[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]As comemorações do feriado de 8 de dezembro, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Aracaju, terão espaço para a realização do primeiro Afoxé de Sergipe. A iniciativa idealizada pela sacerdotisa do Candomblé Marizete Lessa, do terreiro São Jorge no bairro América, ganhou o apoio da Prefeitura de Aracaju como parte das comemorações dos 150 anos da capital sergipana. O evento também será uma homenagem as mulheres negras e de santo.

“Afoxé” significa candomblé de rua, ou candomblé na rua. Um ritual religioso que extravasa os limites do terreiro e que invoca os orixás de forma profana, mas sem perder a dimensão do sagrado, duas noções que não se separam no Candomblé. Segundo Fernando Aguiar, integrante da comissão organizadora do evento, os afoxés mais antigos surgiram na Bahia, depois em Pernambuco. Rio de Janeiro e São Paulo também possuem a prática e Sergipe, depois de tantos anos terá o seu primeiro.

“Não se trata de um afoxé do abaçá São Jorge, ele foi pensado através da liderança religiosa de Marizete Lessa, mas é do povo de santo da cidade de Aracaju. Esse é um momento ímpar para a representabilidade do povo de santo em Sergipe, onde a prefeitura é nossa maior parceira”, informou Aguiar. O evento terá a participação de terreiros de Laranjeiras, Riachuelo, Socorro e Japaratuba, que já confirmaram presença. Mãe Marizete vai comandar o afoxé junto com representantes de terreiros do Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas e São Paulo.

A concentração para o dia 8 acontece a partir das 8 horas na orla da Atalaia e o cortejo será conduzido por um trio elétrico percorrendo toda a extensão da orla. O bloco baiano Ylê-ayê fará a culminância do movimento que irá reunir todo o povo do candomblé e da umbanda. No Afoxé chamado “Omo Oxum” serão apenas mulheres, 780 até o momento, que já ensaiam para o dia e os únicos homens presentes são os ‘Ogans’, que tocam os instrumentos.

Sincretismo religioso

O nome faz referência ao orixá Oxum, que segundo o candomblé representa beleza, vaidade, fertilidade e fecundidade e governa a cidade de Aracaju. A data dentro do catolicismo é dedicada a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. No sincretismo religioso equivale ao orixá homenageado. “Na verdade não significa que Oxum seja Nossa Senhora da Conceição é apenas uma relação sincrética, em que a gente aproveita a data para conseguir ter visibilidade e promoção das práticas religiosas de matrizes africanas”, explicou Fernando Aguiar.

O evento vai envolver diversos órgãos municipais, a exemplo da Assessoria de Promoção da Igualdade Racial (ASPIR), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju), Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), entre outros. A Petrobras também apoiou financiando as indumentárias para a festa e o EMES com os fogos de artifício.

O Candomblé em Sergipe se fundamentou a partir de 1940 com Nanã, mãe de criação e de santo de Marizete. Com a sua morte, dona Marizete, que possuía um terreiro no Rio de Janeiro, vem a ser a sucessora e continuadora de Nanã. Uma pessoa que dedicou e tem dedicado seus mais de 60 anos ao Candomblé. O abaçá São Jorge possui 50 anos de existência somente no bairro América, existindo há 104 anos.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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