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Dando continuidade as atividades do Simpósio do 38º Encontro Cultural de Laranjeiras, foi realizada na tarde desta quinta-feira, 10, no auditório da Universidade Federal de Sergipe, em Laranjeiras, mais um painel de debates acerca da cultura popular.

Desta vez, o tema abordado foi ‘Repertórios do teatro popular: dramaturgia e recriação’, que teve como debatedores o coordenador do grupo de teatro Mamulengo de Cheiroso, Augusto Barreto, a pesquisadora doutora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Laura Cavalcante, e o mestre dos Lambe-sujos e Chegança de Laranjeiras, Zé Rolinha. Todos sob a mediação da folclorista Maurelina Santos.

Nas falas dos debatedores foi amplamente discutido a presença do teatro popular no Estado de Sergipe, tendo como foco o grupo Mamulengo de Cheiroso, o combate dos Lambe-sujos e Caboclinhos, entre muitos outros.

Para o secretário adjunto de Cultura, Marcelo Rangel, um dos pontos chave do painel foram as três óticas de pensamento oferecidas ao público presente, a partir do momento em que se uniu em uma mesma mesa, um mestre da cultura popular, um brincante e uma doutora na área. “Tentamos mostrar nesse painel, como a cultura popular influência a arte performática, isso, através de visões diferentes, mas que se completam e se unem, dando uma dimensão muito rica do sobre o teatro popular em Sergipe e no Brasil”, disse.

Augusto Barreto, que é um dos fundadores do tradicional grupo de teatro de bonecos, Mamulengo de Cheiroso, de Aracaju, foi o primeiro a expor sua posição sobre o tema. Em suas palavras, ele falou sobre a trajetória do grupo ao longo desses 34 anos e a importância do teatro incluir no seu enredo, a cultura popular.

“É muito importante estarmos aqui, fazendo o Mamulengo presente, já que ele surgiu na década de 70, em um momento de efervescência cultural em Sergipe. E aqui, nós mostramos um pouco dos nossos conhecimentos a esse grande público que valoriza a cultura popular e esse tipo de debates”, analisou Augusto.

Seguindo os trabalhos, foi a vez do mestre Zé Rolinha falar do seu trabalho a frente dos grupos que coordena. Dando ênfase no trabalho realizado a frente dos Lambe-sujos, o mestre definiu a manifestação como um grande teatro de rua, aberto para que milhares de brincantes façam parte.

“O Lambe-sujos é uma grande teatro da cultura popular, mas que vem perdendo um pouco das suas características. A presença das pessoas que não fazem parte do grupo, mas que entram na brincadeira fazendo parte do ritual, tem crescido a cada ano. Isso, às vezes, faz o grupo sofrer influências negativas, como atos de vandalismo, confundindo os Lambe-sujos com uma brincadeira violenta, o que não é”, explica o mestre.

Quem também deu sua contribuição aos estudantes e pesquisadores presentes foi a pesquisadora da UFRJ, Maria Laura Cavalcante. Através de sua fala, ela expôs uma reflexão sobre como o ritual antropológico traz uma noção de teatro, principalmente quando está fundamentado na cultura popular.

“É o teatro que muitas vezes informa o vocabulário dos estudiosos, quando eles procuram compreender e definir certas manifestações da cultura popular”, argumentou. “O teatro trabalha e opera com contrastes. Requer um tempo especial, um enredo. E os rituais são encontros de pessoas, assim como o teatro”, completou.

Sobre o Simpósio

O Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Laranjeiras, Iphan-Se, Conselho Estadual de Cultura, Comissão Sergipana de Folclore e a Universidade Federal de Sergipe, através da do campus Laranjeiras e do Núcleo de Pós-Graduaçãoem Geografia (NPGEO), que realiza o II Fórum Patrimônio e Festas de Sergipe, durante o evento.

O evento acontece desde a última quarta-feira, 09, e segue até a sexta-feira, 11, levando ao público amplas discussões sobre a cultura sergipana, sob a ótica do tema ‘Lúdica: poder comunicante’.

Confira a programação do último dia de Simpósio:

08h30 – Acolhimento: Grupo Folclórico Reisado Sergipano Mirim
9h – Painel 3: Caminhos lúdicos: tempo de ver, ouvir e interagir

Participantes:

Ézio Déda (Museu da Gente Sergipana/SE)
Rejane Harder (Núcleo de Música/UFS)
Mestre Rindu (Caceteiras de S. Cristóvão/SE)
Mediação: Dra. Ana Angélica Freitas Gois (Núcleo de Dança da UFS)
11h – Debate
12h – Lançamento do livro de Aglaé Fontes – Mestre Rindú Projeto Patrimônio Cultural – Série Memórias
 Almoço (livre)
14h – Roda de conversa: Apresentação e discussão de trabalhos acadêmicos expostos em pôsteres.

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