[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Trabalhar a arte-educação como ferramenta de inclusão social é o objetivo das políticas adotadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) para retirar crianças e adolescentes das ruas da cidade. Uma parte desse trabalho pode ser conhecida durante a III Mostra de Arte Social, realizada com sucesso na última sexta-feira no Iate Clube de Aracaju. A Mostra arrancou elogios das pessoas que visitaram o Iate, numa confraternização que culminou com um verdadeiro espetáculo de cidadania protagonizado por crianças e adolescentes, que antes viviam em situação de risco e vulnerabilidade social, marcados pela exploração do trabalho infantil e em situação de rua.

A festa da Semasc reuniu cerca de 200 crianças e adolescentes atendidos pelos programas sociais da Prefeitura de Aracaju, além da exposição de trabalhos manuais realizados pelas famílias inseridas no Programa de Inclusão Produtiva, criado pela Semasc para proporcionar alternativas de geração de renda a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. Centenas de pessoas visitaram o Iate Clube para conferir de perto as apresentações artísticas e culturais feitas pelas crianças e adolescentes.

Participaram da III Mostra de Arte Social crianças e adolescentes inseridas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e também dos Programas Criança Cidadã, Agente Jovem, Viver Legal e crianças abrigadas. O secretário chefe do Gabinete, Bosco Rolemberg, prestigiou a festa representando o prefeito Edvaldo Nogueira. Na abertura da III Mostra de Arte Social, a secretária Rosária Rabêlo, da Assistência Social e Cidadania, deu boas vindas aos artistas mirins, destacando a importância do evento. “Este evento representa os esforços que os profissionais tiveram ao longo do ano no trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes, além de ser também um trabalho de participação desses jovens como protagonistas desse segmento dentro de uma linha de cidadania”, comentou a secretária. “É fazer com que essas pessoas percebam que são cidadãos de direito. O intuito do evento é mostrar um pouco o objetivo da Secretaria de Assistência Social, que é fazer com que essas futuras gerações sejam cidadãos participantes na construção de uma sociedade mais igualitária e mais humanizada”, analisa a secretária.

Apresentações

Participaram do evento o AfroPeti, um grupo musical formado por crianças e adolescentes atendidos pelo Peti, além de apresentações de oito espetáculos nas áreas de música, teatro e dança. Entre eles, destacam-se o Coral dos Cantores, formado por crianças inseridas na oficina de coram do Peti do bairro Lamarão, que interpretaram músicas sergipanas; o espetáculo teatral Lagoa Encantada, que narra a história do casamento caipira mesclado ao mito de uma lagoa onde dois pescadores encontraram uma santa, encenada por adolescentes do Programa Agente Jovem; Papagaio Joaquim, peça teatral montada em 2005 inspirada no livro do arte-educador Manuel Cerqueira, composta por educandos do Peti das áreas dos bairros Santa Maria, Soledade e Porto Dantas; Kata Poeira, uma mistura de Karatê e Capoeira, apresentada por educandos de Peti e do Projeto Criança Cidadã; Violência Cotidiana, peça teatral formada por adolescentes do Agente Jovem e do Curso Livre de Monitoria do Programa Jovem Aprendiz, montada a partir da cultura circense e do teatro de revista, retratando cenas de violência urbana em Aracaju.

Também foi apresentado o espetáculo Com Panos e Lendas, que relata aspectos lendários e míticos da cultura em Sergipe como a Loura do Augusto Franco; o homem que vira lobisomem no bairro América; e a caipira dos Santos Dumont. Esse espetáculo reúne adolescentes dos Projetos Agente Jovem, Peti e Criança Cidadã. Ao final das apresentações, houve a aula-espetáculo, dentro do conceito do escritor Ariano Suassuna, destacando o tema “Folclore do meu Sergipe”, apresentando aspectos históricos da cultura sergipana através do teatro e da dança. A III Mostra de Arte Social foi encerrada com a apresentação de “Sergipe de Todos os Encantos”, um espetáculo musical que agrega crianças e adolescentes dos Projetos Peti, Criança Cidadã, Viver Legal e Agente Jovem.

