Série ‘Sons da Catedral’ é encerrada com exaltação à nacionalidade
A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) encerrou em grande estilo, nesta quinta-feira, 10, sua série ‘Sons da Catedral’. A beleza do cenário da Catedral Metropolitana de Aracaju foi palco pela quarta vez, este ano, para apresentação da orquestra sergipana. Embalados pelo ritmo do oboé e da viola, o público ficou extasiado com a execução de obras musicais de grandes artistas da música clássica oriundos de várias partes do mundo.
A ORSSE é mantida pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com patrocínio do Instituto Banese e apoio da Fundação Aperipê e Segrase, além disso, ela é dirigida pelo regente titular Guilherme Mannis. Iniciado em 2007, o projeto ‘Sons da Catedral’ conta com o apoio da Arquidiocese de Aracaju e da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Por sua grande importância na trajetória musical da Orsse, a série ‘Sons da Catedral’ foi encerrada com chave de ouro, contando com a participação de renomados músicos internacionais, como o oboísta Kevin Vigneau; e a professora de viola da Universidade do Novo México, Kimberly Fredenburgh. A última edição da série também homenageia o dia nacional da Cultura – comemorado no dia 5 de novembro – e os 26 anos de tombamento como Patrimônio Histórico de Sergipe da Catedral Metropolitana de Aracaju.
Durante a apresentação, a regência ficou por conta do maestro assistente Daniel Nery. Segundo ele, os solistas convidados participaram de uma série de atividades visando o fomento da música em Sergipe. “Eles lecionaram não só para nossos músicos, mas também para o público externo. O Kevin, por exemplo, foi até a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e deu uma palestra para os estudantes do curso de Música. A Kimberly ministrou uma aula sobre a viola. Além de um intercâmbio cultural, foi um intercâmbio bastante didático para todos”, ressaltou.
Em relação ao repertório escolhido para noite, Daniel contou que este foi estudado minuciosamente, contemplando diferentes nacionalidades. “O repertório é bastante especial, pois combina diferentes nacionalidades: a Rússia, a Finlândia, a Romênia e a Inglaterra. A partir dessa mescla, nós queremos mostrar como os compositores trazem a glória da sua pátria através da sua música, ou seja, as diferentes visões do nacionalismo”, explanou o maestro.
De acordo com Kevin Vigneau, é um prazer estar em um lugar tão acolhedor como Sergipe. “Este convite foi maravilhoso e hoje eu posso estar aqui executando uma peça que eu particularmente admiro de Ralph Vaughan. Quero que as pessoas enxerguem as paisagens inglesas através desta obra”, disse.
Para a solista Kimberly Fredenburgh, a certeza de que esse seria um grandioso espetáculo veio desde os ensaios. “Estou muito entusiasmada e feliz de vir tocar com a ORSSE. Senti que durante os ensaios houve um esforço conjunto entre os músicos, por isso tenho certeza de que será um grande concerto”, frisou a violista.
Espetáculo nacionalista
Dando início ao espetáculo, os músicos da ORSSE abriram a noite com Finlândia, Op. 26, de Jean Sibelius; trata-se da peça mais conhecida de Sibelius, sendo repleta de melodias e explosões dramáticas. Após a execução, o solista Kevin Vigneau executou ao lado da orquestra, o Concerto para oboé e orquestra de cordas, em lá menor, de Ralph Vaughan; a obra é inteiramente influenciada e colorida pelo nacionalismo de seu compositor.
Em seguida, foi a vez de Kimberly Fredenburgh apresentar-se, com o Concerto para viola e orquestra de Béla Bartok, que se traduz na reunião de variados temas folclóricos da música húngara. Por fim, a opressão sofrida pelos sérvios durante a guerra com o império turco-otomano (1876), retratada na obra do genial Tchaikovsky: Marcha Eslava, op.31, foi apresentada ao público sergipano.
Público
Democratizar o acesso à música clássica é uma das premissas da Orsse, por isso o projeto ‘Sons da Catedral’ permite que o público sergipano possa estar conectado com grandes obras sinfônicas, de forma gratuita. Pessoas de todas as idades e de todas as classes conferiram o encerramento dessa edição do projeto.
Elber Vieira é do interior de Alagoas e afirmou nunca ter assistido a uma apresentação orquestral. “Minha relação com a música diz respeito apenas ao prazer de ouvi-la, por isso fui convidado por um amigo para estar aqui esta noite. Nunca tinha estado num concerto e fico feliz de ter vindo, pois percebo a qualidade destes músicos”, ressaltou.
Diferentemente de Elber, as aposentadas Cremilda Bezerra e Maria Oliveira vão constantemente a concertos sinfônicos e se dizem fãs assíduas da Orsse. “Percebo qualidade em tudo que vem deles, desde o livreto até a execução das obras. Nós sergipanos merecemos ouvir estes sons maviosos, por isso parabenizo todos estes músicos que nos homenageiam com lindas peças a cada apresentação”, declarou Cremilda, que ainda afirmou não perder um espetáculo, seja no teatro, seja na Catedral.
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