[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, 18 de maio, a Prefeitura de Aracaju (PMA), através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realiza até sexta-feira, dia 19, uma vasta programação, incluindo oficinas de artes, de fotografia, corpo e movimento, bonecas, artes plásticas e educação física. Todas essas atividades envolvem a Reforma Psiquiátrica e o movimento da Luta Antimanicomial no Brasil. Além disso, haverá exibição de filmes, debates e mesa redonda.

A abertura da semana ocorreu na tarde de ontem, segunda-feira, às 17 horas, no segundo piso do Shopping Riomar, com a exposição “Eu vejo a loucura assim…”, apresentando trabalhos de artistas sergipanos, dentre eles o fotógrafo Lúcio Telles, a atriz Diane Veloso e o escultor Roberto Freitas. A exposição fica no Shopping até dia 19, sexta-feira.

As sete oficinas estão sendo ministradas durante toda a semana, no período da manhã e tarde, com carga horária de 40 horas, com direito a certificado no final do curso. Os interessados ainda podem realizar gratuitamente suas inscrições no Centro de Cultura e Arte da Universidade Federal de Sergipe (Cultart).

De acordo com a técnica da Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju, Anailza Ribeiro, até o momento 127 pessoas já se inscreveram, em geral estudantes de Psicologia e Pedagogia da UFS e da Unit, além de funcionários do CAP´s. “Durante essa semana continuamos realizando inscrições, inclusive para as pessoas do interior que tenham interesse em participar. Fazemos as inscrições na hora e quem tiver interesse, é só nos procurar. Essas oficinas são destinadas aos familiares, usuários e profissionais de saúde, mas acho importante que todos participem, pois quanto mais qualificado o funcionário, melhor para ele e os usuários”, informa Anailza.

No primeiro dia da oficina de fotografia, os alunos conheceram o trabalho do fotógrafo Felipe Godoy. Formando do curso de Artes Visuais da UFS, Felipe desenvolve seu trabalho fotográfico através das Artes Visuais, baseado no projeto executado no Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), com crianças autistas.

Durante a manhã de ontem, dia 16, foi ministrada a oficina de corpo e dança pela professora Cristinne Silmor, formada em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), especialista em dança, psicomotricidade (movimento) e inclusão social. Durante a oficina, os 28 alunos conheceram um pouco da história da dança, além de aprenderem técnicas e exercícios práticos. “Somos movimento o tempo todo. Nosso corpo é a forma de linguagem mais fácil e comum que conhecemos. Seja gordo, magro, deficiente visual, portadores de transtornos mentais, todos podem e devem dançar, pois ajuda a manter o equilíbrio emocional, a afastar o estresse e relaxar”, comenta Cristinne.

“Para os portadores de transtornos mentais a expressão corporal, a dança, dentro de uma linguagem contemporânea, facilita a comunicação deles com as outras pessoas, já que a dificuldade em se comunicar é um dos obstáculos. Através desse trabalho, os participantes vão estão aptos a empregar essas técnicas com os usuários, ajudando-os assim a descobrirem que são capazes de dançar ou fazer qualquer coisa”, acrescenta ela.

“Esse é o segundo curso que participo, paralelo ao de capacitação profissional. É uma iniciativa benéfica para todos, pois aprendemos muito e os usuários só ganham com isso. Além disso, eles nos ajudam muito, são receptivos, aceitam bem, gostam da forma como os tratamos. É uma linguagem nova e prazerosa que estamos aprendendo”, declara a estudante de Pedagogia e funcionária do CAP´s , Acácia Dória.

Segundo Cristiano Almeida, usuário do CAP´s Primavera há quatro anos e funcionário da mesma instituição há nove meses, o trabalho que vêm sendo realizado nesses últimos cinco anos, como por exemplo essas oficinas, abrem um leque muito grande na discussão sobre os transtornos psiquiátricos, dentro de uma visão mais moderna, mais humanitária da saúde. “É uma forma de fazer a sociedade refletir que somos capazes”, enfatiza Cristiano.

Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial

Em 1987, na cidade de Bauru, o Movimento de Trabalhadores da Saúde Mental instituiu o dia 18 de maio como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, adotando o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Esse momento inaugurou o Movimento de Luta Antimanicomial, instaurando uma nova trajetória da proposta de Reforma Psiquiátrica Brasileira, que propôs não só mudanças no cenário da Atenção à Saúde Mental como questionou as relações de estigma e exclusão impostas para os casos de transtornos mentais.

Os transtornos mentais, diferentemente das outras doenças que atingem o corpo, não conseguem ser devidamente tratados no isolamento dos manicômios e dos hospícios. A atitude de internar o portador de transtorno mental aumenta a intensidade do problema ou faz com que se torne mais crônico, mais resistente às intervenções terapêuticas.

Em Aracaju, a luta para a diminuição de internamento através dos Caps se tornou caso de saúde pública com a atual gestão da Prefeitura Municipal. Nesse sentido, a SMS abraçou a causa e investe cada vez mais no programa de Saúde Mental com o objetivo de resgatar a cidadania do usuário com distúrbio psíquico.

Programação

Oficina de Fotografia
Facilitador: Felipe H. Godoy
Datas: 15, 16 e 17
Horários: 8h ao meio-dia

Oficina do Corpo e Movimento
Facilitadora: Cristinne Sailmor
Datas: 15 e 16
Horários: Turma 1 – 8h ao meio-dia / Turma 2 – 14 às 17 h

Oficina de Boneca
Facilitadora: Aldenir
Datas: 15 e 16
Horários: 14 às 17 h

Oficina do Corpo
Facilitador: Glaudenilson Silva
Data: 17
Horários: 14 às 17 h

Oficina da Lua Artes Plásticas
Facilitadora: Cristiane Vidal
Datas: 17 e18
Horários: Turma 1 – 8h ao meio-dia / Turma 2 – 14 às 17 h

Oficina de Educação Física
Facilitadora: Lílian Oliveira
Data: 17
Horário: 8h ao meio-dia

Oficina Luta Manicomial em Debate – “Eu, Loucura e a Reforma Psiquiátrica”
Facilitadoras: Joana Rita, Kelly Carolliny, Paula Wiltshire e Simone Barbosa
Data: 18
Horários: Turma 1 – 8h ao meio-dia / Turma 2 – 14 às 17 h

Debates sobre a Reforma e os Direitos
Facilitadoras: Ana Karla Góes eJane Curbani
Data: 17
Horário: 14 às 17 h
Público Alvo: usuários, familiares e técnicos

Filme
Exibição de vídeo produzido pelos alunos do Ponto da Cultura – Projeto do Ministério Nacional da Cultura Casa CURTA-SE
Data: 17
Horário: 18h30

Mesa-Redonda “A Luta Antimanicomial” – novo modelo de assistência em saúde mental
Data: 17
Horário: 19 h

Informações: (79) 3211-9457.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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