Os educandos ficaram entusiasmados com a oportunidade que receberam da Semasc. Para Thomas Costa de Jesus Castro, 14, componente da Banda AfroPeti, participar da III Mostra é muito importante. “Aqui é o nosso esforço que vem sendo praticado ao longo do ano. O que está em jogo é a nossa dedicação, nossa participação como adolescentes atendidos pela Semasc”, comenta o adolescente. “Estou muito feliz por poder participar desse momento maravilhoso em minha vida. Devo agradecer a Semasc, que abriu as portas para mim e hoje enxergo novos horizontes”, complementa Thomas.

Os ritmos também interagiram entre si. A Oficina de Hip Hop do Projeto Criança Cidadã se fundiu à de Percussão e ganharam a simpatia do público, com o ritmo Rapa. “Participar é muito importante. Antes não tinha oportunidade de passar por momentos maravilhosos em minha vida como estou passando hoje. Eu trabalhava para ajudar minha família e hoje agradeço à Semasc por ter concedido boas oportunidade em minha vida”, comemora Wanderso Marciel dos Santos, 15, da Oficina de Hip Hop.

Entre sorrisos, Paulo Roberto de Oliveira Farias, 12 anos, se destacou na peça teatral Papagaio Joaquim. “Para mim é um grande prazer participar desse evento. Antes eu pegava caranguejo na maré para vender e hoje tenho ocupação, estudo e participo de todas as atividades do Peti”, frisa. O comentário da jovem Natane dos Santos, 17, uma das jovens que compõe o grupo Panos e Lendas não é diferente. “É uma satisfação muito grande participar de um evento importante para nós, que somos protagonistas. Aqui nós temos oportunidade de mostrar para o público a capacidade que possuímos no teatro, na música e na dança. Depois que entrei no Projeto Criança Cidadã minha vida mudou para melhor. Antes eu catava latinha na lixeira, hoje eu estudo e minha vida mudou para melhor”, disse.

“É um grande prazer estar participando desse evento que reúne educandos inseridos em projetos sociais da Semasc. Fomos orientados por educadores sociais para esse momento tão importante em minha vida”, revela Felipe Leandro Abreu dos Santos, 16, inserido na Oficina de Violino do Projeto Jovem Aprendiz. É por meio das Oficinas Sócio-educativas dos projetos sociais que a Semasc tem conseguido proporcionar cidadania e minimizar o sofrimento de expressivo número de crianças e adolescentes submetido ao trabalho infantil no município de Aracaju.

O coordenador da III Mostra de Arte Social, Rivaldino Santos, comenta sobre a união de diversas Oficinas Sócio-educativas em função de um mesmo objetivo. “Representa a integração social e o mais importante é a satisfação das crianças e dos adolescentes. Esse é o nosso grande foco, fazer com que eles se sintam protagonistas. Todos os espetáculos estão recheados de pequenos solos que são eles. Isso é uma prova que eles são capazes de conseguir o que desejam a partir do esforço e dedicação, na perspectiva de conseguir resolver as dificuldades que a vida oferece”, ressalta.

Emoção

O público aplaudiu e prestigiou as apresentações dos educandos atendidos pela Semasc. Para Silvana dos Santos Teixeira, 31, uma dona de casa mãe de dois adolescentes inseridos no Peti do Coqueiral, não escondeu a emoção de ver seus filhos brilhando nas apresentações. “Depois que inseri meus filhos no Peti, eles estão tendo uma vida maravilhosa. Estou satisfeita em vê-los sendo prestigiados e sendo reconhecidos socialmente”, comenta. “Hoje temos um bom relacionamento familiar e amo muito meus filhos. Depois que eles passaram a ser assistidos pela Semasc houve uma transformação muito grande que envolve toda família”, observa a dona de casa.

Da mesma forma relata o casal Maria Amada Santos, 38, e José Pedro dos Santos, 42, pais de Lucas dos Santos e Gleyse Kelli dos Santos, que participaram da apresentação do espetáculo Papagaio Joaquim. “É uma satisfação muito grade assistir meus filhos em cena. Uma apresentação muito linda que chama a atenção do público e tudo isso é fruto que devemos agradecer ao trabalho da Secretaria de Assistência, interligando essa geração jovem ao teatro, à música e à dança”, confessa.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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