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Muito além da intenção de voluntariado, as mulheres conhecidas como ‘amigas do parto’ representam o auxílio do qual as equipes multidisciplinares da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) passaram a usufruir. Amenizadoras dos impactos emocionais enfrentados pelas pacientes, as chamadas ‘doulas’ acompanham a dinâmica dos diversos leitos da unidade de saúde.

Identificadas pelos jalecos cor de rosa, as ‘doulas’ exalam a solidariedade típica de quem prioriza a humanização, relacionada ao bem estar de uma gestante e ao nascimento de um bebê. Nem mesmo o desconforto ocasionado por uma série de contrações impede a dona de casa Claudiane Lisboa, 22 anos, de reconhecer os inúmeros benefícios trazidos pelas ‘doulas’ enquanto aguarda a chegada de David, seu primeiro filho.

“Desde que fui internada na maternidade, tenho motivos de sobra para parabenizar as ‘amigas do parto’ pelos ensinamentos transmitidos, seja acerca da respiração adequada ou mesmo das posições que em muito facilitam a adaptação às dores”, afirmou a parturiente natural do município de Pirambu, que está no oitavo mês de gestação.

Claudiane é uma das pacientes acompanhadas pela ‘doula’ Cinara Pereira, também dona de casa e mãe de dois filhos. Aluna do primeiro curso de formação promovido pelo Núcleo de Educação Permanente (NEP) da MNSL, ela não só se dispõe a massagear a paciente que sente dores, como também a conscientiza de que os incômodos provocados pelas contrações e as dores do parto podem servir para encorajar a futura mãe para o cuidado com o bebê.

“Não é fácil suportar as contrações que chegam a cada cinco minutos, como é o caso da paciente Claudiane. Por isso, nós tentamos conscientizar as gestantes para que elas entendam que tal processo ocorre dentro da normalidade. Nesses momentos, as massagens e as palavras de conforto são tidas como refrigério e contribuem para que a experiência de trazer um ser humano ao mundo não seja traumatizante”, detalhou Cinara Pereira, que atua como ‘doula’ desde janeiro de 2011.

Consolo e companhia

Para os que já conhecem, a ‘amiga do parto’ traz consigo o acolhimento natural de quem abarca a experiência e produz na gestante admitida na MNSL a serenidade através do contato direto. Em casos como o da paciente Rita de Cássia Oliveira, 30 anos, natural de Estância, as ‘doulas’ são companheiras fiéis.

“Dois meses após a interrupção de uma gestação, eu engravidei novamente e ao sétimo mês apresentei um sangramento que ocasionou a minha internação na maternidade. Aqui, foi detectado que eu estaria com a placenta baixa. Em virtude do sangramento, estou propensa a me submeter a uma cesariana aos oito meses de gestação. Uma situação delicada, principalmente, por não poder usufruir da companhia do meu marido em tempo integral, mas o sofrimento e a insegurança não fizeram parte do meu dia a dia, já que conheci as ‘doulas’. Posso assegurar que tenho amigas conselheiras que se colocam a meu favor com prontidão”, declarou agradecida.

Mesmo propondo o procedimento natural no que se refere ao trabalho de parto, a ‘doula’ Marília Santana, 27 anos, se dispõe a acompanhar mulheres como Rita de Cássia com atenção redobrada.“Humanizamos o trabalho do parto normal e mesmo quando isso não ocorre, damos toda assistência a quem necessita. É do nosso interesse que a parturiente siga todas as orientações e participe ativamente do seu parto, evitando assim os procedimentos que fogem da naturalidade”, explicou Marília.
“A importância da minha presença na vida de uma paciente me veio de forma inesperada, quando uma jovem mãe constatou o milagre da vida após ouvir o choro do seu filho. Antes de contemplar o recém-nascido, a mãe segurou em minhas mãos e mesmo com um olhar cansado teve forças para agradecer-me”, relembrou Marília.

Elo amigo

Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de formação das Doulas na MNSL, Sílvia Anjos, depoimentos como o de Marília Santana comprovam a eficiência do projeto que torna a maternidade pioneira nessa ação.

 “Ao seguir as recomendações de uma ‘doula’, uma gestante pode ter o tempo do trabalho de parto diminuído e pode reduzir a incidência de depressão pós-parto. Quem usufrui de uma aliada de tamanho gabarito e sensibilidade, sabe que a luta pela realização de um parto normal é a mesma pela melhor qualidade de vida de um bebê e de si mesma”, descreveu a coordenadora.

O sorriso tranqüilizador das ‘doulas’ pode ser considerado pelas pacientes como um verdadeiro cartão postal. Já no estágio inicial, as orientações e o esclarecimento de dúvidas sobre o trabalho de parto são imprescindíveis para que seja iniciado o acompanhamento. Até a chegada ao centro cirúrgico, o total apoio à paciente contribui para o estreitamento de laços que resultará numa sólida amizade.

 “O apoio emocional no centro cirúrgico encoraja as parturientes, tornando-as capazes de fazer uso de estratégias que amenizam a dor. Nos leitos, os primeiros cuidados com o bebê, a importância da amamentação e as posições que mais favorecem o recém-nascido são algumas das questões abordadas. Sem dúvidas, a presença das ‘doulas’ é uma novidade que veio também para auxiliar o trabalho dos profissionais da saúde. Isso gera humanização e qualidade dos serviços prestados”, garantiu a enfermeira chefe da ala rosa da MNSL, Fernanda Ferreira.

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