[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Sonho concretizado e a convicção de dias melhores. Essa é a realidade que os moradores das 24 casas entregues ontem pelo prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, passaram a vivenciar no bairro Coroa do Meio. A iniciativa faz parte do projeto Moradia Cidadã, que vai retirar 600 famílias da situação de risco em que vivem nas palafitas construídas sobre o mangue na região. Para os primeiros beneficiados com o programa desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, a casa própria já sinaliza o início de um novo tempo.

Alguns proprietários já efetuaram sua mudança para o Largo Eleanor Roosevelt, nome dado ao conjunto de casas entregue ontem. O momento era esperado com ansiedade por muitos, que não hesitaram em deixar as palafitas tão logo receberam o novo imóvel. “Quando o prefeito me entregou a chave ontem e disse que a casa era minha eu já arrumei as coisas e me mudei para cá. Comecei a mudança às dez horas da noite”, diz a cozinheira Flávia Ferreira, 26.

Durante os últimos nove anos ela sobreviveu com o marido e as duas filhas, de 3 e 7 anos de idade, em um barraco construído sobre o mangue. “Não confiava no barraco, ele não tinha segurança nenhuma. Minhas filhas caíram várias vezes no mangue e, quando chovia, a água inundava tudo dentro de casa”, lembra.

Esperança renovada
A expectativa de um dia deixar a situação de precariedade em que vivia, motivava os sonhos de Flávia Ferreira. “Sempre tinha o sonho de sair dali, mas não tinha dinheiro para pagar aluguel. Tinha o desejo de que alguém olhasse por nós e agora o prefeito fez isso”, conta, emocionada.

As lágrimas que molham o rosto da cozinheira traduzem a satisfação pela conquista do ideal há muito sonhado. Até o sono da cozinheira foi embalado pela tranqüilidade e a segurança que a aquisição do imóvel lhe garantiram. “Na palafita a gente não dormia direito, por conta do mau-cheiro de lixo. Na noite passada dormi tão feliz e, quando encostei a cabeça no travesseiro agradeci a Deus por estar aqui”, revela.

Com esperança renovada, ela planeja os próximos passos. “Vou começar a arrumar a minha casa, pois os móveis que eu tinha foram destruídos pela chuva. Pretendo, aos poucos, ir comprando tudo outra vez e também fazer um quarto para minhas filhas”, diz.

Segurança
A pequena Sanara Ferreira, 7 anos, filha de Flávia, relembra a vida sobre o mangue sem esquecer nenhum detalhe. “Lá na palafita era ruim, porque toda hora eu ficava tossindo, sem querer eu caía no mangue e por causa disso pegava micose nos pés e nos braços. Eu sempre ficava doente”, diz.

Ela revela, no corpo, as marcas desse tempo, manchas provenientes de quedas e machucados provocados por ostras e outros mariscos. O sorriso que abre no rosto anuncia que essas são marcas do passado e o presente é uma nova página dessa história. “Estou muito feliz de estar aqui, agora vou poder brincar mais livre, sem medo”, conta, entusiasmada.

Os problemas de saúde constantes também afligiam a filha de Simone dos Santos, 21. “Quando chovia e juntava água da maré com o esgoto, o barraco ficava cheio de mosquito. Por causa disso, minha filhinha vivia cheia de ferida no corpo e até pneumonia ela teve”, lembra a proprietária de uma das casas entregues pela Prefeitura de Aracaju ontem.

Ela residiu em palafita durante sete anos e se emociona ao expressar a alegria que a envolve. “Agora dou graças a Deus por essa casa. Isso aqui é um sonho que eu tinha”, diz. Compartilhando a mesma emoção da filha, dona Marivalda dos Santos, 62, mistura lágrimas e risos pela estabilidade e segurança que agora fazem parte do cotidiano de Simone. “Ontem chorei quando o prefeito entregou a chave a ela. Minha filha andava à toa, sem segurança naquele lugar e vivia num sufoco. Agora ela tem sua casinha e eu fico mais tranqüila e
eu choro porque isso tudo é uma alegria para mim”, ressalta.

Visita
Na manhã de hoje assistentes sociais do Projeto Moradia Cidadã, da Prefeitura de Aracaju, visitaram as famílias que habitam as residências concedidas pelo município. O objetivo é consultar os moradores em relação às futuras ações desenvolvidas no Largo Eleanor Roosevelt. “A área livre do terreno vai ser arborizada e estamos visitando os proprietários para receber o consentimento deles, a fim de saber se desejam ter árvores plantadas em frente às suas casas”, afirma Alessandra Meneses.

Os proprietários das 24 casas continuam realizando sua mudança para a nova moradia. A ação está sendo acompanhada pela Prefeitura de Aracaju. “Algumas pessoas se mudaram ontem, outras continuam hoje. Viemos saber também quem ainda não se mudou, pois vamos providenciar transporte para aqueles que precisam”, finaliza a assistente social.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.