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Mais uma atividade em prol da introdução da pimenta-do-reino, dentre as cultivares do Perímetro Irrigado Piauí (PEPIA), em Lagarto, se deu quinta-feira, 22. A convite do PEPIA, que é gerido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), o agricultor Givanilson Rodrigues dos Santos, palestrou, para os agricultores irrigantes, sobre sua experiência de 22 anos com a pipericultura no município baiano de Acajutiba, distante 153 km da capital Salvador.

A palestra, que aconteceu na sede do Perímetro, dá continuidade às ações do PEPIA que acontecem desde junho passado, quando técnicos e irrigantes visitaram a região de Valença-BA (76 km), em busca de propriedades rurais que desenvolvem cultivos de pimenta-do-reino. Dessa viagem técnica, surgiram outras visitas a produtores baianos e acordos, como o da compra de mudas, por parte dos agricultores do Perímetro e troca de informações de como cultivar a planta. A Bahia é tanto o Estado produtor mais próximo, como apresenta as características geoclimáticas mais semelhantes às de Sergipe.

Hoje são mais de cinco entusiastas da nova cultura em Lagarto, que já adquiriram suas primeiras mudas e iniciaram o plantio nos lotes irrigados pela Cohidro. Sem falar dos outros, também interessados na novidade, surgindo a cada novo encontro realizado pelo PEPIA.

Experiência

Givanilson tem hoje 500 pimenteiras, algumas com 22 anos de idade, exatamente o tempo que o agricultor tem na atividade. Em sua pequena área de 2 tarefas destinadas à pimenta-do-reino, já chegou a ter 800 pés. A diminuição da plantação, segundo ele, só se deve a ação dos dois últimos períodos de seca, que também castigaram a região do agricultor na Bahia. Para ele, feitos os tratos culturais corretos e contando com a irrigação contínua no PEPIA, a cultura no Perímetro de Lagarto tem tudo para dar certo, inclusive superando os resultados obtidos por ele.

“Sem irrigação, só contando com a água da chuva, tenho duas produções anuais, uma boa e a outra que chega a 50% da quantidade da primeira. Com a irrigação, o produtor tem a garantia de que o pé não vai morrer na seca e vai conseguir uma produção melhor do que a minha. Com cada pé produzindo até 5 quilos de pimenta-do-reino e gente oferecendo mais do que R$ 15 por quilo, é garantido que a rentabilidade, desde que tenha dedicação, seja muito boa”, conta o agricultor baiano, que durante a palestra, explicou como se dão os tratos culturais à planta e fez uma demonstração de qual a maneira correta de tirar, dos ramos da pimenteira, mudas que darão origem a novos pés.
 
Ainda, segundo o pipericultor, o beneficiamento da pimenta-do-reino não é complicado e tem venda certa, embora demore um pouco para a plantação começar a dar retorno. “Em um ano de plantada, ela começa dar os primeiros grãos, mas só depois de dois é que ela começa a produzir na quantidade normal. O beneficiamento pode ser feito tanto usando máquinas ou manualmente, para descascar as sementes, que foram secas ao sol. É muito difícil de dar alguma doença e a formiga não ataca a planta. Além do mais, eu vendo a minha pimenta ao Ceasa de Feira de Santana, mas em toda Bahia é fácil encontrar comprador”, relata Givanilson.

Viabilidade

O técnico agrícola, Tito Reis, vem sendo o principal responsável pela introdução da cultura em Lagarto, que tem chamado a atenção pela boa rentabilidade e a possível associação com outros tipos de cultivo. “Dá para consorciar com diversas outras culturas, como a cebolinha, o feijão e o milho. Desde que não faça sombra às mudas e depois ao pé, na fase adulta, são muitas as possibilidades, exceto com o pimentão que é da mesma classe botânica, e deve se evitar plantar, os pés de pimenta-do-reino, em áreas que foram cultivadas anteriormente por cucurbitáceas, como o pepino, o maxixe e a abóbora”, conclui servidor da Cohidro.

Futuros pipericultures

Eugênio Carvalho Sobrinho, irrigante no PEPIA, há dois meses adquiriu na Bahia suas 100 primeiras mudas de pimenta-do-reino que já estão plantadas e agora recebeu mais 100. “Eu estou gostando da novidade, estou muito confiante. Estou ampliando agora minha plantação e ainda quero mais mudas”, exalta o agricultor de Lagarto que já é do grupo dos agricultores que não foram à Bahia, nas primeiras visitas, procurar saber mais sobre a cultura, mas que pelo entusiasmo dos vizinhos do Perímetro e atividades realizadas pela Cohidro, aderiu ao empreendimento.

Outro que também foi convidado posteriormente a participar do grupo de pipericultores é Haroldo Araújo Fontes. Investiu alto e acaba de receber 500 mudas, que irá plantar em 1,5 tarefas que tem no PEPIA. “Fui convidado pela Cohidro para participar de uma das reuniões que ocorrerem, para mostrar a cultura e gostei. Recebi agora essas 500 e já encomendei mais”. O custo com a compra das mudas está sendo arcado pelos irrigantes, diretamente com os produtores baianos e a Companhia está tanto assessorando na seleção dos melhores fornecedores como também no transporte, de lá para Lagarto.

Antônio Reis, secretário Municipal de Agricultura de Lagarto, também assistiu a palestra que o agricultor de Acajutiba proferiu. Ele, também engenheiro agrônomo, se agradou com a ação no PEPIA, em trazer a nova cultivar para o município. “É uma excelente iniciativa da Cohidro. Lagarto está precisando disso, pois a citricultura vem passando por problemas, principalmente depois da seca. E a pimenta-do-reino é uma cultura altamente rentável e que pode absorver a mão de obra excedente das outras culturas que estão em crise. Das culturas novas que a Cohidro está introduzindo atualmente, a pimenta é a que mais vai dar certo, na minha opinião”, comenta.
 
Gilvanete Teixeira, gerente do PEPIA, explica que desde que assumiu a função, vinha buscando formas de satisfazer o desejo, manifestado pelos irrigantes, de viabilizar o plantio da pimenta-do-reino em Lagarto. “É uma cultura que no começo pode dar algum trabalho, mais que depois pode dar um bom retorno ao agricultor. Era um sonho meu, uma meta por alcançar não só minha, mas do Perímetro, que começou a ser estudada no período do meu antecessor, o colega Marcos Emílio e que hoje está se tornando realidade”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, parabeniza o empenho da equipe técnica da Cohidro em Lagarto, que fez realidade a aspiração dos agricultores irrigantes. “Eles correram atrás, vinham constantemente solicitar o apoio das diretorias de irrigação, administrativa e da presidência, para que lhes fossem dados os meios para fazer as viagens até o Estado vizinho. Certos de que estavam sendo sensatos, viabilizamos esse suporte e eles estão agora provando – a partir dos dados levantados nas visitas e estudo técnico – que há viabilidade na pimenta-do-reino em Sergipe. Mais uma alternativa no leque de cultivares que a irrigação pública pode proporcionar”.

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