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Profissionalizar e dar dignidade ao trabalho dos artesãos de Sergipe. Este é o objetivo do Projeto ‘Sergipe Feito à Mão’, desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Trabalho, Juventude e Promoção da Igualdade Social. A iniciativa, que já qualificou 1.050 artesãos de 20 municípios sergipanos, terá continuidade neste mês de janeiro.

O primeiro passo do projeto foi a realização de ‘Cursos de Aperfeiçoamento de Artesãos’, com duração de 80 horas, nas áreas de corte e costura, ponto de cruz, pintura em seda e richilieu. Dessa forma, foram aprimoradas as técnicas dos artesãos sergipanos, que aprenderam, entre outros assuntos, a valorar devidamente as peças produzidas na hora da comercialização.

“Não é justo uma bordadeira vender uma peça feita em ponto de cruz por R$ 2, quando o tecido, a linha e a agulha pertencem a ela, ou vender a R$ 0,50 quando esses materiais são do atravessador. Esses profissionais aprenderam que o preço do produto precisa deixar renda para o sustento da família”, destacou o secretário de Trabalho, Juventude e Promoção da Igualdade Social, Renato Brandão.

Para a artesã Aderci Oliveira Santos, de 44 anos, o curso de aperfeiçoamento ajudou muito. “Com as técnicas novas que aprendi, passei a ter uma renda extra. Depois do curso, passei a fazer encomendas das minhas peças”, contou.

Aderci mora no bairro Santa Maria, em Aracaju, assim como Eliana Souza Santos, de 46 anos. As duas formaram uma turma de 22 donas de casa da comunidade que, juntas, aprenderam as técnicas do ‘patchwork’ ou trabalho com retalhos. “Aprendi a transformar retalhos em arte. É uma forma de aumentar mais a renda, de ajudar o marido e meus dois filhos dentro de casa”, disse dona Eliana.

O próximo passo do ‘Sergipe Feito à Mão’ será impulsionar a organização dos artesãos. “A partir de janeiro, uma equipe da Secretaria de Trabalho vai se reunir com as pessoas que participaram do curso para ajudá-las a montar suas próprias cooperativas e associações. Assim vamos iniciar uma aproximação dos artesãos com os agentes financeiros, para que eles conheçam as propostas de financiamento para seus serviços”, afirmou Renato.

Cerâmica

Ainda em janeiro será iniciado um curso específico para os artesãos que trabalham com peças de cerâmica, desenvolvido em parceria com o Programa de Apoio ao Artesanato Brasileiro (PAB), vinculado ao Ministério de Comércio e Relações Exteriores. Uma turma de 100 artesãos será qualificada no município de Santana do São Francisco. Os alunos irão aprender, além do aperfeiçoamento das técnicas, a trabalhar com a sistemática de encomendas.

“Considero este município como ‘a capital sergipana da cerâmica’. A qualidade do artesanato produzido é tão grande que alguns artesãos, por exemplo, receberam encomendas de clientes italianos, que conheceram o trabalho durante a exposição em uma feira”, comemorou o secretário.

Parcerias

Em Santana do São Francisco, além das aulas específicas para os ceramistas, será feito um trabalho de conscientização ambiental. “A Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (Codise) vai estar junto conosco fazendo uma avaliação das jazidas utilizadas para retirada do barro pelos artesãos, evitando o desequilíbrio ambiental da área”, pontuou Renato.

Outra parceira do projeto será a Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese), que irá colaborar no financiamento da aquisição de fornos para os ceramistas, no sentido de evitar o desequilíbrio ambiental. Segundo Renato Brandão, será disseminado também o uso de combustíveis como a casca do côco, que é um resíduo orgânico que pode ser reaproveitado. Esses combustíveis significam economia de custos, rapidez de aquecimento e, sobretudo, evitam os prejuízos ao meio ambiente.
 
Feiras

Os cursos oferecidos pelo Projeto ‘Sergipe Feito à Mão’ capacitam os artesãos em quatro frentes. Eles aprendem a lidar com o acabamento, o design do produto, a composição do preço e o mercado do artesanato. Após o aprendizado, os artesãos têm a oportunidade de mostrar a qualidade do que produzem nas feiras.

“Em 2007 participamos de quatro feiras internacionais, realizadas em Vitória (ES), Olinda (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). E o que é importante é que não levamos apenas os produtos artesanais, mas levamos os próprios artesãos, porque entendemos que a feira é um espaço de aprendizagem. Eles precisam conviver com a clientela mais exigente, além de trocar idéias e experiências com produtores de artesanato de outras localidades do país e do mundo”, relatou Renato Brandão.

De acordo com Renato, a Secretaria de Trabalho, Juventude e Promoção da Igualdade Social está construindo um projeto, em parceria com a Petrobras e a BR Distribuidora, para oferecer 20 grandes feiras anuais em Sergipe, sendo duas feiras mensais nas cidades-pólo. “E no terceiro mês de cada seqüência, faríamos uma feira em Aracaju reunindo os quatro territórios dos meses anteriores, e assim por diante”, desenhou o secretário.

Valorização

Após cada curso de aperfeiçoamento do ‘Sergipe Feito à Mão’, uma equipe técnica é convocada a avaliar a qualidade dos produtos feitos pelos artesãos. Aprovados no teste, eles passam a integrar o ‘Cadastro Estadual de Artesanato’ e ganham a carteirinha do artesão. Com a carteirinha, eles ficam isentos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em até 700 peças, que podem ser comercializadas dentro e fora do estado.

No primeiro curso, com duração de um mês, foram investidos R$ 212 mil reais. Os certificados foram entregues em novembro, em solenidades nos pólos regionais de Nossa Senhora da Glória, Propriá, Aracaju, Tobias Barreto e Simão Dias. A iniciativa é fruto de diálogos do Governo com a população durante as conferências do Planejamento de Desenvolvimento Territorial Participativo (PDTP).

“Na composição das turmas, nós priorizamos os artesãos que já vivem da atividade, porque o objetivo é qualificar a atividade de quem já produz o artesanato e já sobrevive dele no território sergipano”, afirmou o secretário Renato Brandão.

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