Saúde capacita profissionais para diagnóstico e tratamento do tracoma
Por Jorge Marques, Ascom/SES
A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa) iniciou nesta segunda-feira, 11, na Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (ETSUS), a capacitação de sete municípios prioritários para combater o Tracoma, doença ocular.
O curso promovido pelo Ministério da Saúde (MS), que vai até o próximo dia 15 e faz parte do programa Brasil sem Miséria, vai qualificar, principalmente, profissionais do Programa Saúde da Família (PSF) para realizar busca ativa de escolares entre cinco e 14 anos e tratar a doença ocular, também, em familiares das crianças e adolescentes.
Curso
A capacitação terá módulos teóricos e práticos e atingirá profissionais de níveis de ensino médio e superior para padronizar o diagnóstico clínico e tratamento do tracoma no estado. “Esses profissionais estarão aptos para fazer a triagem no tracoma. Foram separados alguns casos para observamos se é caso de tracoma ou não e faremos uma prova em que a pessoa tem de atingir pelo menos 80% de acerto para ir a campo fazer a separação de casos”, explicou Neuza Bernardes, facilitadora do MS.
O coordenador de Vigilância Epidemiológica de Riachuelo, Neylor Rodrigo Oliveira Aragão, será o multiplicador do curso para as equipes do PSF do município. “O tracoma é um problema ainda desconhecido e a gente vai voltar a atenção para essa doença. As quatro equipes do PSF receberão o treinamento para diagnosticar a doença”, destacou Aragão.
Tracoma
O Tracoma é uma doença ocular que acomete mais as crianças e é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Os municípios com maior índice de tracoma são aqueles com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e saneamento básico precário. Os sinais e sintomas são olhos lacrimejantes e com secreção, vermelhos e irritados, coceira com sensação de areia e intolerância à luz.
A transmissão pode ocorrer de uma pessoa para a outra em ambientes com concentração de muitas pessoas, por objetos contaminados, lápis, borracha e caneta, roupa de cama, lenços, toalhas de rosto e banho. Para evitar a doença é necessário lavar as mãos e o rosto várias vezes ao dia, não coçar os olhos, não usar toalhas e lenços de outras pessoas, evitar dormir na mesma cama com várias pessoas e, quando necessário, dormir com a cabeça em lados diferentes.
Muitas vezes a doença pode não apresentar sintomas. O tratamento é simples e disponibilizado pelo SUS. “Quando a doença é diagnosticada, o antibiótico é entregue para os pais para que façam o tratamento em casa. O tratamento é simples, porém, se não tratado leva à cegueira. Caso a pessoa já apresente algum sintoma deve procurar uma Unidade Básica de Saúde”, alertou Tereza Cristina Moraes Maynard, responsável técnica pelo programa do tracoma da Vigilância Epidemiológica da SES.
Brasil sem Miséria
Na área da saúde, o programa Brasil sem Miséria está combatendo quatro doenças negligenciadas: esquistossomose, tracoma, geohelmentíases (verminoses) e hanseníase. Em Sergipe, os municípios que receberam recursos da portaria do MS 2556/11 para fortalecimento das ações de Vigilância Epidemiológica foram: Arauá, Areia Branca, Cristinápolis, Itaporanga D’Ajuda, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro e Riachuelo.
- Saúde capacita profissionais para diagnóstico e tratamento do tracoma – Fotos: Fabina Costa/SES