Arraiá do Povo: Baby Som fecha noite de São João cantando sucessos da carreira

"O que fazemos é forró romântico, quente e arrochado". A cantora Cleene Alves foi rápida para definir a sonoridade da banda cearense Baby Som, da qual é vocalista. Mas ainda mais rápida foi a memória do público presente no Arraiá do Povo na terça, 24. Durante toda a apresentação, inúmeros espectadores cantaram como se houvessem escutado ontem todos os sucessos da banda. Expoente do forró eletrônico em meados dos anos 90, a Baby Som encerrou a noite de São João na Orla com um verdadeiro passeio nostálgico pelas canções que marcaram a época.

Criada há 27 anos, a Baby Som carrega uma peculiaridade na sua formação: foi originada do trio de irmãos Cleene, Carlinhos (sanfona) e Celso (empresário), até hoje juntos no comando da banda. A vocalista Cleene Alves credita o sucesso do grupo à união familiar. "É sempre bom estar em casa, não é!? Divido palco com meu irmão há muitos anos e me dou muito bem com ele. Junto com o Celso, formamos uma equipe ótima", disse.

Equipe responsável por uma coletânea inteira de êxitos de público como as canções "Pertinho de você", ‘Esperando você’, ‘Meu grande amor` e ‘Deixe todo esse amor pra depois’. Para Cleene Alves, o tempo pode até ter passado, mas a Baby Som continua diferenciada em relação às demais bandas. "Nosso forró não tem vulgarismos nem letras esvaziadas. Nossa vertente é romântica, com muitas canções de vaquejada", disse.

A apresentação da terça de São João foi a primeira da banda no Arraiá do Povo. E a estréia causou ótima impressão na banda. "Que estrutura maravilhosa essa. Sem dúvida alguma o Arraiá é um dos melhores eventos de São João do Estado", destacou Cleene Alves. A vocalista frisou ainda a importância do resgate cultural promovido no maior arraial do país. "Essa valorização das raízes que tem sido realizada é fundamental. Sabemos disso porque já sentimos na pele, no início da carreira, o que é ser desvalorizado. Estava ouvindo Jorge de Altinho daqui e lembrei do começo de nossa trajetória, em que tocávamos sucessos dele, de Elba, de Marinês. Fico contente em saber que há espaço para a tradição em um evento dessas proporções", disse.

Em meio ao público, era difícil encontrar alguem que não estivesse a par das letras do grupo cearense. Mas havia um casal que teve seu primeiro contato com a banda ali mesmo, em frente ao palco Clemilda. "A bateria, as cantoras, a sanfona, nem sei explicar. Não tem defeito em nada. Perfeita essa banda", exclamou o aposentado José Carmo dos Santos. Sua esposa, a doméstica Josefa Janete Costa, concordou. "Também não conhecia, e já estou adorando. Muito bom", disse.