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Fonte: Conversa afiada

Dez anos depois que a Constituição Brasileira instituiu o voto facultativo para os jovens de 16 e 17 anos, o País acorda perplexo diante de estimativas do Tribunal Superior Eleitoral: nunca foi tão reduzido o número de títulos de eleitor emitidos para esta faixa etária. E precisamente no momento em que o Brasil conta com a maior população de adolescentes de sua história.

Mas será que esse desinteresse pelo processo eleitoral é sinal de que estamos necessariamente convivendo com uma juventude alienada, que sente-se impotente para agir e transformar a realidade que a cerca?

A resposta é não. Na verdade, vivemos um período onde a fermentação criativa é intensa entre os adolescentes, gerando em todo o País um sem número de ações concretas em relação à questão social. São jovens que se organizam em seus bairros e comunidades, que fazem da solidariedade e da arte instrumentos de mudança, que assumem para si o poder de moldar a própria vida.

Conscientes de que sua mobilização é tanto um direito quanto um dever, conseguem ver nos educadores, professores, pais ou mães os parceiros capazes de apoiá-los – o que é bem diferente de dirigi-los – rumo à concretização de seus desejos e ideais.

Longe das urnas, perto do coração

Um misto de desinformação, descrença e um sentimento enorme de impotência. Este é o sintoma básico presente em adolescentes quando o assunto é o voto. Em 1989, 3,3 milhões de jovens de 16 a 17 anos tiraram seus títulos de eleitor, aponta o TSE. Este ano, no pior desempenho em uma década, apenas 1,87 milhões foram requerer o documento.

O fato de não fazer questão em exercer este direito cívico poderia caracterizar a juventude brasileira como alienada. Porém, uma pesquisa desenvolvida pelo CPM-Market Research com mais de 4.000 mil alunos de São Paulo traça um perfil completamente diferente deste segmento:

>> 75% dos jovens acreditam que está na hora de acabar com essa história de votar em quem rouba mas faz. Se tantos pensam assim, porque então não votar? A resposta é simples:

>> 34% destes adolescentes gostariam de ter mais informações sobre os políticos, sua história e o que fizeram de bom.

>> 92% dos jovens acreditam que a lei deveria ser igual para todos, mas a descrença no poder de mudança do voto desmotiva esta juventude que é sedenta por renovação e insegura de seu poder. Mas disposição para pôr a mão na massa não falta: nada menos de 67% deles afirmam que perderiam duas horas de seu fim de semana para ajudar alguém.

Já aconteceu

Nos últimos meses, o Brasil vem sendo palco de um grande número de eventos que buscam reunir os jovens protagonistas para debates, avaliações e trocas de experiência. Assim foi com o 8º Encontro Nacional de Adolescentes, acontecido em Rio Claro-SP em julho; com o 1º Festival Nacional da Juventude, realizado em setembro, em Brasília; e com o festival O Adolescente e a Arte pelos Direitos Humanos (também em setembro) que, apesar de reunir somente jovens baianos, repercutiu nacionalmente pelo fato de o estado abrigar alguns dos mais destacados projetos de protagonismo juvenil em curso no País.

Vai acontecer

Até o final deste ano, outras iniciativas se estendem na mesma direção: em novembro acontecem o V Encontro Nacional de Meninos e Meninas de Rua, em Brasília e o seminário Vem Ser Cidadão, em Faxinal do Céu, no Paraná. E por todo o território nacional milhares de jovens estão sendo convidados a discutir sua participação na construção de uma nova realidade através do projeto O País que queremos (veja no verso os encontros que você não pode perder).

O país que o jovem quer

Diante do desencanto da juventude quanto ao processo eleitoral, o Unicef, ANDI, Fundação Odebrecht, Cenpec e Fundação Athos Bulcão idealizaram o projeto O País que queremos. A intenção é investigar a percepção dos adolescentes sobre os dirigentes políticos, além de proporcionar-lhes uma reflexão sobre a atual situação do Brasil, levantando possíveis saídas para os problemas nacionais. Entre debates e dinâmicas, os adolescentes vão descobrindo qual sua responsabilidade no que se refere ao futuro da Nação e, com isso, podem vir a se interessar mais pela política e pelo pleno exercício da democracia.

O projeto quer ouvir jovens de 12 a 18 anos de norte a sul do Brasil. Sejam aqueles já organizados em grêmios, grupos artístico-culturais ou associações, sejam simplesmente colegas de classe ou amigos. O importante é o desejo de discutir seu próprio futuro, suas expectativas/experiências em relação ao coletivo e sua visão sobre a situação atual do País.

