[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Os trabalhos executados pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania em Aracaju (Semasc) estão ultrapassando fronteiras. Por meio do Programa ´Acolher: Das Ruas à Cidadania´, a Prefeitura de Aracaju ajudou o senhor Robenval Ferreira da Cruz, 57, a reatar seus laços familiares e reencontrar seus filhos e irmãos, que já o consideravam morto devido aos 23 longos anos de ausência sem que nenhum dos seus tivessem notícias do seu paradeiro. Robenval saiu de Aracaju em 1984, deixando para trás seus três filhos com idade entre cinco e oito anos. Vinte e três anos mais tarde ele reaparece e, com apoio da Semasc, conseguiu localizá-los: o filho mais velho com 31, a mais nova com 28 anos e já avô de cinco garotos.

Robenval viajou por vários Estados brasileiros e se tornou morador de rua, ocupando uma casa abandonada na cidade de Barra da Choça, no interior da Bahia. Com visíveis problemas de saúde, Robenval acabou localizado por agentes de saúde daquele município. Aos agentes, ele informou que possuía parentes em Sergipe e, como a equipe técnica de Barra da Choça já tinha conhecimento das ações da Semasc, foi possível transferi-lo para a Central de Acolhimento da capital sergipana. No primeiro momento, Seu Rubens, como é carinhosamente conhecido entre os amigos, recebeu atendimento médico e piscossocial e, posteriormente, conseguiu localizar parentes, voltar pra casa e reencontrar toda a família.

Chegando em Aracaju, Robenval passou alguns dias na Central de Acolhimento, onde recebeu todo atendimento psicossocial enquanto uma outra equipe se preocupou em realizar um trabalho investigativo para localizar parentes. Robenval lembrou da rua onde morou com sua mãe. Na casa, encontrou apenas os irmãos. Em Aracaju, ele não mais encontrou os pais Balbino Ferreira da Cruz e Amalvides Gomes de Oliveira, já falecidos. A mãe tinha morrido recentemente, no dia 11 de setembro do ano passado, sem realizar o sonho de reencontrar o filho desaparecido.

Emoção

Em Aracaju, a Central de Acolhimento foi tomada por um clima de emoção durante o reencontro do Seu Rubens com os familiares. “Nossa! É muita emoção”, desabafou Seu Rubens, entre lágrimas, abraçando os filhos Cássia Jane Ribeiros dos Santos e Alexandro Ribeiro da Cruz, ambos com oito anos quando se despediram do pai na Rodoviária de Aracaju, e Cláudia Gardênia Ribeiro da Cruz, que tinha apenas cinco naquela época. “A última vez que eu vi meu pai foi quando eu levei ele na rodoviária e ele acenava do ônibus para mim e eu dava tchau para ele. Aí, até hoje”, lembra Cássia, entre lágrimas.

Em Aracaju, a família não esqueceu Seu Rubens. Foram muitas as tentativas para reencontrá-lo. Os familiares recorreram até a programas televisivos, mas nunca obtiveram sucesso. E assim, os filhos tinham convicção que Seu Rubens já estava morto. “A gente sempre pediu para reencontrar nosso pai, mas não tinha a esperança de encontrá-lo ainda vivo. Só pensava que tinha morrido, que não ia mais encontrar”, observa Cláudia. Mesmo pensando assim, a esperança venceu. “Sempre rezava e pedia muito a Deus e pensava: ‘um dia eu vou ver meu pai’. E procurei muito por meu pai, tinha muita força de vontade, sozinha mesmo, queria procurar. Um dizia: Quiii, já morreu. Mas eu dizia: Não, eu vou ver meu pai. Vou procurar”, observa Cássia. “Agora que eu encontrei, graças a Deus, ele está aí para o que der e vier. Meu pai vai ficar do meu lado com fé em Deus”, complementa Cássia, emocionada.

Ao final do encontro, os filhos agradeceram o empenho da equipe da Central de Acolhimento por ter dispensado toda atenção a Seu Rubens. “Tenho que agradecer a vocês, a toda a equipe, por ter acolhido meu pai, que, para mim, pensava que ele já estava morto”, ressaltou Alex. “Acho que ele estava com a consciência pesada, com medo de reencontrar a família e a família virar as costas para ele. Mas ele pensou errado. Nós estamos aqui para o que der e vier. E eu agradeço a vocês de todo o coração. Estou bastante feliz. Não tenho nem palavras para expressar o que estou sentindo hoje”, complementa o filho.

Depois de passar alguns dias na Central de Acolhimento, Seu Rubens foi viver com a família. Atualmente ele está morando na casa do irmão Dernival Araújo, no Conjunto Bugio. “Hoje tá tudo bem aqui. Ainda estou pensando na minha vida, mas tá tudo bem, graças a Deus”, comemora Seu Rubens, que continua recebendo atendimento médico.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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