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Uma multidão coloriu as ruas cinzas do centro histórico de São Cristóvão no último sábado, 23, e domingo, 24, durante a Festa de Nosso Senhor dos Passos, uma das maiores manifestações do catolicismo em Sergipe. Em 2013, o evento religioso contou com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura (Secult).

O auge da festa aconteceu no domingo, 24, durante a procissão de encontro entre as imagens de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. O ato representa o caminho de sofrimento, crucificação, morte e ressurreição, percorrido por Jesus Cristo. Os peregrinos, muitos descalços e trajando vestes roxas, se emocionam.

“Estar aqui é relembrar o sofrimento que passei enquanto estive doente, debilitada, por isso me emociono. Pedi e fui atendida. Por isso, todos os anos venho com a minha família agradecer pela benção”, relata a dona de casa Maria José dos Santos, de 41 anos, moradora da cidade de Boquim, distante 75 km de ao Cristóvão.

Problemas de saúde também levaram a mãe dos irmãos Igor e Lidiane Santana, de 18 e 14 anos respectivamente, a pedir a Nosso Senhor dos Passos. Os estudantes tiveram complicações respiratórias quando bebês. Hoje, agradecem ao santo pela graça alcançada como manda a tradição: pés descalços, vestes roxas e cruz na mão. “Faremos isso por toda a vida”, diz Igor.
Em 2013, a Festa de Nosso Senhor dos Passos será tombada como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Sergipe.

Sobre a festa

Tradição do século XIX, a manifestação religiosa do Estado acontece com três procissões. Apesar de ter data móvel, acontece sempre na primeira quinzena da quaresma. Muitos romeiros começam a chegar à cidade na sexta-feira e no sábado para a procissão do domingo. A cidade fica cheia de devotos, que vêm pagar promessa e tentam chegar ao andor do Senhor dos Passos.

Evento organizado pela igreja católica, com apoio de grupos de oração e devotos, a primeira procissão é noturna e acontece no sábado quando são cantados os sete primeiros passos da Paixão. Os cantos são realizados em locais pré-fixados e mantidos segundo a tradição, onde são erguidos pequenos altares com uma tela representando o passo a ser cantado (em latim).

Os fiéis carregam velas acesas, muitos dos ex-votos são deixados na igreja nesta noite. O cortejo sai da igreja de Nossa Senhora do Carmo, antecedido pelos Frades, cantores, músicos e promesseiros. A imagem do Senhor dos Passos sai encoberta por uma caixa forrada com tecido de cor roxa, e dirige-se até a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória de onde sairá somente no domingo, ao final da tarde.

No domingo, acontecem missas em várias igrejas: Vias Sacras e Romeiros, com quatro horas de sermão, e a Procissão do Encontro. O ápice do ato é o encontro das imagens de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Seguindo percursos distintos, a primeira sai da igreja matriz, ao tempo que a segunda sai do Convento do Carmo. Milhares de fiéis ganham as ruas e a Praça São Francisco para escutar o sermão e o canto da Verônica que enredam a comovente liturgia do catolicismo colonial.

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