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No centro de Aracaju, existe um espaço que guarda a memória política do estado e conta a história de dezenas de políticos sergipanos, entre eles o padre e governador de Sergipe, Olímpio Campos, morto tragicamente no Rio de Janeiro em 1906 num crime de motivações políticas. Na semana passada, o Palácio-Museu Olímpio Campos (PMOC), antecipou as homenagens em torno desse personagem e realizou palestra e exposição sobre o religioso, político e um dos primeiros governadores a ocupar o PMOC, que nessa quarta-feira, 26, faria aniversário.

Todo mês, o Museu homenageia os políticos sergipanos que governaram o estado nesses 123 anos de República num evento denominado “Aniversário dos ex-Governadores”. Além das homenagens, o PMOC reúne em seu acervo fotografias e informações de todos os presidentes do recém criado estado de Sergipe, interventores e ex-governadores sergipanos, bem como de seus vices. “É uma verdadeira aula de História de Sergipe”, destacou a coordenadora de educação e pesquisa do Palácio-Museu, Eliana Borges. Em julho, os homenageados foram para João Alves e Olímpio Campos.

A economista, Maria Auxiliadora Fonseca Bravo é descendente de Olímpio Campos. Ela pesquisa a vida e obra do familiar e no evento representou a família. “É importantíssimo este momento falar de um homem que teve uma grande representatividade política e religiosa para Sergipe e que mostrou extrema bondade, simplicidade em todos os cargos que ocupou”.

Trajetória e atividades políticas 

O historiador, estudioso da história política de Sergipe e mestre em Ciências Políticas, Ibarê Dantas, falou aos alunos das escolas estaduais Tobias Barreto, de Aracaju, e Olímpio Campos, de Itabaianinha, sobre a vida e obra do homem que deu o nome a um dos mais importantes museus de Sergipe.

“Sóbrio, austero, objetivo, vingativo, administrador eficiente e escritor claro e simples”, assim Ibarê Dantas definiu o ex-governador Olímpio de Souza Campos. Natural da cidade de Itabaianinha,  o jornalista, sacerdote, professor e político nasceu no dia 26 de julho de 1853.  Aos 13 anos mudou-se para Recife, despertando entusiasmo com ideias científicas, cientificismo, naturalismo, evolucionismo e interesse pela vida eclesiástica. Em 1870 foi para Bahia e iniciou seus estudos no seminário Santa Tereza.  Aos 24 anos, assumiu as atividades eclesiásticas, elevado a vigário coadjuvante em Itabaianinha e no ano seguinte vigário geral da paróquia de Cristal (atual Cristinópolis). Quando entrou na vida política era pároco de Aracaju.

O 10º governador comandou Sergipe durante três anos (1899-1902).  De acordo com Ibarê, ele administrou o estado com energia, eficiência e empenhou-se para a melhoria das condições de vida, realizando obras de água e saneamento. Várias ruas foram calçadas da então jovem cidade de Aracaju.  Investiu em açudes e institucionalizou a vacinação nas escolas, além de promover a reforma da Constituição, a organização e administração de hospitais. Após deixar o mandato de governador, tornou-se senador entre 1903-1906, ano de sua morte.

Olimpistas x Fautistas 

No dia 28 de agosto de 1906, o Palácio Provincial, (atual Palácio-Museu Olímpio Campos), foi cenário de um confronto ideológico e político, que tingiu de sangue as páginas da história sergipana. Fausto Cardoso, advogado, deputado federal, poeta e pensador foi morto por uma bala de fuzil. Ele não aceitava a adesão de Olímpio Campos à República, muito menos seu aproveitamento no governo de Felisbelo Freire. O senador Olímpio Campos foi tido como responsável pela morte de Fausto.

Três meses depois, no dia 9 de novembro de 1906, os filhos de Fausto Cardoso, atacaram e mataram com golpes de faca e a tiros o monsenhor Olímpio Campos, na praça 15 de novembro, antigo Largo do Paço, centro do Rio de Janeiro, então capital da República. Seu corpo foi trazido e sepultado em Aracaju.  Assim, no mesmo ano, Sergipe perdia um deputado federal e um senador, duas figuras importantes da vida do estado.

Visitação

O PMOC é vinculado à Casa Civil e fica aberto à visitação de terça a sexta-feira das 10 às 17 horas e aos sábados e domingos das 9 às 13 horas. Seu acervo reúne mais de 600 peças, além dos quase 3 mil livros que compõem a biblioteca Manoel Cabral Machado. O acesso ao museu é gratuito. 

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