[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]“Marcas da Violência: o exposto e o invisível no cotidiano feminino” foi o tema da mesa redonda realizada na manhã de hoje, dia 06, no auditório da Seast – Secretaria de Estado da Ação Social e do Trabalho, dando seqüência ao Seminário Diga Não à Violência. O evento faz parte da 1ª Semana em Defesa dos Direitos da Mulher que vem sendo promovida pela Prefeitura de Aracaju, através da SMASC – Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania -, em comemoração ao dia “08 de março” que se aproxima.
O debate, coordenado pela secretária de Assistência Social do município, Maria da Conceição Vasconcelos, contou com as exposições da delegada da Mulher, Iraci Mangueira, a psicanalista Deborah Pimentel e a representante da Saci – Sociedade Afrosergipana de Estudos da Cidadania -, Joseanes Lima. Como debatedora, participou a professora Maria Helena Santana Cruz, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher e Relações de Gênero da Universidade Federal de Sergipe. A presidente da Fundat – Fundação Municipal do Trabalho -, Conceição Vieira, também participou do debate.
A delegada Iraci esclareceu os procedimentos necessários para o trabalho policial e ressaltou que os crimes mais comuns são os de estupro e atentado violento ao pudor. Falou também sobre os crimes de efeito moral que são comumente praticados, mas pouco denunciados. “Além do trabalho policial, existe uma preocupação com o estado psicossocial da vítima”, afirma.
A Delegacia da Mulher localiza-se na avenida Barão de Maruim e é a única que atende o público feminino especificamente. Atualmente, dispõe de uma delegada, uma assistente social e uma psicóloga. Em função do reduzido número de funcionários, a demanda é atendida a longo prazo. O que a delegada, além de reconhecer, chamou atenção para a importância da iniciativa da SMASC que vem impulsionar a luta pelos direitos da Mulher na capital sergipana.

Estatísticas
No mundo, a cada 15 segundos, uma mulher é espancada e no Brasil, a cada 4 minutos. A informação foi dada pela psicanalista Deborah Pimentel que falou sobre os problemas que afligem as mulheres e os efeitos da violência praticada contra esse público.
“É preciso que as mulheres tenham coragem de denunciar os abusos a que são submetidas, quebrando uma série de barreiras impostas pela sociedade”, afirma a psicanalista. Segundo ela, a maioria dos casos de violência acontece nos lares e acabam sendo abafados em função do laço afetivo com o esposo, preocupação com o equilíbrio emocional dos filhos, entre tantas outras características da sensibilidade feminina.
“De um modo geral, 20% da população feminina do mundo já sofreu algum tipo de violência e 70% dos casos é de violência doméstica”, ressalta. Os dados são alarmantes e denunciam a violência praticada não só contra esposas, mas também contra filhas, mães e até mesmo avós.

Preconceito
“Discutir violência para as mulheres negras significa discutir a dignidade humana. A violência além de sexo tem cor”, define a representante da Saci. No momento da sua exposição, Joseanes colocou a questão de não apenas uma luta, mas de duas, pois além do preconceito pelo sexo, as mulheres negras sofrem o preconceito pela raça.
Violência contra o sexo e contra a raça, o contexto é fruto de uma cultura de estereótipos, de acordo com a professora Maria Helena Santana Cruz. Para ela, toda a violência, opressão e preconceito, enfrentados há séculos pela mulher, refletem os pilares de uma sociedade impregnada da idéia de que o homem é superior.
“A mulher historicamente criou para si o modelo de inferioridade”, explica a professora. Esse modelo abarca a questão do sexo frágil, da dependência econômica, e uma série de amarras ideológicas, as quais, principalmente a partir do século XX, vêm sendo desvencilhadas.
A professora lembrou que a população feminina, apesar de ser minoria do ponto de vista sociológico, é maioria em termos demográfico. O que confere às mulheres um grande potencial de mobilização para as mudanças.
Após as exposições, o tema foi aberto para o debate com os representantes de diversas entidades que trabalham com a questão do gênero feminino. Na oportunidade, a secretária Maria da Conceição Vasconcelos ressaltou a importância de todos os envolvidos nesta semana para a articulação das ações em prol das mulheres aracajuanas.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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