[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]

Pesquisas de Hepertofauna (anfíbios e répteis) realizadas no Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, área de preservação coordenada pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), detectaram a existência de um dos menores lagartos do Brasil, a espécie Coleodactylus meridionalis, bem como, as Ischnecnema ramagii e pauludutrai, animais pertencentes aos anuros (rãs, sapos e pererecas), tidas como uma das menores espécies encontradas, até hoje, dentro da Unidade de Conservação, localizada no município de Capela. As pesquisas estão sendo coordenadas pelo Dr. Eduardo Dias, professor de Biologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) como também por alunos de graduação e mestrado voltados para a área de Ciências Biológicas. 

De acordo com o Dr. Eduardo Dias, os trabalhos, foram fundamentados a partir de um estudo prévio mediante a um levantamento de dados secundários, caracterizados, a partir de pesquisas bibliográficas e dados de coleções científicas de museus com coletas pré-perito. “Há um mês fizemos um levantamento rápido, tendo como objetivo detectar de forma simples as principais espécies do lugar”, disse.

Ainda segundo o professor, atualmente, o grupo vem fazendo um biomonitoramento utilizando-se assim dois métodos: a telemetria e bioelastômero. “Na telemetria utilizamos um chip que é colocado no animal e a partir daí se faz um processo de rastreamento. Nesse método, estamos trabalhando com espécies de Bothrops Leucurus (jararacas), a qual, é considerada uma espécie comum encontrada no Nordeste. Já o outro, que fazemos com pequenos organismos, trata-se de uma marcação e recaptura, da qual, se faz um estudo ao longo de vários anos”, frisou.

Já a metodologia feita para capturação dos animais, promovendo assim, a realização dos devidos estudos, se dá pelo uso de baldes que são colocados na terra. “Após essa fase, tudo o que é capturado dentro do objeto fazemos as devidas marcações soltando assim os animais para seus habitats”, frisa Eduardo. O professor destaca também que outra metodologia usada se encontra a partir da captura de animais arborícolas, usando-se assim, uma armadilha de espera fixada nas árvores.

“Outro método que também utilizamos é através da busca ativa. Vale lembrar que diante dessa metodologia, estamos ao longo do tempo buscando e procurando os animais nos lugares em que eles se escondem. Este processo por sua vez demanda tempo e está relacionado com o esforço da coleta de campo”, destaca o Dr. Eduardo Dias.

Ele ressalva ainda que nenhumas das espécies de Hepertofauna encontradas dentro do RVS Mata do Junco não constam na lista nacional de espécies ameaçadas, mas, independente deles estarem, boa parte dessas espécies são consideradas como “espécies (DD), diante de um conceito de animais com dados deficientes de levantamento de características biológicas”.

Informa ainda, que com os dados levantados da biologia da diversidade das espécies são importantes por vários aspectos. “Primeiro, porque com o maior conhecimento de fauna e da diversidade das espécies de um lugar, é preciso se fazer um estudo de manejo, de características de determinadas áreas. Segundo, com os estudos das espécies e da diversidade delas é possível se ter uma ideia do valor que cada área tem a partir das características específicas de cada organismo”, afirma Dr. Eduardo Dias enfatizando que esse valor não é algo muito fácil de ser mensurado, uma vez que não se existe um preço para uma espécie, mais sim uma ideia de valor associado das espécies e o que elas agregam como diversidade.

Já a coordenadora do Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, Augusta Barbosa, disse estar bastante feliz pela unidade de conservação incentivar a realização de pesquisas com objetivo de ampliar os conhecimentos sobre toda biodiversidade que compõe a UC. “Esses estudos desenvolvidos pelos alunos da UFS, bem como, de outras universidades demonstram que o refúgio é atuante para a disseminação do conhecimento”, afirma, destacando também que apesar de sua recente criação o RVS disponibiliza infraestrutura, com alojamento, centro de vivência, laboratório, escritório para desenvolvimento de atividades de proteção, pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo.

[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.