Semasc realiza ato público pelo fim da violência infanto-juvenil
Na tarde de ontem houve panfletagem no calçadão da Praia 13 de Julho e no Posto da Polícia Rodoviária Federal. Hoje as atividades começam logo cedo, no Centro da cidade, quando será realizada panfletagens. Mas, as atividades de conscientização foram iniciadas, efetivamente, pela Semasc na terça-feira, quando foi realizado o I Colóquio Juvenil no Centro de Referência de Assistência à Criança, ao Adolescente e à Família Professor Gonçalo Rollemberg Leite, com o tema “Violência não tem cara”. Nesta atividade, crianças e adolescentes atendidos pela Semasc assistiram a apresentação da peça teatral “Aids não tem cara”, encenada por membros do Movimento Popular de Saúde (MOPS).
Cerca de 100 adolescentes uniram o útil ao agradável, participando de uma atividade lúdica, responsável pela transmissão de importantes conhecimentos sobre as doenças sexualmente transmissíveis. Entre gargalhadas, os adolescentes refletiram sobre o problema colocado na trama, envolvendo Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), o uso da camisinha e a gravidez na adolescência. “É muito bom participar dessas palestras porque a gente, quando tiver maior de idade, vai se preservar contra essas doenças”, observa Rafael Santos, 13, inserido no Projeto Criança Cidadã. “Hoje eu aprendi sobre prevenção e, ao mesmo tempo, me diverti”, revela o adolescente que está há cinco meses no Projeto. “O Projeto é bom porque eu aprendo essas coisas que não sabia e ele também me tirou da rua, onde trabalhava pegando carrego na feira. Agora só estudo e participo da Oficina de Hip Hop que eu adoro. Hoje vejo meu futuro de outra forma”, comenta.
Evelyn Carla Andrade Melo, 12, inserida no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), também não esconde a satisfação por ter a oportunidade de virar a página de sua história marcada pelo trabalho. “Eu adorei esse teatro. Ele passou muita informação para a gente e isso é bom porque aumenta nosso conhecimento e a gente passa a ter mais consciência desse problema”, comenta. “Estou há quase um ano no Programa e eu adoro participar desses eventos porque eu aprendo mais. Ele está me dando a oportunidade de melhorar de vida. Eu antes precisava trabalhar vendendo bala nas ruas da cidade e hoje eu não preciso mais”, revela a adolescente, estampando um sorriso de satisfação.
A participação dos adolescentes nessa luta contra o abuso sexual infanto-juvenil é bastante ativa. Após a apresentação teatral foi divulgado o nome do Projeto que está sendo elaborado pelo Programa Sentinela para intensificar essas ações. O nome do Projeto foi escolhido a partir de uma vivência realizada pela Semasc com os adolescentes inseridos nos programas Sentinela, Peti, Criança Cidadã e adolescentes da comunidade do bairro José Conrado de Araújo atendidos pelo Programa de Atenção Integral à Família (Paif).
A Comissão Julgadora recebeu as propostas de temáticas apresentadas pelos adolescentes e hoje pela manhã elegeu como tema “Adolescência: Saúde e Vida”, criado por um grupo de adolescentes do Projeto Criança Cidadã. O encerramento do Colóquio Juvenil foi animado pelos adolescentes que fazem parte da Oficina de Hip Hop, desenvolvida pelo Projeto Criança Cidadã. Os adolescentes deram um show musical.
Margarida Maria Silva de Souza, uma das integrantes do grupo de teatro do MOPS, não escondeu a satisfação pela oportunidade que teve de participar dos debates com a garotada. “Eu acho muito importante estar passando essas informações para eles dessa forma divertida porque eles, que estão assistindo ao espetáculo, assimilam mais rápido a informação, sentem a própria emoção e também têm reações com os problemas colocados”, observa.
Para Cláudia Cardoso, coordenadora do Programa Municipal de Enfrentamento a Violência Sexual Infanto-juvenil, essa atividade também proporciona a integração entre os grupos atendidos pela Semasc. “É uma atividade integrada com os programas e, além disso, trabalhamos o foco da prevenção com os adolescentes para que venha diminuir os índices de violência praticada contra crianças e adolescentes”, observa a coordenadora. “É também um incentivo ao protagonismo do próprio jovem”, complementa.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]