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Salve, salve periféricos na sintonia! Quem ainda não ouviu esta frase, deve assistir ao programa Periferia na Aperipê TV. É dessa forma que o rapper Anderson Clayton Passos, mais conhecido como Hot Black, costuma abrir o programa que traz um retrato dinâmico, irreverente e ao mesmo tempo crítico das periferias. A grande novidade é que este produto genuinamente sergipano começa a ganhar voz em outros estados através da troca de conteúdos pela Rede Nordeste de Emissoras Públicas de TV.

A primeira emissora a veicular o Periferia, já a partir deste mês, é a TV Educativa da Bahia que completa 25 anos na próxima terça-feira, 09 de novembro. Como forma de celebração, a TV está reformulando a programação com novidades que representam o panorama cultural da região Nordeste. “Não há um programa específico da nossa grade que aborde a periferia, e vimos que o Periferia cumpre com esse papel. Há várias semelhanças entre as periferias dos grandes centros urbanos e o programa usa uma linguagem que interage com todas elas”, explica Sahada Josephine Mendes, diretora da TV Educativa da Bahia.

Um box com várias edições do Periferia foi distribuído para as emissoras que integram a Rede Nordeste, durante o encontro realizado em outubro pela Fundação Aperipê (Fundap), no qual foi oficialmente constituída a rede. De acordo com a diretora da Aperipê TV, Celiene Lima, a veiculação do programa na Bahia é um marco na trajetória deste que traz a voz da periferia à tona e dentro de uma linguagem universal. “O Periferia expressa a força social desses lugares e as experiências que podem servir de exemplo para outras realidades. Nós mostramos o que não costuma ter espaço nos canais comercias e acreditamos que é esse nosso papel enquanto TV Pública”, ressalta.

Do quintal da Aperipê para o mundo

O programa surgiu de uma ideia do próprio apresentador, Hot Black, que nasceu no bairro de Porto Dantas, na periferia de Aracaju. O rapper foi influenciado inicialmente pelo skate, passou pelo punk rock e chegou finalmente ao hip hop, quando percebeu a capacidade para fazer rimas. Aos quinze anos, ele resolveu explorar sua paixão recém-descoberta e deu origem a dois grupos de hip hop: o Bonde e Cia. e posteriormente o Mensagem Negra, grupo que mantém até hoje.

Assim como ocorreu na música, Anderson também quis mostrar sua realidade de formas. Em parceria com outros artistas de mesma linha musical, (em especial com Tony C, de São Paulo), Hot Black passou a registrar a cena do hip hop nos diversos lugares por onde passou. Os registros dos mais variados cantos do país se transformou no É Tudo Nosso, documentário com três horas de duração lançado em 2007. O documentário permanece até hoje como o mais fiel registro do hip hop brasileiro, em especial, o movimento das periferias. “Foi um trabalho conjunto, onde todos contribuíram com um pouco e toda ajuda era bem vinda”, relata o apresentador.

No mesmo ano, a Fundação Aperipê, que estava no início da atual gestão com a presidente Indira Amaral, estava reformulando a programação e abrindo espaço para novos projetos. “ É gratificante perceber o reconhecimento de um projeto no qual apostamos e que representa muito bem o processo de democratização que começou a ser implementado assim que assumimos a Aperipê na gestão do governador Marcelo Déda. O Periferia, além de expressar a diversidade do público que é representado na Aperipê TV, prova que somos capazes de produzir um programa ousado com qualidade para repercutir a voz das periferias para além de Sergipe”, ressalta Indira Amaral.

Com uma câmera na mão e ideias inovadoras prontas para a ação, Hot Black fez o piloto do Periferia e mostrou o objetivo do seu projeto. Em setembro de 2007, o “salve, salve” de Anderson Clayton passou a integrar a programação da Aperipê TV e despertar a atenção dos sergipanos. No início, o programa era gravado em um espaço do pátio da Fundap que foi devidamente transformado em uma espécie de quintal de periferia. Já nessa época, o programa contava com a colaboração dos produtores Júlio César (Detefon) e Marcos Santos (Marcão).

O projeto que teve seu início no ‘quintal’ da Aperipê já provou que tem potencial para ecoar a voz da periferia em qualquer canto do planeta.“Mesmo com toda as dificuldades que essas comunidades passam, sempre há uma forma de expressão naquele lugar que vale a pena mostrar para o resto da população. Quanto mais pessoas puderem aprender com isso, mais recompensador será o nosso trabalho”, afirma Hot Black. Atualmente, Anderson tem como principal ocupação o programa Periferia, mas ainda arranja um tempo para fazer suas rimas e se expressar com sentimento e respeito pelas diferentes realidades.

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