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Agentes de endemias, técnicos em laboratório e biomédicos de 13 municípios sergipanos participam, desde o início desta semana, de uma capacitação sobre diagnóstico laboratorial da esquistossomose. O treinamento é ministrado por técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública Parreiras Horta (Lacen) e faz parte do cronograma de capacitações desenvolvido com o objetivo de descentralizar a realização de exames de média e baixa complexidade, atualmente realizados pelo órgão em Aracaju.

Segundo Zelma Moura Nascimento, coordenadora da Rede Estadual de Laboratórios Públicos de Sergipe (Redelab), a capacitação sobre esquistossomose prossegue até o dia 15 deste mês. A parte teórica foi desenvolvida entre a segunda, 4, e a quarta-feira, 6, no auditório do Conselho de Farmácia. A parte prática acontece no Laboratório de Entomologia do Lacen desde a quinta, 7.

Participam do evento profissionais dos municípios de Japoatã, Lagarto, Aracaju, Itabaiana, Estância, Japaratuba, Santa Rosa de Lima, Santana do São Francisco, General Maynard, Tomar do Geru, Pacatuba, Cumbe e Itabaianinha.

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O treinamento dos profissionais é desenvolvido por técnicos do Laboratório de Entomologia. Segundo a bióloga Catarina Zita Araújo, responsável técnica pelo setor, entre a segunda e a quarta-feira, os profissionais foram capacitados sobre noções de higiene e prevenção de helmintos e protozoários, biologia e ecologia do Schistosoma mansoni e coleta e identificação do caramujo hospedeiro.

Já durante a parte prática, eles aprendem microscopia, identificação e caracterização de ovos do Schistosoma e técnicas de preparação do caramujo hospedeiro para exame de positividade, dentre outros assuntos.

A necessidade de se atualizar quanto ao diagnóstico laboratorial da esquistossomose atraiu para o curso a biomédica Vanessa Reis Fontes. Profissional há nove anos, há quatro meses ela desenvolve suas atividades no Laboratório Municipal de Lagarto, na região Centro-Sul do Estado, onde realiza cerca de 200 exames mensais relacionados à doença.

Para ela, o treinamento é uma oportunidade de melhorar a qualidade dos exames feitos naquele município. “Além de o profissional ganhar mais conhecimento, o curso também beneficia o município, que se adequa melhor às normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, o que se reverte em melhoria dos serviços prestados à população local”, ressaltou.

Kits

A capacitação desses profissionais é uma das etapas do processo de descentralização dos exames para diagnóstico laboratorial da esquistossomose. Desde o final do ano passado, o Lacen começou a intensificar nos municípios sergipanos a distribuição de kits para testes de coproscopia, utilizados no exame parasitológico de fezes para detectar os casos de esquistossomose.

De acordo com a bióloga Catarina Zita Araújo, os kits são produzidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fiocruz, no Rio de Janeiro. A meta é distribuir o material para os 54 municípios considerados áreas endêmicas e que estão inseridos no Plano Nacional de Controle da Esquistossomose, do Ministério da Saúde. Para cobrir todos esses municípios, o Governo Federal encaminhou 1,6 mil kits ao Lacen. Cada um deles permite a realização de até 100 testes de coproscopia.

A descentralização dos exames de baixa e média complexidade está inserida no Plano de Metas para Supervisão da Redelab, cuja coordenação cabe ao Lacen. Segundo a bioquímica Zelma Moura Nascimento, coordenadora da Redelab, uma das metas prevê o subsídio para a implantação de laboratórios de entomologia nos municípios pactuados e não-operantes no controle de várias endemias. “Também cabe ao Lacen promover a melhoria das condições estruturais e técnicas dos laboratórios já existentes”, acrescenta.

A doença

A esquistossomose é uma das parasitoses humanas mais difundidas no mundo e sua ocorrência está relacionada à ausência ou precariedade de saneamento básico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a doença acometa 200 milhões de pessoas em 74 países.

Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de seis milhões de indivíduos podem estar infectados e 25 milhões expostos aos riscos de contrair a doença. Nos últimos dois anos, Sergipe registrou cerca de 350 casos de esquistossomose, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

O diagnóstico e o tratamento são relativamente simples, mas a erradicação da doença só é possível com medidas que interrompam o ciclo evolutivo do parasita (Schistosoma mansoni), como a realização de obras de saneamento básico e a mudança comportamental das pessoas que vivem em áreas endêmicas.
 

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