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Estudantes de três escolas do interior do estado conheceram uma parte da história do Palácio-Museu Olímpio Campos, até então desconhecida por eles: a participação de um grupo de italianos que veio a Sergipe na década de 20 e que transformou a arquitetura do palácio e de diversos outros imóveis do estado. Foi a primeira e grande reforma do prédio inaugurado em 1863 e que até aquela época servia como sede do Governo. O governador responsável por essa transformação foi Pereira Lobo, que decidiu mudar o Palácio como parte das comemorações do centenário da emancipação política de Sergipe, em 1920.

Palestra sob esse tema foi proferida pela médica e pesquisadora Marbene Guedes na última edição do ano do projeto “Aniversário dos Ex-Governadores”, evento realizado mensalmente pelo Palácio-Museu (PMOC) para homenagear ex-governantes de Sergipe no mês que fariam ou fazem aniversário. A homenagem e palestra aconteceram nessa sexta-feira, 16, no hall do PMOC.

Marbene Guedes é descendente direta de um dos italianos da missão, Frederico Gentil, e centrou a sua fala na participação dos artistas e artífices italianos nessa empreitada conhecida como “Missão Italiana” e a sua relação com o governador Pereira Lobo, o governante homenageado do mês pelo PMOC.
 
Ao entrar no Palácio-Museu Olímpio Campos, o visitante se depara com grandes estátuas, entre elas a do deus Netuno e com pinturas decorativas no teto,  ricas em detalhes e de muita beleza. Vê, também, a escadaria principal revestida em mármore com gradil em ferro e bronze. Todos esses detalhes foram inseridos na ocasião da passagem do um grupo italiano. “O Palácio-Museu Olímpio Campos é rico em história e preservar essa história é missão deste governo. Aliás, podemos afirmar que nunca um governo investiu tanto em seu patrimônio histórico como o governo Marcelo Déda”, disse o secretário-chefe da Casa Civil, Jorge Alberto.

Pereira Lobo e o PMOC

Por mais de meio século, a sede do Governo Provincial de Sergipe manteve suas características de edificação inspirada nos moldes neoclássicos. Ao assumir o governo, em 24 de outubro de 1918, José Joaquim Pereira Lobo assume o compromisso de dar seguimento às pequenas reformas até então iniciadas.

Para isso o 18° governador de Sergipe contrata artistas italianos que se encontravam na Bahia como: Oresti Cercelli, arquiteto e pintor que, segundo Frederico Gentil, se inspirou em um palácio de Florença para o projeto de reforma externa; Belando Belandi, arquiteto e escultor; Bruno Cercelli, pintor, filho de Oresti Cercelli; Orestes Gatti, escultor, fundidor e pintor; Fiori, fundidor; Frederico Gentil, serviços de assentamento e Pascoal Del Chirico, responsável pela modelagem das esculturas que compõem as platibandas das fachadas. Consta dos registros históricos também, a participação dos artistas Nicola Mandarino, Rafaelle Alfano, Augusto Marozzi, Mário Noxette, Tomás Mutti.

Concluída a reforma a tempo das comemorações do centenário, as fachadas e interior da edificação ganharam esculturas, elementos ornamentais em alto e baixo relevo, pilastras e colunas com capitel corinto, gradis de ferro com desenhos rebuscados, pinturas de forro e parietal com temas alegóricos e paisagens. Essas mudanças foram inovadoras na época. O antigo prédio de linhas sóbrias ganha um caráter de monumentalidade e o requinte estético preservado até hoje e que concede ao Estado de Sergipe o pioneirismo na arquitetura e artes decorativas vinculadas ao estilo eclético.

Algumas curiosidades dessas reformas venceram os anos como a do pintor que usava o pincel e tinta com tanta maestria ao ponto de ir trabalhar – e pintar – vestido de terno branco sem ter o seu traje manchado com uma gota de tinta, sequer.

Após essa grande reforma, o casarão passou por pequenas adequações internas, sobretudo no pavimento térreo. Mas, a última e também grande reforma do Palácio aconteceu no Governo Marcelo Déda, que transformou o monumento tombado em 1985 em Palácio-Museu Olímpio Campos, por meio do decreto 6.818. Essa obra foi conduzida de perto, inicialmente pela coordenadoria de patrimônio histórico, ligada a Secretaria de Estado da Cultura, e em seguida pela Subsecretaria de Estado do Patrimônio Histórico e Cultural (SUBPAC), criada em 2009, vinculada à Casa Civil e que tem a frente o subsecretário Luiz Alberto.

Música para encerrar

O cônsul italiano em Sergipe, Carlos Cono, e o pianista Zenóbio Alfano, foram os convidados especiais da programação do “Aniversário dos ex-governadores” deste mês. Além das palestras os alunos das escolas Dom José Bezerra Coutinho e João Nascimento Filho, de Estância, e Escola Estadual Pereira Lobo, da cidade de Propriá, puderam assistir, também, as apresentações dos corais Vox Populi e da Orquestra Sinfônica de Sergipe. “Foi muito bom conhecer essa parte da história que não conhecia. Já tinha vindo aqui nesse museu, mas não sabia desses detalhes. Muito legal”, disse o estudante Jorge Luiz Freitas. 

Na avaliação do diretor do Palácio-Museu Olímpio Campos, Oyama Teles, o encerramento da programação foi em grande estilo. Já a coordenadora de educação do Palácio-Museu, Eliana Borges, disse que o Palácio-Museu está finalizando uma grande programação para 2012. O Palácio-Museu Olímpio Campos é vinculado à Casa Civil e funciona de terça a sexta, das 10 às 17 horas, e aos sábados e domingos das 9 às 13 horas. O acesso é gratuito.

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