[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A pesquisadora e fotógrafa Janaína Couvo apresenta as nuances e singularidades da cultura sergipana na exposição ´Folclore Sergipano: entre cores e fitas´, que está em cartaz no Mirante da Praia 13 de Julho, unidade da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), até o próximo dia 31 de agosto.

Formada em História, ela associa a fotografia à sua prática em sala de aula. Há dez anos desenvolve uma pesquisa junto aos grupos folclóricos da capital e do interior de Sergipe. O trabalho fotográfico representa uma pequena amostra de sua pesquisa, com 27 fotografias, todas registradas a partir de 2005, revelando os aspectos peculiares e a riqueza do folclore sergipano.

Agência Aracaju de Notícias (AAA) – Como surgiu a idéia de fotografar os grupos folclóricos?

Janaína Couvo (JC) – Comecei a fazer esses registros fotográficos dos grupos folclóricos em 1997, principalmente durante os encontros culturais de Laranjeiras. Em todas as edições do evento, busco mostrar a diversidade da cultura popular sergipana registrando a história desses grupos folclóricos, suas indumentárias e todos os detalhes que caracterizam o próprio folclore. O excêntrico não está no grupo em si, mas em todo o processo de formação do grupo, das músicas, das roupas e dos elementos que eles utilizam.

AAA – Em que região do Estado você desenvolve sua pesquisa?

JC – Meu foco de pesquisa é a região do Vale do Cotinguiba. O Encontro Cultural de Laranjeiras reúne um número considerável de grupos folclóricos que vem de várias partes do Estado, como Própria, Carmópolis, entre outras regiões. Esse evento atrai muitos grupos folclóricos do Estado. É quando eu aproveito esse momento de união entre os grupos para registrar a atuação deles. Sempre que posso, faço questão de conversar com os líderes dos grupos, entrevistando, registrando um pouco a história, as músicas que cantam, os momentos singulares.

AAA – Como os grupos conseguem manter viva a tradição enquanto manifestação popular?

JC – Os grupos folclóricos se mantêm vivos graças à força de vontade e a determinação da comunidade na qual eles estão inseridos. É claro que eles sempre procuram ajuda das instituições políticas e de outros membros da sociedade. É possível perceber nas próprias indumentárias que muitos passam mais de um ano com a mesma roupa, mas não perdem o ânimo durante as apresentações. Estão ali brincando, louvando, participando das festividades da cidade, do povoado ou até mesmo da própria capital. Outro espaço que contribui muito para que o folclore esteja vivo é a escola. É na escola que os educadores que têm compromisso com a importância da cultura popular, buscam levar para sala de aula a história desses grupos folclóricos. Nosso trabalho enquanto educador é justamente manter viva essa tradição histórica da cultura local na mentalidade dos alunos.

AAA – Como é explorada a ´Semana do Folclore´?

JC – Quando falamos em Semana do Folclore, vem à tona toda a influencia da riqueza de elementos gerais já consagrados no folclore brasileiro, como a figura do bumba-meu-boi, deixando a desejar as questões locais. Por que não falar do samba de pareia, do cacumbi, da dança de São Gonçalo? É fundamental resgatar o folclore sergipano, suas lendas e seus contos. Entretanto, o tema só é retratado durante a Semana do Folclore. Quando passa esse período a temática fica abandonada porque perdura a idéia do folclore enquanto elemento exótico da cultura popular. É importante destacar sua importância durante o ano todo. Se o professor puder levar para sala de aula uma lenda, um conto, ou simplesmente contar a história de um grupo folclórico já está contribuindo sensivelmente com a manutenção do folclore.

AAA – Enquanto pesquisadora, o que você sugere para que seja ampliada a divulgação dos grupos folclóricos na capital?

JC – Em Aracaju, as manifestações deveriam ocupar mais os espaços culturais da cidade. Mas o que acontece é o seguinte: os grupos do interior são convidados para vir para capital quando tem um evento voltado para o turismo ou para participar das comemorações da semana do folclore. Mas, por que não criar um calendário de apresentações que contemplem o ano inteiro sem que estejam relacionados necessariamente ao dia do folclore? Caberia trazer esses grupos que representam a identidade cultural sergipana, mas estão escondidos nos povoados, como a Mussuca, para expor não só para o turismo, mas também para toda a sociedade sergipana.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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