Uma síntese dos trabalhos comporá documento que será entregue ao Presidente da República, aos governadores eleitos e aos presidentes de Câmaras Legislativas e ao poder judiciário, no dia 1º de janeiro.

>> As diretrizes para participação podem ser conseguidas através do escritório central do Unicef, em Brasília (SEPN 510 – Bloco "A" – 1º Andar – 70.750-530 – a/c Letícia Sobreira) ou navegando em um dos seguintes sites: http://www.unicef.org.br/ http://www.andi.org.br/ http://www.fundathos.org.br/.

>> Contatos:
UNICEF – (061) 340-1212 (com Letícia Sobreira)
ANDI – (061) 3226508 (com Veet Vivarta, Juliana Garcia ou Raquel Raw)

Vem ser cidadão

Este seminário reunirá 350 jovens de diversas regiões do País. Vários deles já contam com experiência na realização de ações de protagonismo – e virão compartilhar o que aprenderam. Outros já estão ensaiando algumas atividades nesta área, mas a maioria, apesar do interesse em participar de ações cidadãs, não sabe exatamente por onde começar. Junto com mais 80 educadores, eles terão a oportunidade não só de realizar um proveitoso intercâmbio, mas também de dar início à formação de uma rede de jovens promotores de cidadania.

Através de rodas de debate e diversas oficinas (jornal, rádio, teatro, Internet, tv/vídeo e música, entre outras) estará se consolidando uma percepção prática dos meios disponíveis para o desenvolvimento de ações comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa, ética e solidária. Atenção para o detalhe: serão os próprios jovens protagonistas que estarão na linha de frente de todas as atividades. Os adultos – todos eles especialistas em temas relevantes para a juventude – poderão compartilhar o centro das atenções, mas nunca dominá-lo.

>> Contatos:
FUNDAÇÃO ODEBRECHT
– (071) 340-1557 (com Anna Penido)
ANDI – (061) 3226508 (com Veet Vivarta, Juliana Garcia ou Raquel Raw)

Pelo fim da violência

Quase 1.500 pessoas reunidas em Brasília para discutir violência e a situação dos meninos e meninas de rua no Brasil. Essa será a tônica do V Encontro Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que acontece entre os dias 23 e 26 de novembro. Com o lema "Queremos viver e não sobreviver", o evento vai reunir 980 jovens que participam das atividades do movimento nos estados e municípios brasileiros, 164 educadores e 30 oficineiros, além de mais de 300 convidados nacionais e internacionais. Além de discutir e denunciar a violência que ainda ronda os jovens que vivem nas ruas, o evento pretende definir a política de atuação do movimento e avançar na organização e mobilização das crianças e adolescentes em situação de risco.

Outra meta é sensibilizar as autoridades para um maior comprometimento com as causas da criança e do adolescente e abordar a prostituição infanto-juvenil e o trabalho infantil. O encontro é organizado pelo Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua, uma grande rede que congrega milhares de jovens em coordenações estaduais e regionais.

>> Contato:
Maria Júlia Deptulski
– (061) 226 9634

A volta dos grêmios

As agremiações estudantis dos anos 90 estão com cara nova. Em função de um passado de militância partidária, muita gente ainda associa o grêmio basicamente ao engajamento político e à luta contra a repressão. Mas esse órgão, que é inde-pendente da escola, hoje tem como principal objetivo defender os interesses dos alunos e briga pela cida-dania dentro do espaço escolar.

A idéia é que os grêmios funcionem como uma ponte entre estudantes e a direção do colégio, propiciando um verdadeiro exercício de democracia. Defender os direitos dos alunos, promover o envolvimento do jovem no ambiente escolar, realizar eventos de arte e cultura na escola e representar os estudantes nas decisões da instituição de ensino são algumas das metas principais.

As autoridades da área educacional vêm percebendo a importância dos grêmios e já estão colocando em prática algumas boas iniciativas de estímulo à mobilização. A Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso, por exemplo, possui uma assessoria estudantil que incentiva a criação de grêmios na rede pública de ensino.

Para os estudantes interessados é bom saber: a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) vem oferecendo apoio aos jovens que estão montando uma agremiação estudantil.

>> Contato:
Renato Meireles
– UBES – (011) 5084 – 6237.

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