Mulheres com câncer ginecológico são atendidas no serviço de braquiterapia

Há pouco mais de um mês, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) reabriu o serviço de braquiterapia, antes desativado por motivos técnicos. O procedimento, exclusivamente oferecido pelo Huse em Sergipe, atende a mulheres com diagnóstico de câncer do colo uterino. Atualmente, o hospital realiza 17 inserções por semana, com pacientes que fazem de uma a quatro sessões semanais, a depender do caso.

A braquiterapia é uma forma de radioterapia em que materiais radioativos são implantados nas proximidades do tumor. Nesta modalidade de tratamento, doses de radiação são liberadas para atacar as células tumorais, sem que um grande número de células sadias seja afetado. Uma das beneficiadas pelo tratamento oferecido pelo hospital é a senhora Risoleta de Jesus. Com 75 anos, ela mostra garra para combater a doença.

“Esse tratamento é maravilhoso. Já fiz oito sessões e sem sentir nenhuma dor. É claro que a gente tem um mal estar, mas não passou disso. Outra coisa importante é o atendimento. Fiquei querendo muito bem à equipe que me atendeu, todos carinhosos e preocupados com a nossa saúde”, relata.

Humanização

De acordo com o gerente de Radioterapia do Huse e responsável pela parte assistencial, Gilmar Batista, na braquiterapia a radiação tem origem nos materiais radioativos colocados no interior do corpo, perto do tumor. Essa proximidade permite que altas doses de radiação sejam liberadas e a radiação fique restrita à região, não afetando órgãos mais distantes.

“Além do tratamento em si, nos preocupamos com toda a parte assistencial, sempre nos baseando na Política Nacional de Humanização [PNH]. O tratamento da paciente é todo monitorado, ela passa pela consulta de enfermagem – na qual é orientada – e é verificado também o seu estado emocional, para ver, por exemplo, se é necessária a ajuda de um psicólogo. Usamos ainda a musicoterapia, para que ela possa relaxar durante as sessões”, conta.

Gilmar diz ainda que, antigamente, a paciente tinha que ficar isolada. Hoje, com a modernização do tratamento, ela é atendida e liberada, não sofrendo risco de contaminar as pessoas com radiação. Comparada à radioterapia externa, a braquiterapia permite aplicar doses maiores, em intervalos de tempo menores e a volumes mais restritos.

Com este procedimento, a dose é elevada e garante melhores resultados com menores danos a tecidos saudáveis, além de diminuir os efeitos colaterais. No Huse, trabalham com a braquiterapia profissionais como enfermeiro, físico-médico, radioterapeuta, técnico de enfermagem, psicólogo e anestesista. Para garantir um atendimento de qualidade aos usuários SUS, profissionais de enfermagem do Huse foram capacitados no Hospital da Liga Norte Riograndense contra o Câncer.