[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Um templo evangélico se transforma em sala de aula e abriga 15 adultos unidos pelo mesmo propósito: ingressar no mundo das letras. Na Igreja Presbiteriana Jerusalém, bairro São Carlos, eles participam do programa Brasil Alfabetizado, projeto implantado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) com a proposta cidadã de erradicar o analfabetismo em Aracaju. Essa meta tem sido perseguida desde novembro do ano passado, quando teve início a primeira etapa do projeto.

O programa é uma iniciativa da Prefeitura de Aracaju em parceria com o governo federal. Escolas municipais, igrejas e associações de moradores são espaços utilizados para a realização das aulas, que acontecem de terça a quinta-feira, num período de quatro meses. A cada encontro com as letras, os alunos diminuem a distância que os afasta do mundo letrado. “Já conheço as letras e hoje estou aprendendo a soletrar para dizer as palavras”, diz a dona de casa Tereza de Jesus, 51, com o sorriso de quem se encanta com as novas descobertas.

Dinâmica, a aula desta manhã, dia 15, era um convite ao raciocínio e à memorização. “Eu contei a história e depois os alunos juntaram peça por peça e montaram, em grupo, um quebra-cabeça. Isso envolve a capacidade de raciocínio deles”, afirma a professora Elisângela Alves, 22. Ela recebe R$ 15,OO por aluno alfabetizado e toda segunda-feira participa de treinamento e capacitação ministrados por profissionais da Semed. “Gostei dessa brincadeira que fizemos hoje, solta mais a minha mente”, diz a aluna Edileuza Santos, 40.

Vitória
O passado desses vizinhos de bairro e hoje companheiros no caminho do conhecimento tem as mesmas marcas: limitações financeiras e exclusão social. “Comecei a trabalhar cedo na roça para ajudar meu pai. Eu ia para a escola à noite, mas era difícil porque estava cansado do trabalho do dia. Acabei saindo da escola”, diz Antônio Gonzaga, 45, desempregado. “Fiz até a terceira série, mas não aprendi a ler e escrever. Tive que sair da escola para trabalhar. Sentia falta desse conhecimento”, revela Ângela Maria dos Santos, 32.

Eles contam as dificuldades enfrentadas por quem se sente à margem da sociedade. “As pessoas mangam se a gente fala errado. Não sei passar o troco e quando o dinheiro é grande os outros me enrolam”, desabafa Ângela. Mas esses desbravadores do saber não se rendem às dificuldades. “Estou me sentindo mais feliz, não sabia escrever e agora já sei fazer meu nome”, comemora Antônio.

Com otimismo, os alunos antecipam a lista das conquistas que virão pela frente. “Pretendo escrever alguma coisa, saber os preços sozinha, abrir crediário podendo assinar meu nome…”, enumera a dona de casa Ilza Santos Silva, 44.

Nesta segunda etapa do programa Brasil Alfabetizado, são mais de 30 turmas distribuídas em diversos bairros da capital, especialmente em regiões carentes, com cerca de 25 alunos por turma. São homens e mulheres, a partir dos 15 anos, que estão aprendendo as primeiras letras gratuitamente. “Estamos dando preferência aos locais onde não tinham turmas da primeira fase do programa, há uma forte concentração na zona norte da capital”, afirma a diretora de planejamento da Semed, Heleonora Cerqueira.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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