicos, sementes, caixas d’água, material de irrigação e o mais importante, o acompanhamento das atividades desenvolvidas, tanto pelos técnicos de Lagarto como os de Aracaju”, expôs.
Presente à reunião, o agricultor Delfino Batista é um exemplo a ser seguido pelos demais produtores orgânicos. Cultiva hortaliças no Perímetro e comercializa seus produtos agroecológicos diretamente ao consumidor na Feira da Agricultura Familiar do Governo do Estado, realizada na Seides, vende quinzenalmente no pátio da Cohidro e atua em mais três feiras em Lagarto. Ele garante a autenticidade de seus produtos, sem medo de qualquer fiscalização. “Não tenho nada a esconder e recebo sempre as reportagens para mostrar a minha produção orgânica, pois sei que estou seguindo as recomendações para continuar dentro da OCS”, afirma.
Joacir Almeida também avaliou o trabalho da Companhia junto a OCS-CSS. “Reconhecemos essa luta, esse apoio da Cohidro em nome do produtor. É muito importante para nós, do Mapa, saber que existe e ficamos cientes de que terá continuidade todo nosso trabalho dentro do perímetro de Lagarto. Hoje nós discutimos a situação e listamos as pendências requeridas pelos agricultores, que na próxima reunião vamos resolver”, concluiu o agente do MAPA, anunciando que ficou agendado, com o Pepia, marcar uma visita a cada agricultor para atualização do cadastro de cada área orgânica, bem como da listagem suas necessidades.
Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, ressalta a importância da presença do Mapa nos perímetros para conhecer e avaliar o trabalho dos produtores. “É importante que as fiscalizações do Mapa aconteçam com mais frequência. Com o aval do Ministério, da CPOrg-SE e dos consumidores teremos a certeza de que estamos no caminho certo, em prol de incentivar e fazer crescer o fornecimento de alimentos orgânicos, mais saudáveis, às famílias sergipanas”, avalia.
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