Projeto financiado pela Fapitec pode gerar economia nos lares sergipanos
Em 2004, a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), que na época chamava-se Fundação de Amparo à Pesquisa em Sergipe (FAP/SE), lançou o Programa de Apoio à Inovação nas Empresas Sergipanas (Inova-SE). O objetivo deste edital, que ainda está vigente, é fazer com que empresas sergipanas desenvolvam atividades inovadoras na área de pesquisa e tecnologia, através da parceria e associação com pesquisadores.
“O Inova-SE é um dos programas mais viáveis e importantes que temos hoje, pois ele promove a interação entre as demandas do sistema produtivo – através de empresa – com a pesquisa. É um edital que conjuga pesquisa com tecnologia a partir da busca de um resultado efetivo na vida das pessoas, pelo fato de ter como objetivo a formação de um novo produto ou a melhoria de um já existente para colocá-lo à disposição do público”, afirma Ricardo Santana, diretor-presidente da Fapitec.
Entre os projetos contemplados pelo Inova-se está o do professor e coordenador do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Paulo Mário Machado, intitulado ‘Sistema de Aproveitamento de Energia Solar para Aquecimento de Água’, que foi desenvolvido em 2004 juntamente com uma equipe de outros quatro pesquisadores. Abundante e renovável, a energia solar é a alternativa mais promissora para enfrentar os desafios ambientais que cercam a humanidade, haja vista que é considerada uma fonte de energia limpa, porque não emite gases poluentes.
A Vital Criação e Artes Gráficas é a empresa promotora do projeto, cujo eixo central era desenvolver um protótipo de aquecedor de água que funcionasse com energia solar, visando atender as características específicas da demanda de água quente residencial e comercial ou industrial. O foco era o mercado regional, considerando as especificidades do clima e radiação solar.
O aquecedor solar de água desenvolvido pelo professor Paulo Mário funciona da seguinte forma: o sol atinge uma superfície preta constituída de metal e fibra de vidro e o calor gerado é transmitido para a água, que, em seguida, é armazenada em uma caixa térmica para ser utilizada no banho e na cozinha, por exemplo. A placa preta tem capacidade de aquecer 180 litros de água. Tal quantidade supriria as necessidades de uma casa com cinco pessoas, supondo 30 litros de água por banho, e reduziria em 30% o consumo de energia. O custo médio para instalação deste equipamento está entre R$ 300 e R$ 500.
“A comercialização ou fabricação de um aquecedor solar de baixo custo apropriado para funcionar em nosso clima já é uma realidade constatada desde o nosso primeiro projeto financiado pela própria Fapitec em 2002. Em Sergipe, poderia ser um marco na inclusão social e geração de renda. Acredito que a Vital Criação e Artes Gráficas tem condições de promover uma comercialização, caso o nosso trabalho tenha sucesso”, destaca Paulo Mário.
Nos dias mais quentes, a água do aquecedor solar é capaz de atingir 70ºC. O equipamento já foi projetado para conservar a água quente por até três dias de constantes chuvas, durante o inverno. Mesmo nessa estação, basta que haja uma hora de sol, de preferência de 12h às 13h, para que a água se conserve sempre quente. Segundo Paulo Mário, que possui o sistema em sua casa, dos 365 dias do ano, o máximo que ficou sem água quente foram dez dias.
A inovação deste projeto está no fato de ter sido desenvolvido em Sergipe um modelo de coletor solar inédito no Brasil. Além do professor Paulo Mário, também está envolvido no projeto o estudante do 5º período de Engenharia Mecânica da UFS, André Luiz Santana. Os testes dos protótipos de aquecedor solar de água continuam em andamento na UFS e estão apresentando resultados satisfatórios.
Investimentos
Os investimentos feitos pelo Governo do Estado em Ciência e Tecnologia vêm crescendo a largos passos nos últimos anos. Em 2006, a Fapitec/SE contou com apenas R$ 6 mil em recursos. Já em 2007, esse valor subiu para R$ 1,2 milhão, e no ano seguinte chegou ao número de R$ 2,6 milhões investidos. Em 2009, serão investidos aproximadamente R$ 5 milhões para o fomento à pesquisa no estado.
Para o diretor-presidente da Fapitec, a verba destinada ao desenvolvimento de pesquisa tecnologia e inovação em Sergipe coloca o Estado em patamar de igualdade com as demais Fundações de fomento espalhadas pelo Brasil. “Um Estado que investe em Ciência e Tecnologia está investindo ao mesmo tempo em educação, em saúde, em economia, ou seja, está investindo em um bem que irá beneficiar todos os setores. Está investindo, sobretudo, em inclusão social”, destaca Ricardo Santana.
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