Saúde discute estratégias para fortalecer controle da esquistossomose
A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) recebeu esta semana a visita do gerente do programa nacional de controle da esquistossomose, Ronaldo Amaral. Desde segunda-feira, 15, o gerente e técnicos da Secretaria estão visitando municípios e discutindo estratégias para fortalecer o combate à doença. O grupo também está programando uma capacitação sobre o tema para o mês de novembro, reunindo equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) e profissionais da rede hospitalar.
"Conhecemos o trabalho de alguns municípios, a exemplo de São Cristóvão, Santa Luzia do Itanhy e Aracaju. Ainda vamos hoje (18) à Barra dos Coqueiros", disse Ronaldo Amaral, acrescentando que o Governo Federal tem a função de normatizar as ações de controle da doença e de acompanhar e assessorar o trabalho realizado nos estados. O Ministério da Saúde também é responsável por fornecer os medicamentos para tratar a doença.
O gerente deve voltar a Sergipe no próximo mês acompanhado do clínico infectologista José Roberto Lambertucci, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em esquistossomose. "Ele é uma autoridade no assunto e vai falar mais sobre a doença para os profissionais de Sergipe. A esquistossomose é uma doença parasitária de massa, que acomete milhares de pessoas em todo o mundo", disse Ronaldo.
A técnica responsável pelo programa estadual de controle da esquistossomose, Marta Batista Feitosa, afirmou que a prevalência da doença ainda é alta em Sergipe. De janeiro a setembro deste ano, o programa realizou mais de 75 mil exames, dos quais cerca de 7,5 mil tiveram diagnóstico positivo. "É claro que existem municípios com menor e maior prevalência, mas ainda assim a média é elevada para o Estado", disse.
Segundo ela, os municípios precisam investir em ações educativas para diminuir os índices. "Como a esquistossomose está relacionada às condições e ao modo de vida das pessoas, é preciso orientá-las sobre os cuidados necessários para evitar a doença. Diante de diagnósticos positivos numa determinada comunidade, também é fundamental tratar o ambiente. Não basta apenas tratar as pessoas", acrescentou Marta Feitosa.
A doença
Conhecida popularmente como barriga d’água, a esquistossomose é uma doença crônica, causada por um verme que se instala nas veias do fígado e do intestino humanos. Águas paradas e poluídas são ideais para a procriação das larvas que causam a doença porque representam o habitat ideal dos hospedeiros (caramujos e caracóis) que as transmitem. Pequenos e de cor escura, eles são de difícil visibilidade em águas turvas.
De acordo com Ronaldo, um ser humano pode ser portador do verme causador da esquistossomose por muito tempo sem manifestar a doença. "Por isso a informação é tão importante. Quanto mais a pessoa souber sobre o assunto, mais fácil será prevenir-se ou buscar um diagnóstico", comentou. Em Sergipe, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) é responsável por treinar e qualificar os profissionais que fazem o diagnóstico nos municípios, além de fazer o controle de qualidade dos exames realizados.
O gerente destacou que a esquistossomose é uma das doenças de maior prevalência entre as veiculadas pela água, ocupando o segundo lugar, depois da malária, em importância sócio-econômica. Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que 1,5 mil indivíduos são internados por ano vítimas da doença. O índice anual de mortes causadas pela esquistossomose é de 500 pessoas.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Saúde discute estratégias para fortalecer controle da esquistossomose – Ronaldo Amaral / Foto: Márcio Garcez/Saúde