PMA premia vencedores dos editais do Programa ´Aracaju + Cultura´
Das poltronas, a platéia assiste à tentativa de reunir a equipe que faz mover a engrenagem do cinema. Diretores, produtores e atores são chamados para iniciar o ritual do ´luz, câmara, ação´, quando de repente se revela que tudo não passa de uma cerimônia. Foi com essa performance criativa que a atriz Diane Veloso transformou a sala cinco do Cinemark do Shopping Jardins num palco para conduzir a entrega da premiação dos 10 projetos de audiovisual e teatro selecionados no Programa ´Aracaju + Cultura´, coordenado pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju) e idealizado pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira. A premiação aconteceu na noite da última sexta-feira.
Num discurso emocionado, Edvaldo Nogueira lembrou que a idéia de lançar os editais para que os artistas e produtores pudessem concorrer à captação de recursos via Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) nasceu das necessidades surgidas após a Lei de Incentivo à Cultura, projeto de sua autoria quando vereador na década de 90. "Com o passar do tempo, a lei ficou obsoleta e era preciso criar um mecanismo que facilitasse o acesso a financiamentos para projetos culturais", avalia.
E assim foi feito. Com o programa, cada um dos 10 contemplados recebeu R$ 15 mil para tocar suas produções. A seleção dos projetos seguiu critérios rígidos e ficou a cargo de especialistas, inclusive de fora do Estado. Cada um dos dois editais de audiovisual e teatro contou com uma banca formada por quatro nomes de notório-saber e um representante de Aracaju (Elder Vieira, vice-presidente da Funcaju e Indira Amaral, diretora-presidente da Fundação Aperipê e do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira), para garantir a lisura e a transparência do processo.
"Venceram os melhores. É justamente a valorização do mérito uma das coisas mais importantes dessa seleção", comemorou o prefeito. Para Edvaldo Nogueira, com a consolidação do Forró Caju como um evento de proporções nacionais, o projeto Arte em Toda Parte nos bairros e agora os editais, a política cultural da cidade está consolidada. "Estamos formando público, valorizando nossas tradições, criando um mercado de trabalho para os artistas e incentivando as produções", ressaltou.
A presidente da Funcaju, Lucimara Passos, prevê que os próximos editais sejam lançados no primeiro semestre de 2008, contemplando desta vez outras áreas. "É uma satisfação enorme poder atender uma solicitação antiga dos artistas locais. Estamos implantando uma política clara de apoio à cultura, com critérios públicos pré-estabelecidos, e conseguimos realizar uma seleção através de editais, feita por uma comissão julgadora isenta. Poder contribuir com um passo tão importante é algo gratificante para nós", declarou.
Os vencedores do edital de audiovisual foram: Júlia Fernandes Marques com o curta Areia Branca; Fábio Rogério Rezende de Jesus (O assunto é cinema); Rubens Araújo de Carvalho (O retorno do submarino alemão); Deborah Simão Gomes Fernandes (Sensacional); e Sérgio Borges (Você conhece Laconga). No edital de teatro foram contemplados Ana Maria dos Santos, com a peça Auto da Índia; Grupo Cultural Edmilson Suassuna (O médico à força – Molieré para todos); Vivian de Oliveira Lazar (Singularidade de uma civilização); Rogério Santos de Oliveira (Yerma); e Lílian Gomes Rocha (Chá das oito).
Reconhecimento
Durante a entrega dos cheques simbólicos, a artista Ana Maria quebrou o protocolo e pediu o microfone para dizer que aquele era um momento histórico para as artes em Aracaju. "Esse é um trabalho sério e bonito, feito por gente competente e que vai ficar para a história sergipana".
Para o ator e diretor Edmilson Suassuna, a iniciativa da Prefeitura vai abrir espaço para montagens e produções que até então não eram incentivadas pela iniciativa privada. "Há muito tempo esperávamos que o poder público criasse uma política com parâmetros claros para apoiar os trabalhos que tivessem um valor significativo para a nossa cultura", comemorou.
A cerimônia de entrega das premiações foi encerrada com homenagens aos atores sergipanos Valdice Teles, Nilton Lucas e César Macieira, que deixaram um legado de cidadania, militância e amor à arte. No ápice do evento, o ator Orlando Vieira homenageou Paulo Autran, um dos maiores ícones do teatro brasileiro. Por fim, o público teve a oportunidade de assistir o longa Conceição, dirigido pelo escritor, crítico e organizador de mostras de cinema, Daniel Caetano, do Rio de Janeiro.
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