Aracaju ganha Núcleo de Produção Digital para incentivar cultura audiovisual sergipana
Trinta alunos já estão tendo aulas no local desde o dia 9 de outubro, sob a orientação do mestre em Cinema Caio Amado. O Núcleo faz parte das ações da Rede Olhar Brasil, programa do Governo Federal lançado em Aracaju este ano pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil. Sergipe foi um dos 11 Estados escolhidos pelo MinC pela excelente organização e qualidade do projeto. Além de fomentar a produção independente de Sergipe, o espaço vai capacitar novos realizadores para o audiovisual, requalificar os que já estão no mercado e promover a inclusão digital de jovens.
“Sergipe já foi um pólo na realização de cinema, especialmente no formato Super 8, e agora está retomando seu crescimento no cenário do audiovisual brasileiro. A Universidade Federal forma muitos profissionais e há muita gente com boas idéias que não têm como realizar seus trabalhos por falta de estrutura. Agora os produtores independentes terão seu espaço para trabalhar. O NPD é um lugar de formação e aperfeiçoamento de talentos”, frisou o prefeito.
A estrutura
Com profissionais extremamente capacitados, o Núcleo Orlando Vieira vai ajudar a construir um mercado para as artes audiovisuais no Estado. “O audiovisual é uma ferramenta que une todas as manifestações culturais. No mundo inteiro as galerias de artes e exposições como a Bienal de São Paulo têm reservado espaços de destaque para o audiovisual. Aqui nós tivemos um dos projetos mais bem elaborados do país e com nossos parceiros vamos impulsionar esta área”, disse Edvaldo Nogueira ao parabenizar a coordenadora geral do NPD, primeira-dama Indira Amaral, e sua equipe.
Salas de aula, ilhas de edição e áudio, dvdteca, laboratório de fotografia, sala de
preparação para atores e um espaço amplo para vivência constituem a sede do Núcleo, que ofertará cursos de formação e capacitação em audiovisual, oficinas, cineclube, mostras, fórum de audiovisual e workshops. Alguns equipamentos deverão chegar ainda na primeira quinzena de novembro por conta do período eleitoral, quando a lei não permitia o envio do maquinário. Um painel em acrílico logo na entrada conta a história de Orlando Vieira através de fotos.
De acordo com Indira Amaral, o NPD vai trabalhar para atender às enormes expectativas criadas em torno dele. “Este é um sonho de outras gerações, que já se esforçaram muito para ver Sergipe inserido no mercado audiovisual e nós vamos lutar para que o resultado desse esforço coloque o Estado cada vez mais em destaque neste eixo tão importante da indústria cultural”, enfatizou, agradecendo aos parceiros da iniciativa.
Honrarias em vida
O prefeito Edvaldo Nogueira fez questão de frisar a escolha do nome do ator Orlando Vieira para batizar o NPD como uma questão de justiça ao trabalho que ele desenvolveu como artista, levando o nome de Sergipe a todos os cantos do Brasil. “É fundamental homenagear os que merecem em vida. Orlando se tornou o grande ator que é sem deixar sua terra, numa prova de que somos competentes e podemos fazer bem tudo o que quisermos. Homenageá-lo é reconhecer a simplicidade de um grande homem e a genialidade de um grande
ator”, falou.
Para Orlando, que havia recebido do prefeito uma medalha do sesquicentenário da capital quando do lançamento oficial do NPD no mês de outubro, o Núcleo é a concretização de um sonho coletivo. “Eu gostaria de encontrar palavras para expressar a alegria de ver meu nome perpetuado numa casa das artes tão importante, mas eu sei que esta homenagem não é apenas para mim, e sim para todos os que fazem a arte e a cultura em Sergipe”, disse o ator.
Natural do município de Capela, Orlando Vieira começou sua carreira no teatro, em Recife (PE). Hoje com 75 anos, já fez 12 longas-metragens e dois curtas. Suas mais famosas fitas são Sargento Getúlio (dirigido por Hermano Penna), que lhe rendeu o prêmio de ator coadjuvante no Festival de Gramado em 1983, e Narradores de Javé (dirigido por Eliane Caffé). Além disso, participou de duas minisséries e uma novela na Rede Globo de Televisão: ‘Tereza Batista’, ‘Uma mulher vestida de sol’ (adaptada da peça de Ariano Suassuna) e ‘Irmãos Coragem’.
Integração
A Rede Olhar Brasil é gerida por um Conselho Gestor do qual a Prefeitura faz parte através da Secretaria Municipal de Comunicação Social (Secom) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju). Também integram o Conselho a Casa Curta-SE, Sindicato dos Jornalistas do Estado de Sergipe (Sindijor), TV Cidade, Associação Brasileira dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (Arfoc/SE), Missão Criança Aracaju (MCA) e Centro de Cultura e Arte de Sergipe (Cultart/UFS).
“Para nós esse grupo de parceiros é essencial ao desenvolvimento do Núcleo. Com a TV Cidade, por exemplo, teremos a oportunidade de exibir toda a produção realizada aqui. Nossa expectativa é de que com o novo governo estadual, a TV Aperipê também abra espaço para esta divulgação”, exemplificou o prefeito Edvaldo Nogueira que, assim como o ator Orlando Vieira, reconheceu a importância de parceiros como a Casa Curta-SE, que há seis anos realiza o Festival Luso-Brasileiro de Curtas-Metragens de Sergipe em parceria com a
Prefeitura da capital.
Participaram da inauguração o secretário substituto de Políticas Culturais do MinC, Élder Vieira; o secretário de Estado da Cultura, José Carlos Teixeira; o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS), Ibarê Dantas; a futura primeira-dama do Estado, Eliane Aquino; familiares do ator Orlando Vieira; os vereadores Tânia Soares, Johnny Marcos e Sérgio Góes; representantes das instituições parceiras do projeto; diversos secretários municipais, além de atores, jornalistas e intelectuais sergipanos.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
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- Aracaju ganha Núcleo de Produção Digital para incentivar cultura audiovisual sergipana – Fotos: Márcio Dantas
