Projeto Acolher executado pela Semasc resgata a cidadania de moradores de rua
Para coibir este vício e reatar os laços familiares deste segmento, a Semasc está intensificando as abordagens pedagógicas nos pontos mais freqüentados pela população de rua. Diariamente educadores sociais da Semasc realizam abordagens pedagógicas e tentam convencer as pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social que a rua não é o meio adequado de sobrevivência. Depois de convencê-los a deixar as ruas, as pessoas são encaminhadas para a Central Permanente de Acolhimento, onde, passando por atendimento psicossocial, são estimuladas a retomar ao convívio familiar.
Esta é mais uma atividade executada pelo Programa Acolher: das Ruas à Cidadania criado no final do mês de agosto pela Prefeitura de Aracaju, com o intuito de promover a re-inserção familiar das pessoas que, atualmente, estão em trajetória de rua. ”Inicialmente nosso trabalho consiste em identificar e observar as pessoas, principalmente no caso de crianças, para sabermos qual o melhor momento para realizar a abordagem”, observa a educadora social Tatiana Souza, que realiza abordagens diárias na região do centro da capital.
Com apenas três meses de funcionamento a Central Permanente de Acolhimento já apresenta bons resultados. Ao todo, 63 pessoas passaram por aquela unidade mantida pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania. Muitas delas voltaram para casa. No momento seis permanecem sendo atendidos. Entre eles estão um adulto com 48 anos, três crianças com oito, nove e dez anos, e dois adolescentes com 12 e 16 anos. Ali, elas são alimentadas regularmente e têm acesso a cômodos com camas individuais para pernoite, dispõem de um espaço para lavar as roupas e usufruem de uma estrutura que os levam a ter o sentimento de uma vida em família. “Aqui é uma casa, onde eles têm o que não encontram nas ruas e aqui realizamos um trabalho de reeducação familiar”, destaca a assistente social Brisda Luci Santos e Silva.
A população atendida, que pode passar alojada naquela casa por até três meses, agradece o apoio que tem recebido da Semasc. “Eu gosto daqui, é melhor do que ficar na rua sem fazer nada.”, confessa, timidamente, B.N.G, de 13 anos. Ele chegou à Central há pouco mais de dois meses e já começa a dar os primeiros passos para voltar para casa. “Ele passou um final de semana em casa e já manifesta o desejo de voltar para a mãe que vem visitá-lo aqui quase todos os dias”, revela a psicóloga Simone Carvalho. O irmão dele também de iniciais B.N.G. passou algum tempo na Central Permanente e já retornou ao seio familiar.
L.C.F. de nove anos também permanece recebendo atendimento na Central. Ele estava sozinho perambulando nas ruas da cidade e dormindo nas calçadas. Foi conquistado pelos educadores sociais que já identificaram que ele tem problemas em casa e, consequentemente, tornou-se abandonado vítima de negligência familiar. “Eu ficava sozinho passeando pelas ruas. A kombi me pegou e aqui é muito bom porque aqui eu brinco de carro e desenho muito. É bom porque tem educador que educa a gente”, revela L. C.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
- Projeto Acolher executado pela Semasc resgata a cidadania de moradores de rua – Fotos: Wellington Barreto