SSP discute implantação de Centro de Referência com entidades GLBTT
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) reuniu nesta quarta-feira, 24, representantes de associações e entidades de defesa dos direitos de pessoas gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e transgêneros (GLBTT) para debater a instalação do Centro de Referência em Direitos Humanos, Prevenção e Combate à Homofobia. O encontro foi realizado na Academia de Polícia Civil (Acadepol) e serviu para apresentação de sugestões e discutir o andamento do projeto.
O Centro será instalado num prédio localizado à rua Campos, 82, no bairro São José. A iniciativa está sendo concretizada por convênio da SSP com o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. A unidade contará ainda com a parceria do Ministério Público, Defensoria Pública, OAB, universidades, Tribunal de Justiça, Centro de Grupos Vulneráveis da Polícia Civil (CAGV) e outras secretarias envolvidas com o projeto.
O secretário da Segurança Pública, Kércio Silva Pinto, foi representado no debate pela equipe que está à frente do projeto, formada pelo delegado Mário Leony, a psicóloga Cláudia Andrade, advogada Cristiane Brito e a assessora de planejamento da SSP, Etel Mendes. O grupo relatou o andamento das obras e convidou as associações a conhecerem a casa onde está sendo instalado o Centro de Referência, na próxima segunda-feira, 29, às 9h.
O delegado Mário Leony, atualmente da Divisão de Homicídios de Aracaju, acredita que a criação do Centro será um marco na história de Sergipe. Segundo ele, na maioria dos estados são as ONG’s que assumem o papel do Estado em prestar uma assistência maior ao público gay. "Mas, em Sergipe, o Estado está sendo o principal fomentador deste projeto, mas abrindo à participação plena da população", analisou.
Foco
Conforme Cláudia Andrade, o principal objetivo da nova unidade é combater a violência e a discriminação contra a população GLBTT. A idéia, segundo ela, é promover a cidadania, atentando para a diversidade de gênero. "A função primeira será incluir as classes marginalizadas na sociedade e capacitar policiais e demais servidores da SSP a lidar com essa população. Para isso, serão oferecidos cursos, seminários e oficinas constantes para os servidores da Secretaria", adianta.
A proposta foi abraçada pela comunidade GLBTT, que aproveitou o momento para deliberar sobre pontos que podem contribuir para o sucesso do projeto. Um exemplo das sugestões apresentadas foram indicações de integrantes da SSP que já têm experiência no atendimento especializado a públicos discriminados, como Servidores que já passaram pelo Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis (CAGV).
Na oportunidade, o presidente da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (Adhons), Marcelo Lima Menezes, lembrou que o Centro é mais uma conquista do movimento em 2007 e citou a sanção, no último mês de agosto, da Lei 3.461, que institui o Dia Municipal Contra a Homofobia, a ser comemorado anualmente no dia 17 de maio. "Encontros como esse representam vitórias da comunidade", resumiu.
Já a presidente da Associação Sergipana dos Transgêneros (Astra), Tatiane Araújo, afirmou que o Estado sai na frente com a iniciativa. "Sergipe precisa de mais momentos como esse e a busca dessas parcerias com as entidades GLBTT são essenciais. Fazemos questão de que o movimento participe de forma propositiva do Centro", ressaltou.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- SSP discute implantação de Centro de Referência com entidades GLBTT – Foto: Reinaldo Gasparoni/SSP