Profissionais do Hospital Regional de Lagarto escolhem diretor clínico

“Considero essa eleição do primeiro diretor clínico uma vitória tanto para o hospital, quanto para o corpo clínico, pois dará representatividade dos profissionais médicos, permitindo aproximar ainda mais o corpo clínico da gestão em relação as suas principais reivindicações, o que, no final, irá resultar na melhoria da assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”. A afirmação é do clínico geral Yure Maia que, com o voto da maioria dos médicos do Hospital Regional ‘Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro’ (HRL), localizado em Lagarto, foi escolhido como primeiro diretor clínico eleito da Unidade.

A eleição aconteceu junto com a definição do novo Regimento Interno do Corpo Clínico do HRL que, dentre outros pontos, estabelece as atribuições, direitos e deveres dos profissionais que atuam no hospital. A votação foi iniciada no último dia 4 e encerrada nesta segunda-feira, 18, para permitir a participação da maior parte dos profissionais de medicina que atuam em todos os plantões do HRL. “A minha intenção é justamente fazer essa ponte entre o corpo clínico e a gestão do hospital, ampliar esse relacionamento, para permitir mais avanços ao HRL, que  terá  uma importância  ainda maior como hospital-escola”, acrescentou.

Da mesma opinião é o superintendente do HRL, Oldegar Alves Júnior, para quem a definição de um diretor clínico é essencial para avançar na qualidade dos serviços prestados pela unidade, gerenciada pela Fundação Hospitalar de Saude (FHS). “É um ganho imensurável para a instituição, pois agora teremos um representante da classe médica para encaminhar e dar respostas às demandas advindas do próprio corpo clínico do HRL, com participação, inclusive, nas reuniões do Colegiado Multiprofissional do hospital”, ressaltou.

Sobre o novo diretor

O primeiro diretor clínico do HRL, Yure Maia, tem 36 anos e há nove exerce a  Medicina. Com formação superior pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e especialização  em Gestão Hospitalar pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ele  já exerceu vários  cargos   dentro da estrutura da rede hospitalar do Estado. Foi diretor técnico do Hospital Regional de Socorro,  diretor geral do  Hospital Garcia Moreno, em Itabaiana, coordenador de Pronto Socorro e superintendente do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju,  além coordenador de Apoio Institucional da Diretoria Operacional (DOP) da FHS e interventor  do Estado no Hospital  Regional Amparo de Maria (HRAM), em Estância.

O regimento

O resultado da eleição e a proposta de Regimento Interno do Corpo Clínico agora serão encaminhados  à FHS e ao Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese)  para posterior homologação.  O Regimento Interno dispõe sobre a constituição, finalidades e regras do funcionamento do corpo clínico. É um instrumento indispensável ao desempenho profissional e à melhoria da prestação dos serviços ao usuário do SUS no hospital.

Composto por 45 artigos, dispostos em oito capítulos, o Regimento Interno do Corpo Clínico é o resultado prático do cumprimento à resolução 1.342 do Conselho Federal de Medicina (CFM), datada de março de 1991, que determina a eleição direta para a escolha da diretoria clínica dos hospitais de urgência e emergência. Ele fundamenta os direitos e deveres dos médicos efetivos, contratados, residentes ou eventuais que atuam no hospital, com base nos princípios fundamentais do SUS, no Código de Ética Médica, nas resoluções dos Conselhos Federal (CFM) e Regional de Medicina (Cremese).

A composição da diretoria clínica do HRL também é normatizada pelo regimento, que estabelece o período de dois anos para o mandato do diretor clínico e do vice-diretor eleitos, com direito à reeleição, além de definir o funcionamento de outros serviços, como a implantação de quatro Comissões permanentes no âmbito hospitalar: as de Ética Médica, Revisão de Prontuário, Revisão de Óbitos e de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). O regimento estabelece competência e atribuições de cada uma dessas comissões e penalidades no caso de profissionais que cometam infrações, inclusive de caráter ético.