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Todos com o certificado na mão, hora da foto e de mostrar que a força de vontade é maior que o vício. Pacientes do programa antitabagismo, da Secretaria de Estado da Saúde (SES) em parceria com a Prefeitura de Aracaju, celebram o final do tratamento na turma iniciada em março deste ano e o fato de finalmente, após anos, conseguirem parar de fumar. Esse grupo foi formado no Hospital Universitário em Aracaju.
 
Para auxiliar os usuários do programa, uma equipe composta por assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas tem longas reuniões com grupos geralmente formados por 15 dependentes do fumo. O programa antitabagismo oferecido pelo Ministério da Saúde (MS) é coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e passou a funcionar em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) após a portaria ministerial número 442 do ano de 2004. Atualmente, a SES coordena o programa em 23 municípios sergipanos e 40 unidades de saúde.
 
Em Aracaju, o programa antitabagismo é realizado apenas no Hospital Universitário. No entanto, ainda neste ano, uma nova unidade deve passar a funcionar no Centro Municipal de Aperfeiçoamento de Recursos Humanos (Cemarh) do conjunto Augusto Franco. Em 2012, a previsão é que o programa também passe a funcionar no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Primavera e no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Anísio Dário.
 
Vício Psicológico
 
De acordo com uma reportagem publicada na revista ABCâncer – da Associação Brasileira do Câncer, em setembro de 2008 – diferente do que muitos pensam, 20% dos fumantes são viciados quimicamente e 30% possuem dependência química moderada associada com dependência psicológica, enquanto 50% têm dependência psicológica.
 
“Está muito claro que a dependência ao hábito de fumar envolve a dependência física, a comportamental e a psicológica, e no contexto de um tratamento, nem todo mundo precisa da medicação. Sem a abordagem que é o acompanhamento e o apoio do grupo, nenhuma medicação faz efeito”, afirma a coordenadora do programa antitabagismo da SES, Lívia Angélica.

 Fumante há 35 anos, José Carlos Meneses, 51, já tentou para de fumar, mas admite que sem o apoio de um grupo seria difícil conseguir. Ele fumava diariamente duas carteiras de cigarro e após largar o vício conta que já recebeu até um elogio de sua esposa. “Minha mulher disse que eu estou mais cheiroso”, brinca. Ele diz ainda que o filho estava com problemas respiratórios e foi mais um motivo para ele ter a certeza que não queria mais fumar.

“Meu filho estava com problemas de respiração, então, aproveitei para deixar o fumo e ficarmos ambos bem. Já tentei parar de fumar antes, mas só consegui em grupo. É bem mais fácil, pois você sozinho acaba voltando. Aqui você prova para você mesmo e para os colegas, nossa diversão é contar para o grupo que não fumou mais. Era uma média de duas carteiras diárias e quando tomava uma cervejinha eu fumava três ou quatro carteiras”, revela.
 
Aposentada, mãe de dois filhos, Maria Madalena Carvalho, 61, fumou durante 53 anos de sua vida e decidiu parar quando percebeu que seu sono já não era mais o mesmo. “Eu estava me sentindo mal à noite quando ia dormir e acordava entalada, sem ar, e com pigarro na garganta. Então eu quis procurar socorro aqui no programa para parar de fumar. Após seis meses sem colocar um cigarro na boca, agora estou dormindo tranquila”, conta a mulher que morou na roça quando pequena e diz que fumava cigarros de palha oferecidos pela mãe.
 
Tratamento
 
De acordo com a coordenadora Lívia Angélica, em Sergipe, cerca de quatro mil pacientes já passaram pelo programa. “Desde 2006 até 2010 foram quatro mil pacientes. O abandono está variando entre 30 e 40% dos casos. Muitos têm a chamada recaída durante o programa e voltam a fumar entre três ou quatro vezes antes de parar. Porém, ele só entra no grupo quando resolve fazer o tratamento, mas caso desista, ele não pode entrar nesse mesmo grupo e volta para o início, pois caso contrário desestrutura aquele grupo que está em outro estágio”, comenta.
 
Os pacientes geralmente chegam até o programa por encaminhamento médico ou mesmo por iniciativa própria. Segundo a assistente social Wlívia Kolming, que trabalha no programa em Aracaju desde seu início, ao entrar no tratamento, o paciente antes passa por uma triagem. “Só podem participar do programa os pacientes que realmente tenham interesse. Dessa forma, ele marca com o enfermeiro ou com o psicólogo e passa por uma avaliação do seu histórico tabagístico e o grau da dependência. Além disso, reforçamos o propósito dele, porque para nós é importante que ele queira de fato participar do programa”, destaca.
 
Ao entrar no programa, o paciente realiza o tratamento através do SUS, ou seja, gratuitamente, durante 12 meses. “Eles passam por avaliação, exames e tomam medicamentos que vão diminuindo a dependência do tabaco até ele não ter mais essa necessidade. Hoje temos em média entre quatro ou cinco turmas, porém, precisamos ampliar o serviço, já que estamos com uma demanda reprimida muito grande”, finaliza Wlívia.

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