Sergipe é pioneiro na realização de inquérito para Brucelose e Tuberculose bovina
Fazer de Sergipe o estado pioneiro na realização do Inquérito Sorológico para a Brucelose e Tuberculose animal. Foi com esse foco que a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) promoveu, no período de 5 a 10 de dezembro, no Hotel Parque das Águas, em Aracaju, o curso de capacitação destinado a 30 médicos veterinários do setor de Defesa Animal da empresa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A iniciativa, além de promover o nivelamento dos conhecimentos daqueles profissionais, pretende colocar Sergipe entre os pioneiros na realização do levantamento do conjunto dessas doenças, que possuem caráter zoonótico (que pode ser transmitida para o homem), no intuito de saber a prevalência delas no estado e, a partir daí, adotar medidas de proteção tanto para o rebanho, quanto para a sociedade.
Segundo a Diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Salete Dezen, o último inquérito da brucelose foi feito há oito anos. “Nesse último inquérito da brucelose, realizado em 2003, foi constatado alto índice de prevalência da doença. Entretanto, com o levantamento em mãos, o Estado adotou algumas medidas, como campanhas de vacinação. De lá pra cá, pouca coisa vem sendo feita já que o procedimento fica muito caro para o produtor custear”, disse.
Salete disse ainda que, quanto à prevalência da tuberculose, o estado ainda não fez o levantamento. “Sergipe ainda desconhece a prevalência da tuberculose animal, contudo, com a realização do inquérito, nós passaremos a monitorar sua incidência permitindo, assim adotarmos medidas de controle e erradicação da doença”, acrescentou, adiantando que, após a realização do curso, o setor de defesa está elaborando um plano de ação para dar início aos inquéritos.
Participaram do curso o médico veterinário, professor da Universidade de São Paulo e consultor de epidemiologia do Mapa, José Soares; a coordenadora nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, Gabriela Bicca; o chefe da SIFISA do Mapa, Eduardo Luiz Costa; a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Salete Dezen, o coordenador de Defesa Animal da empresa, Carlos Fernando Pereira Sá e; a coordenadora de Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, Ana Paula Barros.
Brucelose e Tuberculose Animal
A brucelose é uma doença infecto-contagiosa causada pelas bactérias pertencentes ao gênero brucela, do qual existem várias espécies, todas perfeitamente caracterizadas e distintas. Ela é transmitida através de contato com a pele, urina, fetos abortados, placenta, sangue, ingestão de leite cru e derivados de animais – gado bovino, ovelhas, cabras e coelhos – contaminados. A doença não é transmitida de pessoa a pessoa.
As infecções brucélicas nos animais domésticos estão associadas principalmente a problemas reprodutivos como abortamento, nascimentos de crias fracas e baixa fertilidade, com efeitos desastrosos para a pecuária. Assim, por causar prejuízos à pecuária e ser transmitidas dos animais para as pessoas, muitos países têm adotado medidas severas de controle ou erradicação da brucelose na população animal.
Sua prevenção se dá por meio do controle da higiene do gado, vigilância sanitária do leite e derivados e desinfecção das áreas contaminadas, além de evitar contato com animais contaminados. O tratamento se dá por meio de vacina, que só poderá ser comprada mediante apresentação de receita emitida por um veterinário credenciado, e é aplicada somente uma vez em bezerras com idade entre três a oito meses. No Brasil é aplicada a vacina B19, por profissionais autorizados.
Já a Tuberculose animal é disseminada entre os bovinos principalmente por via oral e respiratória. A transmissão para o homem ocorre pela ingestão de leite e derivados contaminados, via cutânea e por via respiratória. A ocorrência no rebanho depende do tipo de exploração e sistema de manejo. Nos bovinos, a tuberculose caracteriza-se pelo desenvolvimento progressivo de lesões granulomatosas, que podem se localizar em qualquer órgão, causando redução do tempo de vida produtiva, rejeição parcial ou total de carcaças, crescimento mais lento ou mesmo perda de peso e diminuição na produção de leite.
- Sergipe é pioneiro na realização de inquérito para Brucelose e Tuberculose bovina – Foto: Ascom/Emdagro