[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Durante o Projeto Verão 2004, uma vasta programação apresentou manifestações culturais e esportivas de diversas naturezas em dois cenários: a praia da Atalaia e o centro comercial de Aracaju, onde grupos folclóricos e teatrais do Estado deram um show de tradição e alegria. A tradicional dança São Gonçalo do Amarante, do povoado Mussuca, município de Laranjeiras, apresentou um espetáculo contagiante na tarde de sexta-feira, dia 30.

Os acordes do violão em parceria fiel com o cavaquinho, uma caixa e dois pulés (instrumento musical feito de bambu) originavam o ritmo que movia os dez participantes da dança folclórica que agitou o centro comercial. Seguindo em cortejo pelo calçadão da rua João Pessoa até a praça General Valadão, eles dançaram e cantaram os causos de São Gonçalo do Amarante.

Conta a tradição que o santo português trajava-se de mulher para evangelizar as prostitutas. Cada elemento do figurino formado por xale, vestido, fitas e cores diversas ganhava vida no corpo dos lavradores, jardineiros e aposentados que trocaram a roupa do ofício diário pela indumentária tipicamente feminina. E em cada trecho da caminhada, em pleno céu aberto, esses homens maduros brincavam com a espontaneidade de uma criança.

O espetáculo
Entre os dançarinos do São Gonçalo, a melhor idade e a juventude se encontram. Dançando juntos, homens idosos e jovens ajudam a preservar a história e manter a tradição que o tempo não apagou. “Me sinto muito à vontade participando do grupo. Quando danço fico descontraído e esqueço dos problemas”, revela Leozino dos Santos, 31. Aos 84 anos, o “chefe” do grupo destaca seu amor pelo São Gonçalo de Mussuca. “É o grupo mais bonito que tem. A gente se apresentou em umas catorze capitais. Faço tudo pelo São Gonçalo e brinco pelo amor”, diz Elpídio Bispo dos Santos.

Vestido de marinheiro, acredita-se que o santo tenha tido esse ofício, o patrão não deixa a rapaziada desanimar. À semelhança de um maestro que mantém o coral sempre afinado, o personagem é o tocador da caixa e responsável pela condução da dança. Aos 62 anos de idade e 23 de São Gonçalo, José Sales dos Santos é o patrão que mantém o grupo em constante movimento. “Vou andando e brincando com eles”, destaca.

O espetáculo masculino se completou com a presença da “Mariposa”, mulher que caminhava sempre à frente dos dançarinos vestidos de saia. Ela trazia na mão a imagem do santo que dá nome à dança. “Ando sempre com o santo, sou a mulher do patrão e é ele quem vai ensinando os outros meninos. Gosto muito de andar com o santo, sinto o maior orgulho”, diz a animada Maria Santana, 57, com seu vestido branco e as mãos envoltas no barquinho que carrega a imagem de São Gonçalo do Amarante.

Com o gingado na ponta do pé e os versos saltando em alto som, o balanço do São Gonçalo chegou à praça General Valadão. O palco era a tenda montada pela Prefeitura de Aracaju durante o Projeto Verão. Luzes, som eletrônico, a sintonia dos instrumentos e a voz feminina na cantoria anunciavam: o espetáculo não pode parar. “Pra dançar o São Gonçalo tem que ter o pé ligeiro”, dizia o verso que fazia balançar os participantes do grupo laranjeirense. Na apresentação, formada por sete partes, os dançarinos interpretavam a história do santo protetor das velhas solteironas. Imitando o gingado feminino, eles abusavam no rebolado embalados por cantos como: “São Gonçalo é o santo-casamenteiro da véia. Por que não casaram a moça, que mal fizeram a ela?”.

Na criatividade dos passos e na letra de cada verso, o show conduzido pelo São Gonçalo do Amarante arrancou aplausos do público que lotava a praça General Valadão. Na terceira edição do Projeto Verão, a Prefeitura de Aracaju demonstrou mais uma vez que apóia e valoriza as manifestações folclóricas do Estado.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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