[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O projeto de reurbanização e preservação ambiental para resgatar a cidadania de milhares de pessoas no bairro Coroa do Meio foi premiado na noite de ontem, 15, em Brasília, com o troféu Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil (ODM Brasil). A premiação, recebida pelo prefeito Marcelo Déda, reconheceu o trabalho da Prefeitura de Aracaju como fundamental para ajudar o Brasil a atingir até o ano de 2015 dois dos oito objetivos do milênio estabelecidos em 2000 por 189 países durante a Cúpula do Milênio das Nações Unidas: acabar com a fome e a miséria, e aumentar a qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. O projeto da Coroa do Meio é executado em parceria com o programa Habitar Brasil BID.

Os 27 troféus do prêmio ODM Brasil 2005, concedidos pelo Governo Federal, Organização das Nações Unidas (ONU) e Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, foram entregues pelo idealizador da premiação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pela primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Outras sete prefeituras (das quais quatro também são administradas pelo Partido dos Trabalhadores), oito organizações, oito destaques (personalidades e entidades) foram premiadas. Três menções honrosas foram distribuídas, uma delas dedicada ao trabalho do sociólogo Herbert de Souza – o Betinho, criador da Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida, inspiradora da campanha contra a fome que mobiliza o Brasil desde 1993.

“O maior capital do projeto Coroa do Meio não foi o dinheiro investido, mas a coragem que a administração teve que ter para enfrentar o que ninguém queria: as dificuldades de ordem técnica, os desafios de ordem social e os objetivos concretos de melhoria da qualidade de vida”, justificou o prefeito Marcelo Déda. Ao realizar a inclusão social, o projeto legaliza a posse de casas, acaba com as palafitas como forma desumana de moradia e oferece qualidade de vida.

“Talvez um dos pontos mais importantes do prêmio para o corpo de jurados tenha sido o fato do projeto não ter expulsado os pobres de seu local, mas, muito pelo contrário, tê-los fixado no bairro, extinguindo apenas as moradias subumanas em que eles viviam e dando-lhes casas decentes”, avaliou ele. Cerca de 920 iniciativas, dentre elas mais de 300 de governos municipais, concorreram ao ODM Brasil 2005.

A multidisciplinaridade do projeto Coroa do Meio é uma de suas características mais marcantes porque integra de forma exemplar diversas ações sociais da prefeitura como geração de emprego e renda, saúde, cultura, educação geral e ambiental, com a busca de preservação dos mangues.

“Este ecossistema tem, além do seu valor biológico, um valor histórico e cultural imenso para Aracaju, já que o mangue é a vegetação mais típica da cidade”, contou o prefeito. “O prêmio representa o prestígio nacional e internacional de um trabalho feito com muito amor, dedicação e, sobretudo, compromisso social nítido”, acrescentou Marcelo Déda ao dividir a honraria com toda a população de Aracaju, em especial com operários de execução da obra e a equipe técnica do programa, dentre os quais se destacam os secretários municipais Lúcia Falcón (Planejamento) e Sérgio Ferrari (Obras e Urbanização), além da coordenadora sócio-ambiental na área do projeto, Vera França, e de Maria de Abreu Vasconcelos, coordenadora da Unidade Executiva Municipal do Habitar Brasil BID, órgão vinculado à Seplan.

Objetivos humanitários

Na opinião do ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, o prêmio ODM Brasil 2005 destaca a base necessária ao humanismo e ao desenvolvimento contemporâneos na medida em que abrange, além das lutas contra a fome e miséria e pelo incremento da qualidade de vida e respeito ao meio ambiente mais seis objetivos: atingir o ensino primário universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

“Nós não estamos trabalhando apenas com imperativos genéricos, mas com metas e objetivos que podem ser de fato medidos e avaliados por indicadores sociais internacionais. Esta não é uma iniciativa de governo, mas de Estado somado à sociedade civil”, explicou o ministro. “Cada país pode e deve fazer a sua parte, já que quanto mais empenhados os países estiverem, mais autoridade eles terão para cobrar das nações mais desenvolvidas e dos organismos internacionais responsáveis ações concretas”.

Para ele, alguns dos maiores benefícios do prêmio ODM Brasil 2005 são a difusão e socialização das metas do milênio através da visibilidade de experiências bem sucedidas como a de Aracaju. “E isso sem contar que os projetos não premiados ficam conhecidos e mais passíveis de conseguir parceiros na sociedade”, falou Dulci.

