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Um ato histórico e inédito no país fez com que Sergipe ocupasse manchetes de veículos de circulação nacional. A primeira turma de Engenheiros Agrônomos formada, em sua maioria, por estudantes oriundos de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), colou grau na tarde desta sexta-feira, 1, na Universidade Federal de Sergipe (UFS). A solenidade contou com a presença do governador Marcelo Déda. 

O fato, que chamou a atenção de veículos como o jornal O Estado de São Paulo, é fruto der uma parceria firmada entre a UFS, o MST, a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). 

Oportunidade

Dessa iniciativa nasceu um projeto específico que possibilitou a oferta de 60 vagas no curso de Engenharia Agronômica, preenchidas através de vestibular especial composto por duas provas: uma redação sobre um tema relacionado à agricultura e ao meio ambiente, e a outra, de Conhecimentos Gerais, focando o histórico da questão agrária no país e os movimentos sociais no campo. 

O curso foi financiado pelo Incra e recebeu um investimento aproximado de R$ 850 mil, envolvendo a compra de equipamentos e materiais de estudo, transporte para as atividades de campo, pagamento de professores e auxílios concedidos aos estudantes, que iniciaram sua trajetória em dezembro de 2003. 

A turma formada nesta sexta-feira, denominada Antônio Conselheiro, conta com 54 novos engenheiros agrônomos que irão desempenhar suas atividades junto aos assentamentos do MST em todo o Nordeste, multiplicando o conhecimento que receberam, e oferecendo condições de evolução dos propósitos da reforma agrária. 

Emoção

"Para mim, este é um momento histórico, pois nesse mesmo auditório, por dezenas de vezes, como militante dos movimentos estudantis, eu e diversos companheiros da minha geração lutamos pela construção de uma universidade que fosse capaz de se incorporar à luta pela construção de um novo país. O que vemos aqui é o testemunho que reafirma a ação dessa instituição como ‘casa do conhecimento’ que acolhe os filhos dos camponeses, dos trabalhadores, dando-lhes acesso ao que parecia impossível", disse Déda.

Segundo o governador, a iniciativa inédita que também marcará a história da UFS e das universidades públicas do país, representam um passo decisivo e marcante em busca da democratização do conhecimento. 

Transformação social

"Estamos dando hoje um passo seguro na democracia brasileira para democratizar a terra, democratizar a renda, o poder e o conhecimento. Por isso, como governador do Estado de Sergipe, estou aqui para manifestar formalmente a solidariedade do Estado à universidade e o seu apoio aos alunos e alunas que agora serão engenheiros agrônomos na luta pela reforma agrária, nos limites das nossas atribuições", destacou Marcelo Déda. 

Citando o célebre Rui Barbosa, o governador descreveu que a iniciativa da UFS é um elemento fundamental no combate às desigualdades sociais existentes no Brasil, contrariando às mentalidades elitistas e autocráticas. 

"Essa é a visão imortalizada por um brasileiro do porte de Rui Barbosa, que afirmava que a melhor justiça se faz quando se trata de modo diferente àqueles que são desiguais. Assim é que se superam as desigualdades, oferecendo oportunidades aos oprimidos e explorados que nunca teriam acesso da mesma forma que os demais", argumentou Déda. 

Segundo ele, a nova força de trabalho que chega ao mercado está apta a se incorporar aos objetivos estratégicos do Governo do Estado na busca pelo desenvolvimento de uma agricultura eficiente na produção de alimentos, combatendo a fome e defendendo o meio ambiente. 

Mudança de panorama

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, destacou o seu orgulho em constatar esse resultado inovador e histórico no Estado de Sergipe e contextualizou os objetivos estratégicos do Governo Federal na modificação do panorama do campo. 

Ele lembrou que, desde a posse do presidente Lula, em 2003, existiam 13 cursos universitários para assentados, todos na área pedagógica, e 922 alunos matriculados. Segundo ele, hoje são 3.649 estudantes em 49 cursos que vão da Agronomia ao Direito, passando por Geografia e Ciências Sociais, totalizando mais de 400 mil alunos atendidos nos níveis médio e superior. 

"Confesso até que senti uma pontinha de inveja, pois no meu Estado, o Rio Grande do Sul, estamos tentando há muito tempo a instalação de um curso de Veterinária, nestes mesmos moldes, e até agora não conseguimos. Sergipe, através de sua Universidade Federal, está de parabéns", revelou o presidente. 

Presenças

A solenidade contou com a presença de autoridades como o deputado federal Jackson Barreto, do reitor da UFS, Josué Modesto Subrinho, do vice-reitor, Ângelo Antoniolli, dentre outras autoridades acadêmicas, da deputada Conceição Vieira, do superintendente do Incra em Sergipe, Jorge Tadeu Jatobá, do coordenador do MST, João Daniel Somariva, dos secretários de Estado da Agricultura, Paulo Viana, de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Ana Lucia Menezes, do Planejamento, Lúcia Falcón, da Educação, José Fernandes de Lima, dentre outras autoridades e familiares dos formandos.

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