Homossexualidade na adolescência
Fonte: Andi- Agência de Notícias dos Direitos à Infância
"Nascemos machos ou fêmeas. Só depois nos tornamos homens ou mulheres"
7% dos suicídios cometidos por adolescentes e jovens estão relacionados a conflitos com a identidade sexual
Fonte: Pesquisa "O Jovem e a morte" – realizada pelo IPA (Instituto Paulista de Adolescência) nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais/Agosto 2000
O Brasil é o campeão mundial no número de assassinatos de homossexuais. A cada dois dias, um homossexual é morto no país.
Fonte: Grupo Gay da Bahia, pesquisa realizada a partir de reportagens, internet e cartas de denúncia entre 1980 e 2000
uNo Brasil, 5,9% da população masculina é constituída de homossexuais.
Fonte: Boletim Epidemiológico – dez 2000 a março 2001- Ministério da Saúde
Gays adolescentes e jovens são algumas das principais vítimas daAids, formando o grupo no qual a epidemia cresce com maior velocidade: de 1995 a 98, o aumento dos casos de Aids entre os homossexuais com idade até 25 anos foi de 17,6%, enquanto o grupo com mais de 25 anos teve uma elevação de 4,7%. Homo e bissexuais têm risco 11 vezes maior de se infectar com o vírus HIV comparados aos heterossexuais.
Fonte: Boletim Epidemiológico – dez 2000 a março 2001- Ministério da Saúde
Os dados comprovam: adolescentes homossexuais estão entre as maiores vítimas do preconceito e exclusão social. Tratados como uma minoria invisível, esses adolescentes vivem em situação de extremo risco e clandestinidade, sujeitos a homofobia e marginalização dentro da própria família. Ao contrário de outras minorias, não recebem nenhum apoio social: da escola, dos amigos, da comunidade e do sistema de saúde, justamente na idade em que mais precisam de assistência e orientação.
Pensar hoje a homossexualidade como doença, distúrbio mental ou perversão moral está fora de moda e é cientificamente incorreto. No entanto, a questão continua polêmica e mal resolvida na sociedade.
PARA COMPREENDER A HOMOSSEXUALIDADE
*Dr. Eugênio Chipckevitch, médico e psicoterapeuta de adolescentes , diretor do Instituto Paulista de Adolescência (IPA) e autor do livro "Puberdade e Adolescência: Aspectos Biológicos".
Tel: (11) 5506.9005 – E-mail: ipa2001@uol.com.br
Homossexualidade não é opção, é destino
A expressão "opção sexual" reforça os preconceitos: quem opta é responsável pelo que escolheu. Não é o que ocorre com a grande maioria dos homossexuais. Eles se descobrem assim, não escolhem ser assim.
A conscientização de um adolescente sobre sua homossexualidade é um processo, não um acontecimento
Essa conscientização ocorre cedo e pode durar anos:
Entre 11 e 13 anos, a maioria dos meninos homossexuais tem consciência de que sente desejos homoeróticos, embora ainda não se considere homossexual. As fantasias surgem por volta dos 13 e 14 anos e a auto-rotulação desses sentimentos como homossexuais ocorre ao redor dos 15-16. A auto-definição de sua orientação sexual definitiva como homossexual é mais tardia (18-20 anos) e a adoção do termo e do estilo de vida gay pode ocorrer somente no início da vida adulta (20-24 anos).
Fonte: Jaffe ML. Adolescence. John Wiley & Sons, New York, 1998
Os estigmas que cercam a homossexualidade tornam a auto-descoberta um processo doloroso para muitos desses jovens.
Além de cumprir com as tarefas próprias da adolescência, essas pessoas têm de sobreviver à rejeição social e proteger sua auto-estima contra a homofobia. A maioria atravessa esses difíceis anos mantendo absoluto segredo sobre sua condição.
Um estudo norte americano envolvendo amostragem nacional de gays e lésbicas adultos revelou que entre a consciência de ser homossexual e a revelação do fato a alguém se passam, em média, 4,5 anos.
Fonte: Ryan C, Futterman D. Lesbian and Gay Youth: Care and Couseling. Columbia University Press, New York, 1998
O preconceito ainda existe e a sociedade continua a nutrir um rançoso temor pela diferença
Jovens que vivem a sua orientação sexual na clandestinidade ou se expõem à rejeição social são mais vulneráveis à depressão, isolamento social, abuso de drogas, violência física, sexual e psicológica, problemas no lar, escola e emprego, suicídio, DSTs e AIDS .
Pelo menos um em cada dez adolescentes que procuram médico ou terapeuta pode estar vivendo conflito sexual
É preciso que os profissionais se lembrem disso e apurem a sua sensibilidade para poder ouvir, entender e acolher. Se queremos uma sociedade justa, igualitária, inclusiva, devemos trabalhar no sentido de transformação e dissolução dos preconceitos.
Conflitos relacionados à orientação sexual podem ser a realidade de muitos alunos já na 5º ou 6º série
A escola só será moderna e democrática quando for um espaço de inclusão social. O respeito à diferença e o direito à singularidade são premissas básicas na construção desse espaço em que todos são diferentes e que todos são importantes, em que todos podem contar com o reconhecimento, orientação e apoio, e em que diferença não justifica estigmatização ou marginalização.[/vc_column_text][/vc_column]
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