A coordenadora sócio-ambiental do projeto Coroa do Meio, Vera Lúcia Alves França, contratada pela PMA junto à Fapese, recebeu o prêmio em Brasília juntamente com o prefeito. O certificado da homenagem foi entregue aos dois pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes. Na ocasião, o presidente Lula assinou um decreto que institucionalizou a premiação para que ela aconteça independente de governos até o ano de 2015.

O Brasil sai na frente

O diretor de Desenvolvimento Institucional do Instituto Ethos e representante do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, Oded Grajew, apresentou um quadro otimista dos esforços com resultados já comprovados que o Brasil tem feito para atingir os objetivos do milênio. A pesquisa sobre infância e adolescência divulgada pelo Unicef esta semana aponta que se o país continuar no caminho que está trilhando, o pacto de reduzir em dois terços a mortalidade infantil poderá ser superado até 2015, chegando a 16 mortes para cada mil nascidos.

A ONU também reconhece a qualidade do trabalho brasileiro. Para seu representante permanente no Brasil, Horácio Ocampo, os projetos vencedores da primeira edição do ODM 2005 fazem do país um vencedor. “As parcerias inéditas e bem sucedidas dos governos e sociedade civil demonstram o claro compromisso da nação inteira com a agenda da ODM e a convocação do presidente Lula. Precisamos colocar a extrema pobreza no centro do debate e isto vem sendo feito aqui”, disse.

A solenidade

A primeira edição, realizada ontem com o patrocínio da Petrobras, Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB) e Infraero, foi apresentada pela atriz e fundadora do Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), Zezé Mota. Contou ainda com as apresentações de balé da Associação Dançando Para Não Dançar (RJ) e de canto das mulheres do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará, ambos vencedores da premiação.

Premiados

Diversos ministros de estado, representantes da ONU e Unesco, senadores e deputados federais participaram da entrega do prêmio ODM Brasil 2005, além do secretário municipal de Comunicação de Aracaju, Mílton Alves. Confira a seguir a lista dos 27 premiados:

Prêmio Especial In Memorian

– Herbert de Souza (Betinho) – Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela
Vida.

Menção Honrosa

– Percival Cropreso, publicitário;
– Projeto Couro Ecológico (PA).

Categoria Governos Municipais

– Programa de Reurbanização do bairro Coroa do Meio – Prefeitura de Aracaju (SE);
– Programa Escola da Gestante – Prefeitura de Apucarana (PR);
– Coleta de Orgânicos com Ecocidadania – Prefeitura de Belo Horizonte (BH);
– Pólo Brasileiro de Cosméticos – Prefeitura de Diadema (SP);
– Casa Rosa Mulher – Prefeitura de Rio Branco (AC);
– Santo André Mais Igual – Prefeitura de Santo André (SP);
– Trevo de Quatro Folhas – Prefeitura de Sobral (CE);
– Semeando Educação e Saúde na Agricultura Familiar – Prefeitura de Três Passos
(RS).

Categoria Organizações

– Themis -Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero – Porto Alegre (RS);
– Projeto Um Milhão de Cisternas (P1MC) – 937 municípios da região Nordeste, Minas
Gerais e Espírito Santo;
– Projeto Menarca – 17 municípios da região dos Campos Gerais – Ponta Grossa (PR);
– Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo – São Paulo (SP);
– Programa Educando Para o Futuro – Fundação Itaú Social
– Dançando Para Não Dançar – 11 comunidades do Rio de Janeiro (RJ);
– Projeto Barraginhas – Embrapa – mais de 300 municípios brasileiros;
– Acolhida na Colônia – municípios catarinenses

Categoria Destaques

– Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) –
Belo Horizonte (BH);
– Dom Cláudio Hummes, cardeal arcebispo de São Paulo (SP);
– Dinorá Couto Cancado, ex-coordenadora de bibliotecas do Governo do Distrito
Federal (DF);
– Grupo de Trabalho Amazônico – nove estados da Amazônia Legal;
– Mulheres de Pombal – Pombal (PB);
– Pastoral da Criança – 3.900 municípios brasileiros;
– Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – Maranhão, Tocantis,
Piauí e Pará
– Associação Vaga-Lume – São Paulo (SP) – 90 comunidades rurais de 20 municípios da
Amazônia Legal.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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