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Espécies nativas cada vez mais raras, assoreamento do rio, devastação da mata ciliar, caça predatória e muito lixo. Essa é a situação ambiental do Povoado Mocambo, uma comunidade remanescente do quilombo, localizado no município de Porto da Folha, no sertão de Sergipe. O lugar margeado pelo rio São Francisco vem recebendo uma atenção especial da Empresa de Desenvolvimento Sustentável (Pronese), através do Núcleo Técnico de Garantia Ambiental (NTGA), com ações que têm por objetivo alertar e mobilizar os habitantes para a importância de preservar o meio ambiente.

Esta semana equipes do NTGA promoveram uma campanha de conscientização junto à comunidade do povoado com a realização de palestras educativas e atividades interativas, a exemplo do plantio de mudas. Um dos assuntos em destaque foi o destino do lixo produzido, um problema que aflige a comunidade e que se tornou uma das bandeiras de luta dos jovens de Mocambo.

Mutirão

Maria Nazaré dos Santos conhece bem o problema e sabe que o caminho de conscientização é longo, mas fundamental. Há cerca de cinco anos, a líder comunitária vem realizando junto aos jovens mutirões que têm como objetivo maior limpar a sujeira jogada às margens do rio São Francisco.

“São sacolas plásticas, fraldas descartáveis e sobras de alimentos. Todo esse lixo é jogado às margens e nas águas do Velho Chico pela própria comunidade. Estamos tentando mudar essa situação mostrando quais e como as consequências dessa poluição podem afetar duramente a vida de todos”, disse.

O trabalho de Maria Nazaré ganhou reforço com a presença da Pronese na comunidade. Técnicos mostraram que o rio São Francisco, hoje fonte de sustento para muitas famílias da região, está perdendo sua vitalidade em decorrência da ação do homem, mas também focou que o cenário pode e deve ser mudado com ações de preservação.

Durante a palestra, o técnico da Pronese, Nabucodonosor Teixeira alertou que a exploração dos recursos hídricos, minerais, vegetais e humanos de toda a bacia do Rio São Francisco durante 500 anos trouxe danos, alguns irreparáveis, a toda a região. “Assoreamento, desmatamento, erosão e poluição são problemas enfrentados pela população de Mocambo há anos e o tipo de impacto ambiental está diretamente ligado à atividade econômica desenvolvida, a exemplo da pesca predatória”, disse a técnica, Suane Araújo Nascimento.

Atentos, pescadores e moradores de uma forma em geral do Povoado Mocambo acompanharam a explanação e saíram mais conscientes do papel de cada um na missão de preservar o Velho Chico. O pescador Paulo Santos Siqueira admite que muitas espécies de peixes, antes comuns no estuário, não são pescados com a mesma facilidade de antes. Ele lembra com ar de preocupação que sua pescaria já foi bem proveitosa. “Há alguns anos chegava a pescar cerca de quinze quilos de camarão da espécie Pitu. Hoje, quando consigo levar pra casa meio quilo, é motivo de alegria”, afirma ele.

Responsabilidade social

Para o presidente da Associação de Moradores do Povoado Mocambo, Ademar Ricardo, a iniciativa da Pronese em desenvolver campanhas educativas é de fundamental importância. “Somente através do conhecimento é possível mudar. Hoje a comunidade está muito mais consciente da necessidade de preservar o ambiente em que vive. É mesmo uma questão de sobrevivência”, enfatiza.

A campanha em defesa do meio ambiente mobilizou gente de todas as idades. “A Pronese conseguiu sensibilizar a comunidade quilombola de Mocambo mostrando que ações simples, como evitar jogar um papel de bala no chão pode fazer a diferença. A criançada entendeu o recado e a turma jovem está mais motivada a trabalhar em defesa do ambiente em que vive”, enfatiza Rosélia Fernandes,  professora e diretora da Escola Quilombola 27 de Maio.

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