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João Carlos Gomes dos Santos é policial militar. Ele atua nas ruas da capital e diariamente lida com os mais diversos tipos de situação. Mas, apesar de ter recebido do comando da PM toda a orientação necessária para o exercício das atividades, o policial não teve acesso a informações que o credenciasse, por exemplo, a atender, de forma especializada, mulheres vítimas de violência doméstica e sexual.

Agora, João começa a entender a importância desse aprendizado. Ele é um dos 480 profissionais inscritos na 1ª Capacitação dos Profissionais dos Serviços Especializados e da Rede de Atendimento e Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

O evento teve início na manhã de segunda-feira, 26, no auditório ‘Atalaia’ do Centro de Convenções, e prossegue até o final da tarde da quarta-feira, 28.  A promoção é do Governo de Sergipe por meio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SEPM) e conta com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República.

Rede

Assim como João Carlos, outros profissionais de Sergipe prestam serviços em instituições que compõem a Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência. Dentre essas instituições estão: polícias Militar, Civil, Federal e Corpo de Bombeiros; Instituto Médico Legal (IML), Ministério Público, Defensoria Pública e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (referência estadual no atendimento a mulheres vítimas de violência).

“Minha participação na capacitação se deve a uma determinação do comando. A Secretaria de Mulheres ofertou 30 vagas para a PM e eu fui um dos contemplados”, informou o policial João. Ele disse ser de extrema importância adquirir informações sobre o tema.

“Nas ruas trabalhamos com todo o tipo de violência. É importante ter conhecimento sobre a forma de acolher, de encaminhar. O nosso comportamento pode ajudar a vítima”, completou.

A assistente social Sandra da Silva presta serviço no Centro de Referência em Assistência Social (Cras) da capital. Ela também participa da capacitação. De acordo com Sandra, a ação idealizada pela Secretaria de Mulheres tem grande importância porque possibilita aos profissionais um maior conhecimento da Rede.

“O Cras, como porta de entrada dessas demandas, deve estar alinhado com tudo que perpassa em relação à política de enfrentamento a violência contra a mulher. Se isso não acontece, pode-se gerar insuficiência no trabalho e frustração do usuário em relação ao atendimento” ressaltou a assistente social.
Jánua Almeida coordena o serviço de atendimento às vítimas de violência sexual na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Para ela, a capacitação está permitindo conhecer mais de perto o trabalho dos demais integrantes da rede. “Também podemos divulgar o nosso trabalho e aprender com as experiências e orientações”, completou.

Metodologia

No segundo dia da Capacitação, o público inscrito se dividiu em turmas instaladas nos auditórios Abaís e Terra Caída (CIC), do Centro Estadual de Educação Profissional José de Figueiredo Barreto e do Sindicato dos Bancários. Na terça-feira, 28, último dia do evento, a metodologia será a mesma.

Em todos os espaços, os ministrantes se revezam e abordam os temas: Direitos Sexuais e Reprodutivos e Violência contra a Mulher, com foco para a Saúde da Mulher na Rede de Atendimento; Discutindo a Violência Doméstica e Sexual contra as Mulheres – Os Serviços na Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência em Sergipe; Aplicabilidade da Lei Maria da Penha – Operadores da Lei Maria da Penha; A Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.

“Essa iniciativa da SEPM tem uma importância imensa. É possibilitar a discussão ampliada entre os profissionais que atuam na Rede, fazer com que eles entendam minuciosamente a importância de suas ações no local de trabalho. Amplia o conhecimento da própria rede e quais as políticas que fazem essa Rede funcionar” explicou a palestrante, professora doutora Patrícia Rosalba Costa, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A palestrante Maria Aparecida Souza, professora Mestra em Educação pela UFS, disse que é possível perceber a importância da iniciativa da SEPM. “Quando a secretaria envolve numa capacitação os segmentos da sociedade, consegue claramente mostrar que tem o objetivo de sensibilizá-los sobre a importância dos seus papéis no exercício do atendimento, na prevenção e no combate. São esses os três pilares do enfrentamento à violência”, disse Maria Aparecida.

Ainda de acordo com a palestrante, existe a necessidade de debater para compreender melhor o que é essa violência contra a mulher, entender o papel do homem e o papel primordial da educação.

Pacto

Com o final da capacitação, a secretária de Políticas para as Mulheres de Sergipe, Maria Teles dos Santos, acredita que aumentará o número de profissionais comprometidos com o fortalecimento dos serviços de atendimento.

“Eles foram sensibilizados, envolvidos e subsidiados com informações importantes. Agora, é aplicar o aprendizado e estruturar a convivência uns com os outros. Assim caminharemos para tornar a rede e os serviços especializados no atendimento e enfrentamento da violência contra a mulher um referencial de qualidade no estado”, disse.

Segundo a secretária, esse é “um desafio do Governo de Sergipe, que assinou, em 2009, o Pacto pelo Enfrentamento da Violência contra a Mulher”.

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