Regente convidado é destaque em concerto da Orsse

A boa música tomou novamente as dependências do Teatro Tobias Barreto na noite da última quinta-feira, 19, com o V concerto da série Cajueiros da Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse). Desta vez, quem conduziu o grupo foi o maestro polonês Piotr Borkowski, que surpreendeu o público com seu profissionalismo e belo desempenho à frente da Orsse.

Borkowski é um grande maestro polonês que teve como principais mentores nomes como Bogus awa Madeya, Hans Graf, Myung-Whun Chung e Ilija Musin. Conduziu muitas orquestras e grupos de câmara da Polônia, França, Alemanha, Itália, Suécia, América do Norte, Coréia do Sul e da Ucrânia e fez várias turnês na França e Coréia do Sul com diversas orquestras. Esta é a primeira vez que o maestro visita o Brasil, e ele conta que já se sente honrado em poder se apresentar com uma orquestra de nível tão alto como a Orsse.

“Fiquei encantado com país, o estado, o aconchego das pessoas e principalmente o trabalho que a Orquestra Sinfônica vem desempenhando aqui. Acredito que todas as cidades devem ter um trabalho sinfônico de qualidade e vejo que isso está sendo muito bem feito nesse pedaço do Brasil”, destacou o maestro. Ele ressaltou ainda que deseja que o regente da Orsse Guilherme Mannis, o visite na Polônia, e também conheça de perto o trabalho que é desenvolvido por lá.
“Assim poderemos fazer uma troca ainda mais profunda de conhecimento”, completou Borkowski.

Segundo o maestro titular e diretor artístico da Orsse, Guilherme Mannis, a presença de importantes regentes como Borkowski e de grandes músicos do cenário artístico mundial, só engrandece ainda mais o trabalho do grupo. “Estamos em um processo de inserir nossa Orquestra em um circuito internacional de Sinfônicas, então é muito importante que nós tenhamos outras experiências de maestros de várias partes do Brasil e do mundo, e que tem diferentes pontos de vistas e maneiras de lidar com a Orquestra”, explicou Mannis, lembrando que Borkowski é o segundo maestro internacional que guiou o grupo este ano. No mês de abril o regente armênio radicado no Canadá, Nurhan Arman, conduziu a Orsse em um belo concerto.

Os músicos só agradecem a esse trabalho que é feito pela administração da Orquestra. O violinista Eduardi Linzimayer, por exemplo, está a um ano e meio na Orsse e acredita que a vinda, não só de regentes, como também de solistas, engrandecem o trabalho de toda a Orquestra. “É uma troca de experiências muito boa e que só tem a acrescentar em nossa bagagem artística”, frisou.

Música de qualidade

Como em todos os concertos que vem acontecendo, a Orquestra Sinfônica de Sergipe surpreende o público e mostra que tem capacidade de oferecer grandes apresentações aos sergipanos. Neste concerto, por exemplo, foi executada pela primeira vez no Estado as peças Variações Enigma, do inglês Edward Elgar e a ‘Sinfonia do Adeus’, de Joseph Haydn. “Essas são peças que nunca a Orquestra executou e que nós estamos trazendo para que o público e os músicos entrem em contato com o maior número de peças do repertório sinfônico mundial”, explicou Mannis.

A Orquestra Sinfônica executou ainda a abertura da ópera ‘As Bodas de Fígaro’, de Wolfgang Amadeus Mozart, que fechou em grande estilo a apresentação. O público, como não poderia ser diferente, aplaudiu de pé a cada peça que era executada e saudou o sucesso e a excelência que a ORSSE atinge a cada concerto.

“A Orquestra Sinfônica se aprimora a cada dia e hoje podemos perceber o excelente nível em que ela se encontra. A cada concerto é uma surpresa e uma alegria para nós que somos fãs e que admiramos o belo trabalho desenvolvido pelo Mannis e pelo grupo”, argumentou o aposentado Darcilo Costa, que não perde uma apresentação da Orsse.

A estudante Nathalia Kummer também é uma amante da música clássica e acompanha sempre que possível os concertos, tanto da Orsse como de outras orquestras sinfônicas e filarmônicas. Ela conta que estuda violino e que sonha em um dia estar no palco e se apresentar com este competente grupo. “O concerto de hoje foi muito especial, como todos os outros que venho assistir. A Orsse nos orgulha em ver que temos músicos tão bons no nosso Estado”, afirmou a jovem.