Saúde explica medidas adotadas para radioterapia do Huse

O diretor-presidente em exercício da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Emanuel Messias, concedeu uma entrevista coletiva para explicar as medidas adotadas no setor de radioterapia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), cujo aparelho está sem funcionar desde o último dia 13. A entrevista aconteceu na tarde desta sexta-feira, 19, no Centro de Oncologia do Huse.

“Quando o equipamento parou de funcionar, não tínhamos o diagnóstico preciso. Fizemos a solicitação da presença de técnicos da empresa que faz a manutenção periódica do aparelho e eles diagnosticaram falha em uma das placas de dosimetria – responsável pela dosagem de radiação”, lembrou o presidente da FHS, órgão da administração pública indireta vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A partir do diagnóstico, a Fundação providenciou imediatamente a compra da placa. “Por ser importada da Alemanha, tentamos agilizar ao máximo esta aquisição. A peça já está vindo para o Brasil. A previsão de chegada é para esta sexta à noite ou segunda de manhã, na Receita Federal em São Paulo”, frisou Emanuel Messias. Com a chegada da peça, além da colocação, é preciso fazer a calibragem da dosagem. Por isso, a estimativa é que o equipamento radioterápico só volte a funcionar na próxima quarta-feira, 24, ou quinta-feira, 25.

O presidente da Fundação Hospitalar de Saúde fez questão de lembrar que existe uma empresa contratada pelo Estado para realizar o trabalho de manutenção permanente do aparelho, feita a cada dois meses. “Mantemos o equipamento sob manutenção para melhorar a qualidade e reduzir a possibilidade de termos danos”, frisou.

Segundo a médica radioterapêutica do Huse, Waldhenice Ferreira, a paralisação do tratamento oncológico durante uma semana praticamente não causa danos ao paciente. “Esse período, se houver prejuízo, é muito pequeno. Por isso que muitos desses pacientes vão terminar a sua quantidade de frações que já estava estimada. Na haverá aumento da dosagem no tratamento”, afirmou, acrescentando que todos estão sendo acompanhados por seus respectivos médicos.

Histórico

Um dos fatores que contribui para ocasionar o problema é a superutilização da máquina. Desde abril do ano passado, com o fechamento da radioterapia do Hospital Cirurgia, o Huse ficou sobrecarregado. Dos antigos 70 pacientes, o número passou para 116. “O equipamento é ligado às 5h30 da manhã, começa a trabalhar às 6h e vai até as 24h. Isso é de domingo a domingo”, pontuou a coordenadora da Oncologia, Rute Andrade, ao ressaltar que todos os pacientes foram avisados por telefone sobre o problema.

De acordo com ela, a medida foi tomada em caráter emergencial. “A gente trabalhou com este plano de maneira emergencial e a curto prazo. Isso não pode ser rotina. Em reunião com o Ministério Público Federal ficou acordado que o Hospital Cirurgia voltaria a funcionar em abril deste ano”, informou a coordenadora.

Emanuel Messias ainda salientou que foi firmada uma parceria com o Cirurgia. “O equipamento, que custou em torno de R$ 7 milhões, deve estar funcionando até o final deste ano. No entanto, em abril, com o término da montagem da estrutura para o antigo aparelho, teremos uma melhoria significativa porque parte da demanda será canalizada para o Cirurgia. Ou seja, até o final de 2010 teremos três equipamentos de radioterapia em funcionamento”.

Desabamento

Durante a entrevista, o presidente lembrou que o desabamento da estrutura metálica na parte externa do Huse causado pela ventania que ocorreu na capital na noite de quinta-feira, 18, não causou qualquer dano. “Graças a Deus, não tivemos nenhum ferido e nem danos materiais além da parte que caiu. O fato não gerou nenhuma interrupção nos atendimentos do hospital. O espaço já foi cercado. A previsão é de que em 30 dias a estrutura esteja pronta”.

Segundo ele, o pessoal da engenharia da Fundação Hospitalar já está trabalhando para emitir um laudo técnico. “Como está previsto que aconteça mais ventanias, montamos uma operação no hospital para procurar a possibilidade de danos. A priori, não teremos mais problemas decorrentes disso”, garantiu.