[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Após um período de recesso devido às férias escolares, foram reiniciadas hoje pela manhã as aulas do Projeto Dó-ré-mi, desenvolvido pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju) desde abril e que tem como objetivo principal disseminar noções de arte entre os estudantes das escolas municipais Anísio Teixeira e Presidente Vargas. Até dezembro, os alunos freqüentarão duas vezes por semana a Escola Oficina de Artes Valdice Teles, localizada na avenida Ivo do Prado, onde terão aulas do curso escolhido nas áreas cultural ou artística disponibilizadas.

De acordo com a diretora da Escola de Artes, Maria Carneiro, são oferecidos hoje pela instituição nove cursos: percussão, acordeom, teclado, violão, cavaquinho, violino, flauta-doce, dança e pintura. Ao todo, são 127 alunos advindos das duas escolas municipais freqüentando as aulas ministradas pela equipe de professores que tem em seu quadro músicos de renome como o percussionista Ton Toy e o guitarrista Bob Zé.

“É um projeto de inclusão social que já apresenta bons resultados. Os garotos que demonstravam já nas suas escolas alguma vocação para a música ou dança estão tendo aulas teóricas e práticas que estão ajudando a lapidá-los. Nosso grupo de percussão, por exemplo, já se apresentou na Universidade Federal de Sergipe e no Colégio Atlântico. E isso é só o começo”, informa.

Maria Carneiro lembra também que o sucesso do Projeto Dó-ré-mi deve-se ainda ao apoio oferecido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), que fornece transporte para os alunos dirigirem-se até a Escola Valdice Teles e ainda um lanche para que os estudantes não possam encontrar motivos para desistir das aulas.

A coordenadora da divisão de artes cênicas, Dinha Barreto, ressalta que a idéia de levar os alunos a uma escola estruturada especificamente para oferecer aulas nas áreas culturais e artísticas, ao invés de levar professores de música ou dança às escolas tradicionais, facilita o aprendizado.

“É uma proposta pedagógica diferenciada e que vem sendo bem aceita. Aqui, por exemplo, unimos em uma só sala alunos vindos das escolas municipais e demais estudantes da comunidade, possibilitando uma maior socialização destas crianças com a própria sociedade. Aqui, o objetivo não é apenas formar no futuro um músico ou um dançarino, mas um cidadão”, explica, informando ainda que no curso de dança são trabalhados dois estilos, o baby-jazz e o contemporâneo.

Satisfação garantida

Nas salas de aula, o entusiasmo é geral. No curso de flauta-doce ministrado pela professora Maria das Graças, a Gal, a turminha mostra interesse por cada nota musical desenhada no quadro na aula teórica. Orgulhosa de seus alunos, Gal enfatiza a evolução demonstrada por todos desde abril e já planeja uma apresentação para o final do curso este ano, em dezembro. “Eles se mostram bastantes curiosos com o mundo da música. Querem descobrir tudo muito rápido, o que é natural”, explica.

Everlan Messias Marques é um dos seus alunos. Com apenas 12 anos, o estudante da 5ª série da Escola Anísio Teixeira não larga a flauta nem na aula teórica e já diz sonhar em se tornar um músico no futuro. “Eu já praticava na escola onde estudo. Mas aqui estou aprendendo outras coisas. Escolhi a flauta porque achei no início seu nome engraçado”, revela Everlan, que não tem nenhum familiar músico, mas que já se orgulha de ter tocado em um restaurante da Orla onde a mãe trabalha.

A mesma determinação pode ser encontrada na estudante de percussão Raquel Marília, de 18 anos. A estudante da 6ª série da Escola Anísio Teixeira diz que chegou à Escola de Artes tocando um pouco de pagode, mas que hoje se mostra apaixonada pela música sergipana e pelo samba.

“Isso aqui é uma maravilha. Nosso professor, o Ton Toy, ensina muito bem e vem ajudando a turma a aprender cada vez mais. Já tocamos na Universidade Federal de Sergipe e no Colégio Atlântico. Agora esperamos fazer uma viagem a Salvador para conhecer de perto os músicos de lá e fazer algumas apresentações”, planeja.

Colega de bairro, de escola e de curso de Raquel, Elisângela Evangelista, também de 18 anos e estudante da 7ª série, parece já ter encontrado a profissão que deseja abraçar por toda a vida. Ela é um dos destaques da turma de percussão e também já dá passos largos no aprendizado de outros instrumentos, como o violão. “Com certeza quero ser música. Antes de vir para cá, eu já tocava em uma banda de pagode do Augusto Franco, onde moro. Aqui, estou aprendendo a técnica e outros estilos musicais, o que está sendo ótimo”, disse.

O interesse nas aulas é também encontrado na sala de aula de dança. O professor Adriano Matos, ex-aluno da própria Escola Oficina de Artes Valdice Teles, diz que o Projeto Dó-ré-mi possibilita aos alunos de seu curso terem um contato diferenciado com a arte, já que as aulas não se limitam a ensaios de coreografias.

“Aqui, eles têm contato com a história da dança, educação física e com anatomia, por exemplo, já que para dançar eles aprendem que não basta decorar um passo. É preciso entender como a técnica é desenvolvida e como utilizar seu corpo. O nome Escola de Artes não é só de fachada. Aqui, os alunos vindos das escolas municipais vão entender a dança e não apenas executar movimentos mecânicos. Quero que daqui possam sair amanhã não apenas dançarinos, mas também coreógrafos ou mesmo professores”, explica.

A aluna Raiane Santos, de 14 anos, estudante da 7ª série da Escola Anísio Teixeira, faz questão de suar literalmente a camisa. Raiane é um dos destaques em sua turma e não vê a hora de voltar a se apresentar para o público, o que já ocorreu no Espaço Emes. “Amo dançar e tenho a intenção de ser dançarina profissional. Eu já dava alguns passos na minha escola, mas aqui estou aprendendo novos movimentos, coreografias e muita coisa sobre a história da dança. Acho ótimo estar aqui”, afirmou.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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